segunda-feira, 11 de março de 2024

Cartas de Amor LXXXIII


Reino da Pitangueira,
Planeta Terra&Lua,
3° do Sistema Solar,
Via Láctea, Zona Sul

Querida, não repare a bagunça,

Só eu sei que aqui dentro está tudo revirado, ou coisado como você mesma diz. Acho engraçado você falar que as coisas estão coisadas. Há na boa ordem da língua pátria quem diga que coisado é particípio passado do verbo coisar, que geralmente é transitivo, pois necessita de complemento para constituir o predicado porque não têm sentido coisar por si só.

Como escrever cartas de amor não é minha melhor escolha, já que não sei como traduzir minha parte que é você coisada dentro de mim, fico coisando aqui e ali, até achar um meio de dizer que sonhei com você noite destas, pois sou destes que dormem e sonham apenas à noite. Foi bom, foi ... isto, foi bom, mas foi triste também.

Mudando de assunto, porque homem não chora nem fica coisado, a Sabiá Laranjeira postou quatro ovos, e está lá chocando a vida que a perpetuará, então, dentro de umas duas semanas teremos aumento na família. Plantei um pé de romã e tive que cortar uma palmeirinha que nasceu aleatoriamente num lugar onde não teria sucesso na vida. Além disto estou vendo se as sementes de uva irão germinar.

Queria muito saber escrever aquelas palavras estilosas, românticas, cheias de carinho só por serem capazes de existir no amor enquanto palavras. Sabe, existem palavras vicejantes, que passam dos olhos direto à alma. E destas estilosas e coisadas não domino bem a arte de traduzi-las de dentro de mim para o interior do interior do seu coração. Eu te prometo um dia ser capaz de trazê-las aos seus olhos, aos seus ouvidos, à sua pele e ao sentimento que nos une.

Um cafuné no cabelo, um afago na face, um beijo apaixonado e um abraço do fundo do meu coração para toda você que habita em mim.

É isto aí!






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