domingo, 8 de dezembro de 2013

Eu te amo, seu idiota!


Você nunca me diz que me ama, balbuciou a moça, no alto de uma sofrida pausa de suspiro. Você também nunca diz que me deseja, tornou a lamuriar. Você não me abraça quando quero ser abraçada. Lágrimas desciam a cada lamentação. Era um rosário delas.

Ele nunca falava nada. Ficava ali a fitar suas coxas deliciosas em um sensual envólucro vermelho.

Você tem vergonha de mim, balbuciou com os lábios trêmulos. Você não me apresenta a ninguém. Você é frio e insensível com meus sentimentos. Você não me beija como eu gosto de ser beijada. Os olhos já estavam totalmente tomados de dor. Era o calvário dela.

Ele ouvia tudo e não se pronunciava. Ficava ali a fitar seus seios nus deliciosos, em uma sinuosa projeção da lingerie.

Você é um monstro! É isto que você é! Você é um monstro destruidor de mulheres! Eu devia matar você Eu te odeio, entendeu? Eu te odeio! Está ouvindo, hem? E.U.T.E.O.D.E.I.O., entendeu agora? Que ódio!! Que ódio!! Você é um imbecil! Um idiota!

Ele dedilhava Beatles no violão, impassível, olhando para seus pés, os pés mais lindos que um ser humano poderia tocar.

Quer saber? Quer saber? Não quero mais! Pronto, não quero mais! Além do mais você não é lá muita coisa mesmo! Você é um pamonha! Um lerdo! Sabe o Fabinho? Vive me seduzindo. Acho que vou dar pro Fabinho! Fala alguma coisa, pelo amor de Deus - eu não te amo mais! eu te odeio! eu não te quero! eu te detesto! Idiota! Você é um idiota!

Ele para, olha bem para algum lugar entre os olhos dela e o fundo da sala! Olhar vazio...vazio...e com muita tranquilidade, sussurra: tudo bem! você vai para Paris comigo.

Ela grita, pula, se estica, gira - grita, grita, grita!! Eu te amo!!! Eu te amo!!!

Ele volta a tocar Beatles...

É isto aí!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gratidão!