Eu te amo, disse sem forças, mas com clareza. Ela levantou os olhos ao encontro dos olhos dele, com seus olhos amendoados, serenos e morenos, e procurou uma razão para aquilo. Eu te amo, repetiu o rapaz, e amar dói, dói muito, é uma dor que não passa, não acaba, não vai embora.
Tiveram todas as possibilidades de terem um ao outro, mas preferiram o caminho das pedras. Partiram, ela ao leste, ele ao oeste. Foram infelizes para sempre.
Doze anos depois, numa outra cidade, de forma imprevisível, num encontro quase impossível, cruzaram seus olhares pela estreita rua. Ela lindíssima, ele amadurecido. Cumprimentam-se formalmente e cada um segue seu destino por dois ou três passos, voltam ao passado, trocam olhares perdidamente inconsoláveis, ela volta melancólica ao seu caminho e ele, bem, ele fica admirado com o formato da sua bunda.
É isto aí!
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Gratidão!