sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Contos para aquecer o coração na Primavera!

Saiu de casa todo arrumado, perfumado, elegante e de face glabra. Passou na padaria, tomou um café expresso duplo, atravessou a rua, entrou na loja de trecos&coisas, e comprou uma lembrança vintage em prata, cafona, mas ainda resistente ao tempo. Saiu dali olhando compulsivamente para o relógio e chamou pela florista da rua, que vendeu-lhe um bouquet de rosas vermelhas, de tal intensidade, que chamavam a atenção dos transeuntes.

Entrou no táxi, e entregou o cartão com o endereço de destino, num bairro distante e totalmente desconhecido da sua vida. O motorista olhou para ele, olhou para o papel, tornou a olhar e indagou se tinha certeza de que aquele era o lugar onde queria chegar. Acenou que sim com a cabeça, combinaram o preço e quarenta minutos depois estava diante da casa.

A rua era uma ladeira estreita com calçamento de pedra imperial, as casas tristes, assobradadas e encostadas umas nas outras, as janelas de madeira em estilo guilhotina, com venezianas abrindo para a rua, e as imensas portas duplas, davam um ar de século XIX à arquitetura local. Bateu solenemente na argola sobre uma chapa de aço, afixada no largo batente, e aguardou ser atendido.

A moça veio mansamente, abriu a porta sem nenhuma pressa, olhou para ele, olhou para a rua, olhou de novo para ele, olhou para as rosas, para o presente, sorriram mutuamente e alguém perguntou lá de dentro - quem é, Maristela? 

- Quem é, eu não sei não, mãe, mas o danado é lindo! 

E viveram felizes para sempre, enquanto acesa a chama!

É isto aí!


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