terça-feira, 19 de junho de 2018

Insônia, memórias e outras coisas esquisitas


Aos meu queridos amigos que sempre experimentam o famoso chá de Pitanga, especialidade deste reino monocrático e democrático, minha cabeça hoje dá voltas. Não, este blog não é espaço para cura de transtornos psi alguma coisa, mas mesmo assim de repente penso alguma coisa sobre a verdade vegana, sei lá, estranho, sim, estou estranho, estranhíssimo, insone e enfim, como diz mamãe - Nunca foi normal e agora isto!

Hoje vamos falar do deus sedutor que está fazendo você mudar a sua personalidade, sim, transtornos da sua personalidade estão sendo implantados sem dó, criando uma outra personalidade para a mesma pessoa. Daí pode ser justificado o aumento de suicídios, comportamentos bizarros, etc. (e até hábitos veganos? será? credo, a coisa é séria!)

Bem, vamos lá para as memórias. É provável que você nunca, mas nunca mesmo tenha escutado alguém falar sobre um austríaco de linhagem judaica, chamado Eric Kandel. Estava na incômoda insônia de ontem (hoje estou vendo que vai de novo), e fui ler Adorno, não não é aquelas coisas que têm no Pinterest, falo do Theodor Adorno, um alemão contemporâneo do Eric Kandel, que fez seus estudos filosóficos em Viena, no período de dominação nazista. Lembre-se que Eric foi expulso da Áustria pelo mesmo motivo que levou Adorno para lá (seriam as sincronicidades, diria Jung).

Parar a aula, só um pouco. Gente! Está chato? Está confuso? Não, né?!

Adorno foi, no resumo do resumo do resumo do resumo, um anti-iluminista, e defendeu a tese de que toda linguagem conceitual realiza alguma forma de violência cognitiva, pois nunca é possível conformar totalmente às palavras aos objetos e sentimentos tais como eles são.

Até aqui, tudo bem, gente? Não alimentem sua insônia. Bem, voltando, agora ao Eric Kandel. Ah, já ia esquecendo - Adorno era psicanalista convicto.

Kandel foi para os USA e se formou em medicina, foi ser psicanalista e não se deixou encantar muito com a arte freudiana, encontrou lacunas imensas no processo. Precisou da ajuda dos animais para trazer o Ego, o Superego e o Id para o centro do estudo. 

Sabe aquele negócio do príncipe ou da princesa montado por sobre uma confortável sela fixa com fortes arreios a um imenso garanhão? Imagina a cena, isto, feche os olhos e imagine a cena.

O Id é fácil de ser identificado, é seu lado animal, que age por instinto de sobrevivência, com ataque ou fuga. Claro, não é? É o garanhão, o cavalo ou  égua, se preferir, mas égua tem cio e ... olha o meu lado vegano acenando para mim, gente ...

O Superego é a sela, que mantém você na zona de conforto das suas crenças. Andar pelado/pelada não convém, apaixonar-se por uma pessoa maravilhosa que não é a pessoa da sua realidade cotidiana, não deve. Enfim, a sela te mantém confortável para que você fique exatamente sempre do mesmo jeito. Se quiser dar um tapa numa erva medicinal, isto pode custar caro.

E ego, ah! o Ego, o ego é você, sua força e sua voz. O ego é o defensor ardente e pujante da sua personalidade, sendo responsável por impedir que os conteúdos inconscientes passem para o campo da consciência, acionando assim os seus mecanismos de defesa.

Chegamos lá!!!!! Viva!!!! Gente, canta aí "Evidências" para dar aquele toque diferenciado a este momento!!! 

Depois eu volto ao assunto, mas vou encerrar de uma forma que você pode até querer parar de cantar "Evidências", mas que cantou pelo menos um trecho, ah! isto cantou - está na sua memória permanente.

Bem, evidentemente, é daqui para frente que a porca torce o rabo (com todo o respeito vegano que transita cutucando este desejo de memória permanente da minha existência).

Kandel não se dava por satisfeito com o empirismo da Psicanálise e partiu para o campo científico para descobrir como funciona a nossa memória. Achou coisas que estão mudando o planeta Terra.

Foi quando percebeu em suas experiências, que não vou entrar em muitos detalhes (uma sinopse reduzidíssima abaixo, que o levou ao Nobel), de que  uma memória implícita, inconsciente e passageira, pode se tornar definitiva após várias repetições (ou seja, muda toda a personalidade), mas ... calma, está acabando.

Ele fez a engenharia reversa do sistema nervoso de uma Lesma marinha, a Aplisia. Usando eletrodos e sondas químicas ele e sua equipe montaram o diagrama de quase todas as conexões entre os pouco mais de 40 mil neurônios do animal. Na conclusão, que levou muitos anos,  Kandel sabia exatamente que neurônio deveria ser cutucado para que a lesma disparasse o comportamento de botar ovos, por exemplo.

Mas lesmas, como seres humanos, logo esquecem as coisas se elas não forem realmente importantes.

Ouviu Adorno gritando para você escutar o Kandel?

Entendeu, ou sentiu-se tocado pela sua natureza morta de que quando ganhou o Nobel com este estudo, foi por que ele demonstrou que eu, você, todo mundo pode ser manipulado pelo Grande Irmão Orwelliano, uma vez que o mote da sua descoberta foi que qualquer memória passageira, pode se tornar definitiva após várias repetições?

Então se você tiver o mesmo estímulo toda noite - "plim plim boa noite está no ar o MalMal Nacional, O Fulano é ladrão, a fulana é biscate, o ciclano é vegano" (hummm, obsessão, será?). Isto, anos a fio, levam o telespectador a mudar sua concepção de mundo. Vira um robô sexual, destes que estão dominando o processo, digamos assim..

Então, a pessoa que era direcionada para ser tropical, faz movimentos coordenados contra os amigos, perde o interesse pela pátria, pelo futebol, pelas riquezas do país, que são valores que agregam o sentimento nacionalista, se julgando um basset dinamarquês ao melhor estilo Caco Antibes. Ufa, então é isto.

Depois eu falo deste negócio de memória de curto e de longo alcance.

É isto aí!


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