Dia destes encontrei com um velho amigo. Nunca fui de dormir bem - disse - e de uns tempos para cá não durmo mais. Não estranhei, pois nunca o achei normal mesmo, era uma pessoa de alma inquieta e impulsivo.
Revelou que encontrou com a sua parte abandonada na estrada da vida, de uma forma tão dolorida, inesperada, numa rede social, que dormir passou a ser uma tortura. Bastava fechar os olhos e os olhos dela estavam lá, chorando copiosamente, numa dor tangível. Era a cena da cena da cena de um rompimento doloridíssimo.
Aquilo não me sensibilizou, confidenciou-me, pois semanas antes no mesmo lugar, eu também chorara copiosamente por ela, que havia traído minha confiança, meu amor e nosso futuro, nos braços de outro qualquer, mais um terceiro que foi uma aventura de momento.
Ela te disse isto? - perguntei.
- Não, respondeu, uma amiga dela que me procurou e contou tudo.
Você abriu mão do amor da sua vida por causa de uma fofoca? Você nunca conversou com ela sobre isto?
- Ah, fiquei revoltado, era a melhor amiga dela, sabe?
E?
Mas aí ela foi lá em casa, e ocorreu que ela chorava e eu fui impassível de pé, esperando a palavra mágica - perdão. Ela não disse, nunca disse e assim cada um levou sua dor pela vida.
- Não, respondeu, uma amiga dela que me procurou e contou tudo.
Você abriu mão do amor da sua vida por causa de uma fofoca? Você nunca conversou com ela sobre isto?
- Ah, fiquei revoltado, era a melhor amiga dela, sabe?
E?
Mas aí ela foi lá em casa, e ocorreu que ela chorava e eu fui impassível de pé, esperando a palavra mágica - perdão. Ela não disse, nunca disse e assim cada um levou sua dor pela vida.
O que você acha? Perguntou-me
Pensei comigo e não falei que sobrou nele orgulho e faltou humildade. Sobrou nela coragem e faltou sensibilidade para dissolver algo que não foi útil, nem interessante, e nem teve o valor dado por ele. Abraçasse a moça, se se ama, se abraça e depois conversa. Os dois foram imaturos diante de uma causa perdida pela imprudência juvenil. Neste caso, perderam-se para sempre, cada qual com seu pranto!
Mas preferi despedir do amigo e aleguei que ainda não havia tomado meu café. Parti em busca de algo que me desse lucidez. Pensei de novo cá comigo que aquilo era coisa e propriedade dos dois. Não me cabia dar opinião, afinal, mais cedo ou mais tarde, neste ou em outro mundo, terão que sentar e conversar, senão nunca mais terão sossego na alma.
É isto aí!
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