quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Um conto tailandês



Fonte da imagem: O Templo Branco de Chiang (Tailândia) 

Fonte do Texto: Oceano de Letras

Certa noite, um jovem chamado Makibito teve um sonho tão belo que, ao acordar, foi consultar uma sábia anciã. Contou-lhe o sonho, que o mostrava num palácio vivendo com uma linda princesa. A mulher lhe disse apenas que seu sonho não passava de mera ilusão. Porém, antes que terminassem de conversar chegou outro rapaz que desejava falar com a sábia, e ela pediu a Makibito que aguardasse na sala ao lado. O jovem, que era muito rico, também lhe contou seu sonho.

E a sábia lhe disse:

– Esse é um sonho de sorte. Mas para que se realize ‚ preciso guardar segredo. Jamais conte seu sonho a ninguém.

Quando Makibito voltou à presença da anciã, disse-lhe:

– Como eu gostaria de estar no lugar daquele jovem! Mas por que a senhora lhe pediu que guardasse segredo daquele sonho tão lindo?

– Porque o sonho pode ser roubado, e ele perderia sua sorte.

– Quer dizer – disse Makibito – que, se eu entrasse aqui novamente e repetisse as palavras dele, também teria sorte?

– Creio que sim.

– Não acredito – disse Makibito -, isso não é poss¡vel.

– Então saia, bata de novo à porta e me conte o sonho que ouviu há pouco.

Makibito obedeceu e a anciã também lhe prometeu um futuro de sorte.

Anos depois, ele se tornou um sábio. O rei foi pedir-lhe conselhos e gostou tanto dele que o convidou para ser seu conselheiro. Em seguida, Makibito foi nomeado primeiro-ministro e casou-se com uma linda princesa. E assim viveu até os cem anos. Mas, pouco antes da morte, resolveu contar ao neto a história do sonho.

– O que você acha que aconteceu ao outro jovem? – perguntou ao neto. E concluiu: – De qualquer modo, aquela anciã era maluca. Até hoje acho tudo isso uma bobagem. Você não concorda?

O neto replicou:

– Mas, vovô, você teve mesmo uma vida de muita sorte.

Ao que Makibito respondeu:

– Pois é! Exatamente como no meu primeiro sonho...


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