Acordei com uma insistente chamada realizada por um ser humano ou por alguma inteligência artificial, cujo número era desconhecido, impossível de ser visto. Mundo maluco este. Em algum lugar um aparelho dispara seus impulsos até meu aparelho e se recusa a mostrar sua face. Acordei sem ainda acordar plenamente, e fui folhear (rsrsrsrs) as páginas do mundo digital, enquanto o café ainda era só um projeto em andamento.
Geralmente passo pelas manchetes de dois jornais de extensão nacional (sempre desconfiando das intenções e dos enunciados), e em seguida vou ler algo pelo mundo que esteja distante desta política tupi-guarani. Incorporo um quantum de Nelson Rodrigues e comparo a política nacional à mulher incontrita, aquela que não se arrepende de seus pecados ou das ofensas profanadas.
Surpreendi com a capacidade humana de autodestruição ao ler num jornal europeu que um homem - Nicholas Perry - conhecido nas redes como Nikocado Avocado, vem comendo quantidades inimagináveis de comida diante das câmeras que fomentam as redes sociais, há anos, numa prática que o tornou famoso, rico e doente enquanto um público acima de três milhões de seguidores não consegue parar de assisti-lo.
O incrível é que pessoas acreditam no que estão vendo. Como se sabe, numa produção tudo é roteirizado, a rede social permite que seja criado um personagem só para oferecer entretenimento. O que você vê na câmera é completamente exagerado para obter cliques. As pessoas assistem como vício, e mesmo aqueles que sabem que é falso, há algo nas suas mentes, memórias e dores que não impedem de apreciá-lo.
A mulher incontrita habita cada um de nós, resta saber o quanto damos atenção a ela ...
É isto aí!
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