Aí de repente, do nada, do vazio existencial onipresente na sua alma, você se sente nervoso/nervosa quando vê aquela pessoa aparecer. Passa a se interessar pelas coisas que ela gosta, sente vontade de estar ao seu lado, independente do plano real ou virtual. Então acontece um milagre, pois quando estão juntos, o tempo passa muito muito rápido e tudo que vocês falam fica interessante e a conversa flui naturalmente.
E quando estão separados, procura qualquer desculpa para mandar uma mensagem do tipo - aqui, só acrescentando o que não disse, mas deveria ter dito ... - e cada um no silêncio da sua sala virtual sorri para estes afagos. E quando o perfume invade suas memórias? E quando tudo lembra a pessoa? E quando a vontade de passar mais tempo ao lado dela é crescente? E por quê você sempre ri das piadas que a pessoa faz?
E as horas na rede social buscando informações sobre ela? E o interesse por seus hobbies, suas músicas preferidas, sua estação do ano mais desejada, que sorvete gosta mais, qual a sua mão mais bonita? E você vai mergulhando nas águas profundas dos pequenos detalhes de encontros e conversas.
Quando assusta, vocês se seguem em todas as redes sociais, conhecem mutualmente seus gostos e preferências, leva-a em consideração para tomar decisões importantes, sente atração e tensão sexual, quer mergulhar mais e mais no seu colo, nos seus braços e abraços. Aí começa a estabelecer um bom relacionamento com as pessoas próximas a ela, quer ler livros ou ver as séries ou filmes que ela recomenda. Enfim, seus valores coincidem.
Você gosta da companhia dela, traz alegria e diversão, mas também calma e bem-estar e sempre quando algo importante acontece com você, você deseja contar para ela, aí não existe mais presente, vocês estão num tempo-espaço único e você imagina o futuro junto à essa pessoa. Daí em diante simplesmente fluem. A vida a dois então se inscreve na fenomenologia do universo. Acho que isto deve ser amor.
É isto aí!
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