Ocê num preguntou, mas já sei que quer saber de onde saiu a Lombriga da Jurema. A coitada era uma magrelinha, parecendo uma biscicreta veia sem os aro. Lembro todo sempre que desde cedo era meio caqueticazinha, meio amarelinha, mas aos trancos e destrancos ia crescendo. Feinha, coitada, mas ia. De longe parecia uma taquara curvada pegando peixe no rio. A pele dela era desbotada, isso, desbotada.
Mas um dia Jurema teve uns arrepios, uns trimiliques, uns travadões na sala de aula. Levaram a menina ao postinho, do postinho pra farmácia, e foi seu Luizinho, o boticário do arraial, quem deu o diagnóstico: essa menina tem lombriga na cabeça. Tem que ir pra cidade.
Deu que tomei dor das dor dela, tadinha da Jurema. Naqueles dias, acabrunhado, o Saci apareceu na minha frente e falou que essa dor que tomei da moça era marca de amor, e que nunca ia curar. Joguei uma peneira pra prender o Saci, mas ele foi mais esperto que eu. Desde então sofro desse mal de amor.
Jurema morreu na cidade grande, longe da gente, longe de mim, longe do meu querer.
Jurema Lombriga, onde tu tá, tô eu também.
É isto aí!
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