quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Coluna Social da Marquesa



Coluna Social da Marquesa

Diário da Cidade DC 
Em sociedade tudo é brilho - DC 16 dezembro

Em evento de realizado ontem na casa da Famiglia Tartanha, entre pessoas comuns e canapés baratos, rolou cervejinha tépida e guardanapos reutilizados para cerca de trinta indivóduos de pouco glamour para aqueles já foram... já tiveram... etc e tal.


Nota de esclarecimento - DC 17 de dezembro

A Família Tartaña desconhece a pessoa da sra Marquesa e sequer sabe quem pode repassar a esta senhora (sic) informações sobre evento social particular com a nata da sociedade local, em nossa residência de inverno, no Sollarium Aurumm. E indivóduos é a origem da calunista.

Coluna Social da Marquesa
Diário da Cidade DC 
Em sociedade tudo é brilho - DC 18 dezembro

Em encontro de casais para práticas singulares, digamos assim, determinada famiglia tentou neste Diário, ontem, reverter as informações obtidas por pessoas qualificadas que testemunharam a muvuca decadente desta gentinha pobre que falsifica caviar, servindo sagu com shoyu e azeite. Até que de noite, sem luz e todo mundo na mão de todo mundo, engana, não é gente? Ai, que pobre!

Nota de esclarecimento - DC 19 de dezembro

A Família Tartaña, de notória sobriedade e caráter ilibado, com história que sobrepõe a ética, a moral e os bons costumes deste município, comunica que em evento social para as pessoas de maior prestígio social e intelectual da nossa cidade, não teve na sua festa a presença da Miss Marquise, nem das suas irmãs (sic), nem da senhora sua mãe (sic), que mantiveram o bordel aberto no decorrer ininterrupto da semana.

Coluna Social da Marquesa
Diário da Cidade DC 
Em sociedade tudo é brilho - DC 20 dezembro

Ai, que odinho, gente. Parece que o Sagu com Shoyu deu diarreia cerebral na choldra decadente. Gentinha, para com esto. Sua casinha há muito é ponto de encontro dos pervertidos, drogados e prostituídos da margem da nossa distinta sociedade. E não é que eu não fui convidada, o fato é que não frequento saunas de massagem eclética.

Nota de esclarecimento - DC 20 de dezembro

A Família Tartaña comunica que já providenciou os trâmites legais constantes no Código Penal para processar esta prostituta de alcunha Marquesa, que degenera, destrói, decompõe e desconsidera a magnitude de um grande evento social, uma vez que não é convidada. E tem mais, vagabunda, não vai ser convidada para o Reveillon, que vai ter Mané Felló e Vanete Zangado.

Coluna Social da Marquesa
Diário da Cidade DC 
Em sociedade tudo é brilho - DC 20 dezembro

Gente, que coisa mais fina e elegantésima será a festa de final de ano na elegante mansão da tradicional família Tartaña no Reveillon que se aproxima. À boca pequena, a alta nata da sociedade local afirma que será a maior festa do século na nossa região. Quem viver, verá...

É isto aí!




O analista da Pitangueira e as duas faces da obsessão

Dorinha no Divã: 

Assim que eu o vi naquela tarde, de repente, não mais que de repente, de uma forma súbita, meus olhos embaçaram como estivesse num misto de ira e susto, aí experimentei uma tontura com ânsia de vômito. E foi tão ruim que não conseguia nem respirar, me senti fora da realidade, penetrando num espaço frio e arrepiante. Sinceramente, eu comecei a ficar com pavor de estar naquele estado, e não sabia aonde ia parar, nem o que estava acontecendo. 

Depois, sempre que passava por ele na rua, aquela nebulosa cinza cobria novamente minha percepção de realidade, aí, quando começava, eu esperava pelo pior, aquilo era muito maior do que eu Ocorre que o caos toma conta de mim, como uma tempestade que passa e deixa vários estragos. Eu me sinto arrasada, e passei a ficar com muito medo de que aquilo ocorresse sempre de novo, mas sempre ocorre quando o vejo. Queria a minha vida de volta e ele virou tudo para outra dimensão. Foi por isto que resolvi procurar o senhor.

O Analista:

- Entendo. Você sabe pelo menos o nome dele?

- Claro, quer dizer, eu ouvi dizer que ele se chama Armandinho... suspiros... e lágrimas. É só isto que sei.

Armandinho no Divã:

Assim que olhei nos olhos dela, senti uma coisa que parecia sem fim, minhas pernas tremiam, meus cabelos todos se arrepiaram, não conseguia engolir ar nem mesmo a saliva, fiquei taquicárdico, e fui ficando cada vez mais ansioso, com movimentos involuntários num corpo incontrolável que parecia não ser o meu. Comecei a transpirar, com vontade de chorar e gritar, enfim, foi escandalosamente prazeroso.

Bem, daí, depois daquela inesquecível primeira vez, comecei a querer que acontecesse de novo, de novo e de novo e desejava sempre uma coisa diferente, que me permitisse sentir uma enorme onda de calafrios e emoção. Então a procurava e esperava toda aquela maravilhosa viagem no corpo e na mente. Fazia isto por amor, sabe, por que desde que a vi, andava diuturnamente com ansiedade, não conseguia mais me concentrar em outras coisas, deixei de sair de visitar amigos, parei com os passeios pelas madrugadas. Até aí tudo bem, mas quando percebi que não sentia mais a necessidade de visitar as meninas da boate da Lindinha, vi que tinha algo errado, foi então que resolvi procurar o senhor.

O Analista:

- Entendo. Você sabe pelo menos o nome dela?

- Lógico. Quer dizer, sei de ouvir falarem por aí, hummm, então, mais ou menos.

- Pode explicar este mais ou menos?

- Bem, ela se chama Auxiliadora Terena, tem a alcunha de Dorinha, mora na Rua das Couves, 158, trabalha na Boutique da Madame, no centro, estuda um destes cursinhos espera-armandinho na Faculdade Tal&Tal, gosta de hambúrguer com fanta uva, compra sua lingerie sempre no Tenda da Intimidade, tem enxaqueca, usa absorvente com abas, faz Pilates às terças, inglês nas segundas e quartas, tem apenas duas grandes amigas, não come carne nas sextas-feiras e pedala nos domingos de manhã. Também tem cartão da Claro e da Vivo, e prefere usar mais o da Vivo, sei lá o motivo... e também...

- Também...?!?!?!

- Nada, também não sei mais nada.

- Tem o CPF dela?

- Sim, 857... espera aí, onde o senhor quer chegar com isto?  

- Eu? Não sou eu quem quer chegar a algum lugar, é o senhor que está relatando esta sua obsessão.

- Obsessão? Eu? Que sujeito mais doido, de onde tira estas conclusões malucas sobre seus pacientes?  Eu, hem, quer saber, fui...

É isto aí!


terça-feira, 4 de agosto de 2015

A doida da rua

Vou poetar um poema meu:

A doida da rua 
anda nua anda nua 
 vadia dos sicários e
bêbados fornicários

A doida da moça
tem a pele crua 
 que sangra pela rua
e sem pecados jejua

A doida sofrida
mora na rua nua
morre nua na rua
todo dia todo dia

É isto aí!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O Profeta apaixonado

FELIZIN, ROSTISLAV IVANOVICH (1830 Russia 1904)
O profeta mandou reunir toda a congregação no plenário do templo. Já estava velho, mas ainda comandava com mão de ferro todas as ações da comunidade. Uma chamada daquela, às cinco horas de uma manhã gelada tinha que ter algo diferente. Os dois sinos de bronze não pararam de soar até que todos estivessem presentes. Uns assustados, outros com medo, as mulheres aflitas e os homens ansiosos. 

Eram cinco e dezessete, e eis que tranquilamente adentra no templo. Era um velho de origem desconhecida, sotaque ininteligível, humor destemperado e um apetite sexual inesgotável, segundo informações sigilosas das suas duas esposas da terceira geração. As duas esposas da primeira geração eram irmãs gêmeas, e faleceram há uns dez anos. As duas esposas da segunda geração tinham idades em torno de 40 anos, e as da terceira geração entre 30 e 32 anos.

Ele tinha longa barba branca e cabelos presos por uma tiara de brilhantes. Trajava uma túnica roxa de fios de lã do extremo-oriente com mangas largas, sapatos de couro amarelo flexíveis e moldados anatomicamente, amarrados no tornozelo com tiras de lã dourada. Entrou em silêncio, vindo pelo adro central e percorreu todo o caminho sobre pétalas de flor jogadas num carpete lilás Estava apoiado em seu cajado, sendo acompanhado por suas esposas e os primogênitos masculinos de cada uma delas. 

Meus filhos - bradou, meus filhos, chegou a hora de despedir de todos vocês. Minha peregrinação chega ao fim nesta manhã. Deixo para vocês a sabedoria e a riqueza, a esperança e a fartura, a amizade e o amor, enfim, vocês não precisam se preocupar com mais nada. (Choros, lágrimas, gritos histéricos, lamentações, etc.)

Como sucessor, nomeio incondicionalmente o Geraldinho da Adelaide. (Vaias, gritos, vaias, assobios, vaias, achincalhes, enfim, tumulto geral).

No meio da convulsão, Geraldinho abaixa a cabeça, esconde-se e sai pela porta lateral sem ser notado, dá a volta, intercepta o Profeta.

- Mestre, por que eu?
- E porque não você, Geraldinho?
- Mas o senhor nunca falou que seria eu.
- Mas também nunca disse que seria outra pessoa.
- Mas se eu recusar?
- Adeus, Geraldinho, volte e assuma sua posição perante a assembléia.

Geraldinho voltou, dirigiu-se ao altar, as esposas da terceira geração do profeta o adornaram e se prostraram aos seus pés. O povo se redimiu e curvou-se em silêncio. Ele correu os olhos e buscou por Adelaide, a moça mais linda de todos os tempos da comunidade, uma diva da beleza e da graça humana. Ela não estava, mas ele não teve tempo para perceber o que acontecera.

O profeta fugira apenas com uma pequena quantidade de ouro e junto carregou Adelaide, o primeiro grande amor da sua vida, para um local distante, muito distante e foram felizes para sempre...

É isto aí!

domingo, 2 de agosto de 2015

Radio Imparcial no esporte bretão

Boa tarde, amigos, abrem-se as cortinas do espetáculo.

A bola sai pelo pé daquele rapaz esquisito de cabelos estranhos, que toca de lado e chega até o todo-tatuado, dá de lado e passa rápido - deve ser que não sabe jogar e a bola foge do gordinho, que tenta correr, mas espera, ele correu ou deu uma rebolada, Armandinho?

Faaaaalta, Supremo, foi faaaaalta...

O branquelo tatuado-só-no-braço bate a falta e toca errado a bola, e por isto um negão gigante do time de azul intercepta, passa logo para o companheiro, que é lógico, também está de azul. A redonda não sai do meio de campo, Armandinho?

Uma veeeeerrrrrgonha de retranca, Supremo, uma veeeerrrrrgonha...

O nosso time corre todo em cima do juiz, parece que perdi alguma coisa enquanto olhava para aquela grã-fina gostosa da cadeira 121. O que eu perdi, Armandinho?

Um penalty criminoso que nem o juiz safado nem os bandeirinhas sem-veeerrrgonhas viram, Supremo... criiiiiiiiminoooosoooooso....

Agora o goalkeeper do nosso time caiu no chão, Armandinho, o clima esquentou aí embaixo???

Teeeeeeennnnnso, Supremo, teeeeennnnnnso ...

Recomeça a peleja. Caramba, cadê o nome destes jogadores? Que assistentezinho ruim este, viu. Bem, vamos lá, o nosso centre-half recebe do goalkeeper, toca rapidamente para o sweeper, que desatento não vê a chegada daquele cretino do centre-forward do time deles, de azul, que toca de calcanhar para o second-striker, e este de forma ridícula ..., mas espera, ele chutou sem querer para o gol. Gol destes filhos de uma puta destes azuis. O que você viu, Armandinho?

Vamos anulaaaaaaaaaaaar este jogo, Supremo, vamos anulaaaaaaaaaar este jogo...

Aqui você segue ouvindo a Rádio Imparcial, onde só falamos a verdade sem tomar partido. Retoma o jogo o retardado do nosso withdrawn striker, e agora que já tomamos um gol ridículo o idiota quer fazer tudo sozinho. Alguma mudança, aí, Armandinho?

Mudança não, Supremo, mas se perdermos, eu mesmo vou ajudar a dar porrada nestes azuis...

É isto aí!

A deusa perfumada e o plano de fuga

Quando a viu pela primeira vez, estava vestida com um enebriante Chanel nº 5 que reconheceu logo que adentrou no elevador. Claro que sequer notou sua presença, afinal era um senhor da idade do seu pai, pelo menos.

Se tivesse lido seus pensamentos, o chamaria de velho tarado, no mínimo. Segurou a ansiedade pelos longos e silenciosos nove andares até o térreo, onde a esperou partir e seguiu seu rastro até a saída do edifício.

Depois de umas três semanas sem se encontrarem no ninho de tráfego virtual, ouviu o toque de um elegante salto alto e segurou a porta. Seu pressentimento de que aquele aroma incrível de J’Adore era parte da sua deusa estava correto. A musa entrou no cubículo, deu um sorriso de Monalisa como agradecimento e apertou o Térreo que já estava aceso.

Com a sua gostosura em luxo e riqueza, ofereceu-lhe a paisagem das costas nuas em pele de pêssego. Suou bicas com aquele volume de prazer na sua frente. Assim que a porta abriu, aguardou a saída da moça e nem percebeu que o elevador foi acionado, levando-o a um passeio até a cobertura.

Passado pelo menos um mês, estavam os dois aguardando o elevador. Havia no ar e no corpo da deliciosa garota um Pleasures, e ela, linda trazia consigo um ar romântico inigualável. Entraram mudos, e quando a porta fechou, não conseguiu mais segurar os gases reprimidos pelo chucrute de repolho roxo ao alho. Aquele peido-alemão liquefeito empesteou todo o compartimento de viagem.

A mocinha começou a gritar e apertar todos os botões em histérica ansiedade de fuga. Acho que abriu no sétimo, aí saiu correndo e ele ficou ali, meio abobado com aquela cara de réu mal-cheiroso...

É isto aí!

quinta-feira, 30 de julho de 2015

O Corset onírico

Eu não sei o que está acontecendo, estou carente, contente e confusa, disse a mocinha com ar nobre e estampa virginal, enquanto revirava os olhos e se contorcia entre prazeres mundanos e sentimentos celestiais no sacro âmbito de deleite nupcial. Não para, não para... não... ai, que bom... ai... e acordou assustada, suada e envolta num misto de desejo e medo.

Foi para o banho trêmula e envergonhada. Nunca houve em sua vida momento que fizesse par a este sonho. Um homem na sua cama, e sobretudo nu, tocando-a e o pior, gostou daquilo. Saiu de casa direto para o Templo Salvífico, onde participava como operária da fé. Contou em detalhes toda a experiência onírica ao Mentor Espiritual. 

Ao fim da confissão, ele a repreendeu, colocou-a de joelhos diante da Altar Sagrado dos Doze Discípulos e com o Látego do Livramento, deu-lhe seis chibatadas nas costas para que o demônio saísse das suas entranhas. Experimentou dor e um indeterminado prazer com aquela situação, mas para evitar uma nova investida contra o diabo em si, revelou-se curada e livre do mal diante do Templo.

Naquela noite estava vestida de um erótico corset preto em estilo gótico e uma saia justíssima de couro, também preta, em pé sobre um tapete todo branco, bem felpudo, muito alto e macio. Aos seus pés o mesmo desconhecido abraçado às suas pernas, olhando-a com olhar de misericórdia. Vislumbrou com intensidade toda a volúpia desconhecida pela sua castidade.

Acordou toda dolorida, mas feliz. Tomou um banho relaxante, saiu de casa com um sorriso enigmático. Ao chegar no hall do edifício deparou com o novo morador, que estava chegando de mudança. Era um senhor de meia idade, elegante e muito bem vestido. O síndico apresentou-a ao novo vizinho - Chiquinha, quero que conheça o Dr. Marcos e o seu ... marido, o Claudinho. Olhou bem nos olhos do Claudinho, o herói dos seus devaneios eróticos, deu-lhe um tapa estalante - seu... seu... e saiu gritando pela avenida.

Acorda, Chiquinha, acorda... Chiquinha..., acorda...

Aos solavancos foi acordando com a visão turva em sua mãe - acorda Chiquinha... que coisa... para de dormir de barriga cheia, já falei para você. É comer e ter pesadelos. Agora levanta que está atrasada para o serviço, vamos, Chiquinha, levanta...   

Abraçou sua mãe em prantos e em soluços balbuciou... mamãe, será que um dia eu vou encontrar um príncipe encantado de verdade que queira casar comigo ???

É isto aí!

terça-feira, 28 de julho de 2015

Ex-amor é para sempre

Eu te amo, disse sem forças, mas com clareza. Ela levantou os olhos ao encontro dos olhos dele, com seus olhos amendoados, serenos e morenos, e procurou uma razão para aquilo. Eu te amo, repetiu o rapaz, e amar dói, dói muito, é uma dor que não passa, não acaba, não vai embora. 

Tiveram todas as possibilidades de terem um ao outro, mas preferiram o caminho das pedras. Partiram, ela ao leste, ele ao oeste. Foram infelizes para sempre.

Doze anos depois, numa outra cidade, de forma imprevisível, num encontro quase impossível, cruzaram seus olhares pela estreita rua. Ela lindíssima, ele amadurecido. Cumprimentam-se formalmente e cada um segue seu destino por dois ou três passos, voltam ao passado, trocam olhares perdidamente inconsoláveis, ela volta melancólica ao seu caminho e ele, bem, ele fica admirado com o formato da sua bunda.

É isto aí! 


Encrencas e Sacanagens

Entre o final do século XIX e início do século XX, centenas de mulheres da comunidade judia da Europa Central emigraram para o Rio de Janeiro e São Paulo, onde ficaram conhecidas como “polacas”. Eram pobres, quase sempre analfabetas e sem perspectiva de trabalho ou casamento, e em função disto acabavam recrutadas por cafetões – muitos também judeus, para se prostituíram em ruas de grandes cidades.

Quando a polícia chegava para dar batida nos bordéis, ouviam elas pronunciarem a palavra sacana (Sacana em hebraico significa "perigo", tem a mesma raiz que "sakin" (punhal), "sakina" (bandido) e "sakun" (risco))  enquanto as janelas e portas se fechavam. Em razão disto, os polícias passaram a chamar a essas zonas de "sacana(gem)".

E quando elas suspeitavam que um cliente tinha doença venérea, logo alertavam as companheiras falando "ein krenke" (“doença”, em iídiche), que acabou se transformando em “encrenca”.

Fatos importantes sobre as polacas estão aqui:
http://polacas.blogspot.com.br/2007/03/revista-aventuras-na-histria-edio-38.html

É isto aí!

A buzina da repressão


Os anos obscuros da República de Chumbo desnudavam-se nas Chacretes, aquelas mulheres gostosonas, carnudas e afrodisíacas das tardes de sábado. Dominavam completamente o imaginário masculino infanto, juvenil e adulto. Sentíamos a pulsação mais forte, o coração disparado e tudo florescia em desejo de estar ali e ser abraçado, tocado, beijado e seduzido por todas elas.

Com a crise internacional do Petróleo e o fim da Guerra do Vietnã, o barco da ditadura imposta pela Tradição, Família, Propriedade e outros meios semelhantes em nome de Deus, fazia água. Daí vieram as meninas semi-nuas na TV, as porno-chanchadas, as novelas eróticas, os palhaços de programas cômicos atrapalhados com piadas de duplo sentido, alguns templos salvíficos de características cristãs da idade Média e o brega na moda e na música.

Isso tudo, junto e misturado, apascentou o povo por mais dez anos, permitindo maior controle social pela ditadura. Uma só mocinha semi-nua nos programas de auditório da TV, no Cinema Nacional ou Novelas valia por cem agentes repressores na hora de conter a revolta popular. Os poderosos endinheirados que davam a aparência branca, ética e moral ao regime, desta forma, puderam continuar seus compromissos sociais (das suas sociedades exclusivas e privadas - digamos assim) e dormir tranquilos.







É isto aí!

O que não estamos vendo?

A Rede ainda é uma enorme incógnita para todos nós, simples mortais. É uma ferramenta útil, prática, mas também é um instrumento de monitoração permanente dos seus usuários, ausentes ou presentes. Você não utiliza só a internet, tem também o celular, a TV a cabo, os cartões de crédito e de débito, os cartões de transporte urbano, sem contar as milhares de milhares de câmeras espalhadas por onde você vai. 

Estes dados estão sendo compilados em verdadeiras cidades cibernéticas, fora do alcance da nossa compreensão. Neles consta seu perfil ideológico, sua sexualidade, suas preferências sociais e sexuais, seus desejos, suas posses, seu grau de conhecimento, suas viagens, seus contatos, suas fotos postadas ou recebidas, todo - sim, todo o seu histórico virtual, desde o princípio, seus delitos e benesses, etc. Quem utiliza estes dados? Deus é que não é...

Dia destes um site em pleno e bom português, supostamente sediado na Suécia, apareceu vendendo todas as informações a respeito de quaisquer pessoas, por um quantia módica em Bitcoins, a moeda internacional aos poucos sendo empurrada goela a baixo da plebe rude. Foi desaparecido na poeira da Net, por que gerou insegurança. É melhor não sabermos que há uma vigilância mundial, assim caminha a humanidade.

E, lembre-se: A Internet não esquece nunca. Tudo está arquivado, quer queira ou não. Não esquece não perdoa. 

É isto aí!

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Discursos para um dia de domingo

Passar pelo final da semana é sempre uma experiência desafiadora. É provável que as pessoas se encantem com o sábado, mas baldadamente lutam contra as tardes de domingo. No geral, a impressão que fica é que a segunda-feira corre em direção à sexta e antagonicamente aos modorrentos e solitários domingos com suas pernas rápidas, passos curtos e trotes convulsos.

Enquanto isto, tédio!

É isto aí!




quarta-feira, 22 de julho de 2015

Herika Silveira

este blog encontra-se sem postagens, pela despedida da grande figura humana, leitora assídua deste espaço, Herika Silveira.

Puxa vida! Puxa vida...  Adeus e até um dia!

terça-feira, 21 de julho de 2015

Odete e a voz rouca do Eixão de Brasília

Liguei para Odete dia destes, assim, do nada e ela não atendeu. Para espanto e frenesi, meu potente Nokia da era glacial dos celulares deu sinal de vida útil às duas da manhã. Acordei sem acordar, confuso e perdido, de maneira que custei a entender que havia vida em sussurros além daquele aparelho analógico.

Do outro lado da célula (quem tem linha é o bom e incomparável fixo), estava Odete. Conta a lenda que certa noite de plena escuridão e abandono da capital tupynambá, num gelado Julho de recesso de todo Plano Piloto, pelos anos 70, comandando um estonteante batalhão de moças de família a partir do Torre Palace (Setor Hoteleiro Norte), Odete puxou a manifestação de duas dezenas de mocinhas entediadas, nuas, em pelo de portentosos espécimes (sic) da cavalaria verde-oliva. Mas é apenas uma lenda, diz ela sempre sorrindo quando ouve falarem deste episódio. 

- Querido, desculpe não ter ligado antes.

- Odete, que saudade, que emoção, que vontade de...

- De estarmos juntos novamente? Hummm, isto é bom!

- Ééé... então, Odete, o que tem de novo em Brasília?

- Querido, de novo no Plano Piloto só mesmo a velha rodoviária repaginada.

- Mas e a crise, Odete? E a tal da Lava-Jato?

- Então, sabe a Cristina Sem, uma vadia que me roubou o Fernandão e namora com o Ruizinho, marido da Estela, que é amante do Geraldão, que é casado com a irmã da cachorra? Então, aquela cadela falou com a Carminha, minha prima, que contou para a Didi, que comentou com a Jurema, que fez uma pelação, melação, delação, felação, sei lá, premiada no Carlinhos Botox, que por sua vez me confidenciou em legítimo segredo num momento único de levantamento de cóccix sem derrubar a taça de dry martini, mas cutucando a azeitona, que a companhia de limpeza não vai perdoar nem o brigadeiro do Leblon. Tudo que está podre, vai aparecer, me disse Carlinhos, aiai... em estase intravenosa.

- Caramba, Odete, então a coisa é séria mesmo.

- Ai, amor, para de falar nestas coisas e vem cá me chamar de penosa... vem...

- Não sei, a ideia é muito... espera.... espera.... pensando bem... alô... alô... droga, o poleiro caiu.

É isto aí!

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Pensamentos soltos

Há tempos que não via tantos ratos soltos no convés. Daqui da Pitangueira percebo o movimento destes vorazes roedores em pânico, desespero e sem norte. Ratos que já deveriam ter sido defenestrados, mas foram mantidos por uma rede de intrigas golpistas e desleais ao povo, estão em desespero; e fazem ameaças como se fossem isentos de culpa e blindados por uma mística capa protetora. Mas as únicas vítimas desta catarse são os pobres e a classe média, a médio e longo prazo, pois governos passam e eles, os ratos, querem se perpetuar em todos eles.

Ou a população da pátria-amada-salve-salve acaba com este bando de corruptos ou qualquer que seja o governo sério, este ou outros que virão não permitirão país algum a não ser um lamaçal sem fim. A Cacica está sendo dura contra eles, mas uma imprensa doente e uma classe média estropiada, cujo cérebro foi deformado por anos globais ainda acreditam que a corrupção só existe agora por que só agora se fala dela. Roubam descaradamente há décadas e agora posam de vítimas.

Por estas e outras sinto-me constrangido nas redes sociais, por exemplo, onde pessoas que se afirmam cristãs (???) mentem em tempo integral para defenderem seus ideais patéticos. Querem a pátria amada livre das denúncias de corrupção sobre aqueles que eles/elas elegeram e gostam de eleger. Nada, nada, não é nada mesmo. 

Mas duas coisas o dicionário esclarece para estes defensores da paranoia tropical: uma cunha não passa de uma peça de cortada em ângulo agudo para fender elementos sólidos. E para funcionar precisa que alguém ou algo a impulsione, e operários calheiros são apenas os construtores de calhas, que são aquelas estruturas invisíveis por onde escorrem coisas - chega, não é? Chega de calhas e cunhas encalhando a pátria amada.

É isto aí!

domingo, 19 de julho de 2015

Embargos do Céu

- Nome

- Desculpe, mas quem é o senhor?

- Nome, por favor.

- Que lugar é este, como cheguei aqui, quem é o senhor e..., espere um pouco (afastou o homem com o braço esquerdo, enquanto com a mão direita apontava para uma mulher e foi entrando no ambiente)
   Pretinha... Pretinha... puxa vida, quanto tempo, que saudade, que emoção te ver aqui... olha, eu conheço aquela ali, é a Pretinha... Pretinha!!!!!!!

- Moreno!!! Você está lindo!

- Pretinha, o que está acontecendo aqui? Quem são estas pessoas? Que lugar é este?

- Seguranças, voltem este senhor ao local de recepção, por favor. 

- Esperem, sem violência, sem violência...

- Mas nós nem estamos encostando a mão nele ainda.

- É mesmo... que coisa esquisita. Mas não pode entrar sem passar pela recepção. É norma.

- Nome

- Só depois de falar com a Pretinha.

- Nome, por favor.

- Espere aí, aquela é a Dolores... Dolores!! Dolores!!!

- Moreno? Como chegou até aqui?

- Dolores, me explica que negócio é este, que lugar é este e como eu entro aí onde você está. Espera, Dolores... volta aqui... volta...

- Senhor, desculpe, mas ocorreu um engano, e o senhor vai ter que voltar.

- Voltar? Mas a Pretinha está lá dentro, a Dolores também... espera aí, elas já... meu Deus... meu deus... então é isto... elas já, eu estou... meu deus... meu deus... moço, quer dizer, seu moço, sei lá, olha aqui, quer saber de um negócio? Quero voltar mais não.

É isto aí! 



quarta-feira, 15 de julho de 2015

A coisa clônica

Raimundinho mentiu para a esposa dizendo que ia trabalhar naquele sábado. Mentiu também para a amante afirmando que necessitava fazer uma viagem urgente de negócios. Mentiu para o gerente da sua seção ao alegar que precisava muito daquele dia para resolver questões familiares muito graves.

Mentiu para o porteiro, para o mala do vizinho, mentiu até para a sua secretária. Mentiu para sua sobrinha mais velha, mentiu para o cunhado (indiferente), mentiu para o motorista do táxi e finalmente, na sua contabilidade de limites da mentira, mentiu até para a sua cunhada gostosa (um misto de cunhada, ex-namorada, amante ocasional, confidente e melhor amiga).

Dez pessoas era um limite razoável, já previamente combinado - olha, eu vou fazer o que estão pedindo, mas preciso contar umas mentirinhas por aí. Negociou daqui, especulou dali, até que teve a autorização de escolher dez pessoas. Na realidade só queria mesmo era contar tudo para a cunhada gostosa, mas já que não podia, estendeu aos outros a mentira. 

Saiu de casa cedo, entrou no ônibus, desceu três estações antes do ponto, chamou um táxi que o deixou não muito longe do seu destino, mas o suficiente para não servir de testemunha, pois tudo que não queria eram testemunhas. Andou cerca de trinta minutos até chegar ao destino. Entrou naquela casa em silêncio e ali ficou aguardando novas orientações.

No domingo cedo dois homens e uma mulher o acordaram, esperaram se vestir, tomar um café e partiram juntos para a Convenção Mundial dos Clones. Raimundinho era uma criação de laboratório desenvolvido para ser o primeiro clone humano. Na convenção iria conhecer Marinalva, a primeira mulher clone do mundo. Estavam fadados a iniciar uma nova era, com corpo e sem alma. 

Apresentados, uniram-se e foram infelizes para sempre!

É isto aí!





Amor, ódio, vírgulas e invencionices

Sabe o que mais odeio? Perguntou a moça em tom agudo.

Não, nem imagino, respondeu o rapaz em suave e retumbante grave.

Eu odeio o Natal!

Sério? O Natal? Logo o Natal?! Puxa vida, eu sou indiferente, mas daí a odiar a distância é longa.

Longa? Aquela festa família, com as tias chatas, as primas gordas e ricas e meu presente chinfrim sendo menosprezada por todo mundo?

Bem, é uma questão de ponto de vista. Parece que você só detesta a reunião de família nesta data, mas não seu real significado. Vai que para seus pais os presentes e a família eram o melhor que poderiam te dar?

Meu pai? Meu pai??? Meu pai o caralho... acho que nem minha mãe tem muita certeza de que ele é meu pai.

Bem, tem mais alguma coisa que você odeia?

Tem, eu odeio o pré natal.

Pré-natal, aquelas filas nas lojas, os embrulhos, a curiosidade, o tumulto nas ruas?

Nossa, como você é burro! Nada disto. Odeio saber que existe a gravidez. Daí o pré-natal, o enxoval, aquele ratinho mexendo as patinhas na barriga da gente...

Mas você é uma menina e meninas tem o corpo preparado para a geração de um novo ser vivo.

Iiiiihhhh!! Vai dar sermão agora? Do tipo que diz que meninas são para casar e meninos para cruzar?

Não é nada disto, deixa prá lá.

Sabe lá o que é ter uma filha, e sempre achar que fizeram mal negócio, pois queriam um menino? Pois é, estes são meus pais. 

Credo, deixe de ser assim. Você se julga uma menina-monstro?

Seu bobo, lógico que não, não sou nenhuma aberração também, hem... Por exemplo, eu detesto carnaval também. Aquela coisa mais sem sentido, aquele povo suado, se remexendo, rebolando, se avolumando, se encostando, credo, gosto não, mas não me aborrece tanto quanto as festas de Natal.

Eu até que gosto daquelas marchinhas lentas.

Marchinhas lentas? Estas até que eu gosto de ouvir também. Mas eu gostaria de inventar uma coisa diferente, destas que mudassem a humanidade... 

Se pudesse, o que inventaria para revolucionar o planeta?

Olha só, tenho uma ideia, e não peço royalties por ela, só peço um protótipo funcional grátis, mas desejo que haja alguém que invente um Filhometro

O que seria este Filhometro? 

Um Filhometro é nada mais, nada menos, que um medidor de filha-da-putice. Puro e duro, é basicamente um aparelho que detecta o quão filho-da-puta uma pessoa é.

Menina, que coisa interessante. Vou aprofundar neste experimento.

* A Teoria do Filhómetro deriva deste blog abaixo, que li, gostei e achei que cabia neste texto que estava há muito no rascunho esperando uma ideia que o concluísse: 

terça-feira, 14 de julho de 2015

O abismo dos caminhos cruzados.

Abismo - Edmilson Costa
Santo Deus, murmurou Ditinha, nua, suada e esbaforida sobre um desconfortável colchão mole daquele motel barato. Beijou-o gostosamente e deram-se em pele, pelos e poros.

Você é um sonho se compondo no meu corpo, é um anjo me revelando a vida, um presente dos céus sugando meus seios, disse acariciando um enebriado Olavinho Cambraia, desconhecido até a hora que o destino os uniu naquela tarde.

Estava no ponto de ônibus e uma chuva repentina despedaçou o céu sem controle ou aviso. Não tinha para onde correr e viu um homem desesperado, preso ao cinto de segurança do carro que navegava na avenida. Foi ao seu encontro, salvou-o e pronto - os olhares se perpetuaram. Sem perceber, fugindo do temporal, entraram no velho hotel de frente para a quase fatalidade.

Olavinho era rico, casado, monogâmico convicto, empresário bem sucedido, conhecia o mundo, falava três idiomas além da língua pátria e tinha uma tristeza no olhar a perder de vista. Ditinha era uma mulatinha pobre, casada, que procurava emprego naquela tarde. No calor dos abraços, beijaram-se, aqueceram-se, entrelaçaram-se até a exaustão.

Amanheceram agarrados sem desejarem se largar. Foi então que ele deu por conta de que estava sem carteira, sem celular e sem noção de onde se encontrava. Ela o puxou sem pudor, beijou-o sem pressa e o prendeu entre suas coxas. Nunca traíra o marido em dezessete anos de casamento e agora estava ali, apaixonadamente vadia. Depois de intensas horas de volúpia total, tirou da bolsa o dinheiro do aluguel, pediram a conta, pagou e foram enfrentar cada um o seu destino. 

No calor da paixão, não se preocuparam como nomes, endereços, contatos, nada... Em suas percepções de felicidade, confiaram no destino.

Olavinho buscou-a incessantemente por anos a fio e ela, uma mulata cada vez mais triste, conflitou-se pelo pecado, pela traição, pelo desejo, pelos solavancos e depredações que alucinam o corpo, a mente e a alma, amou-o em verdade o máximo que conseguiu, mas por pouco tempo, quando por não ter mais forças de entender os caminhos cruzados da vida, optou por um atalho que desse fim àquela agonia. 

É isto aí!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O Templo Piramidal Salvífico Intergaláctico

Como escolhido e ungido pela proclamação universal do poder central divino e maravilhoso, declaro a manifestação celestial dos quatorze artigos da lei da nossa existência:

1 - Eu sou o único pastor ungido pelas milícia celestial dos sete reinos. Tudo que toco vira objeto sagrado. Por isto determino profeticamente em revelação cósmica:
A - Bebam apenas a água engarrafada que é entregue pelas missionárias do Templo, pois dela se banha este corpo tocado pelas mãos maviosas. Diante da entrega o fiel deverá promover uma manifestação de auxílio ao Templo.
B - Usem somente os lenços ungidos pelo suor da minha pele santificada, entregues pelas Virgens Vestais. Diante da entrega o fiel deverá promover uma manifestação de auxílio ao Templo.

2 - Minha casta esposa é agora também esposa sagrada do Templo. Eu a entrego em sacrifício como prova da minha lealdade ao mestre da integridade humana.
Por isto determino profeticamente em revelação cósmica:
A - Que todos os homens do Templo entreguem suas esposas à fidelidade do Templo. Dela o Templo fará uso pelo bom nome e exemplo da salvação do povo escolhido.
Diante da entrega o fiel deverá promover uma manifestação de auxílio ao Templo.

3 - Eu sou o Templo
Por isto determino profeticamente em revelação cósmica:
Tudo sou eu, tudo é meu e todos são meus. Entreguem o que há de melhor de suas vidas e além disto repassem dois salários integrais anuais ao templo, por que assim está escrito.

E é só!

Mas, senhor, não eram quatorze códigos sagrados?

Como se atreve a dirigir-me a palavra desta forma, infiel? Acaso sois vós o ungido? 
Não, Mestre. 

Acaso, sois vós o Templo Piramidal? 
Não, Mestre.

Acaso sois vós o operador salvífico?
Não, Mestre, sabes que não.

Acaso sois vós o interlocutor intergaláctico?
Claro que não, Mestre...

Então, por causa de pessoas como você, que ferem a nossa Fé com a sua ignomínia, os céus me proibiram de manifestar os próximos Códigos, mas poderá esta ordem ser revertida se os fiéis promoverem manifestações voluntárias e significativas de valores que toquem os céus. 

Glória, Templo?

Glória, Mestre!!!! 

É isto aí!