Quando a viu pela primeira vez, estava vestida com um enebriante Chanel nº 5 que reconheceu logo que adentrou no elevador. Claro que sequer notou sua presença, afinal era um senhor da idade do seu pai, pelo menos.
Se tivesse lido seus pensamentos, o chamaria de velho tarado, no mínimo. Segurou a ansiedade pelos longos e silenciosos nove andares até o térreo, onde a esperou partir e seguiu seu rastro até a saída do edifício.
Depois de umas três semanas sem se encontrarem no ninho de tráfego virtual, ouviu o toque de um elegante salto alto e segurou a porta. Seu pressentimento de que aquele aroma incrível de J’Adore era parte da sua deusa estava correto. A musa entrou no cubículo, deu um sorriso de Monalisa como agradecimento e apertou o Térreo que já estava aceso.
Com a sua gostosura em luxo e riqueza, ofereceu-lhe a paisagem das costas nuas em pele de pêssego. Suou bicas com aquele volume de prazer na sua frente. Assim que a porta abriu, aguardou a saída da moça e nem percebeu que o elevador foi acionado, levando-o a um passeio até a cobertura.
Passado pelo menos um mês, estavam os dois aguardando o elevador. Havia no ar e no corpo da deliciosa garota um Pleasures, e ela, linda trazia consigo um ar romântico inigualável. Entraram mudos, e quando a porta fechou, não conseguiu mais segurar os gases reprimidos pelo chucrute de repolho roxo ao alho. Aquele peido-alemão liquefeito empesteou todo o compartimento de viagem.
A mocinha começou a gritar e apertar todos os botões em histérica ansiedade de fuga. Acho que abriu no sétimo, aí saiu correndo e ele ficou ali, meio abobado com aquela cara de réu mal-cheiroso...
É isto aí!
Pois é, nada de natural no natural! Agradeço a maravilhosa leitura amigo!
ResponderExcluirObrigado, Enide!!!!
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