domingo, 9 de agosto de 2015
Jurandir e as juras juramentadas
Aos cinco anos jurou à mãe que nunca a deixaria triste.
Aos sete anos jurou que não tinha dado um beijo na boca da prima.
Aos dez anos jurou que não havia passado a mão nas coxas da professora.
Aos treze anos jurou à prima que aquilo era a coisa mais natural do mundo.
Aos quinze anos jurou ao pai, em leito de morte, que seria médico.
Aos dezessete anos jurou amor eterno à prima.
Aos dezoito anos jurou à mãe, enferma terminal, de que seria padre.
Aos vinte anos jurou nunca mais voltar àquela cidade.
Aos vinte e quatro anos jurou solenemente ser um bom advogado.
Aos vinte e cinco anos jurou no altar o eterno amor à Maria Constância.
Aos vinte e seis anos jurou ser fiel à esposa.
Aos vinte e sete anos jurou que nunca mais casaria, depois do divórcio.
Aos vinte e oito anos jurou que nunca mais iria beber.
Aos trinta anos jurou que mudaria de vida.
Aos trinta e dois anos retornou à cidade natal e casou com a prima.
Nunca mais fez juras, o Jurandir.
É isto aí!
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Gratidão!