Olhou ansiosamente as horas e finalmente decidiu tomar banho. Uma eternidade depois, olhou novamente todo o guarda-roupa, retirou uns oito cabides, colocou as roupas sobre a cama; e finalmente vestiu a que havia escolhido na véspera, não uma roupa qualquer, mas aquela roupa. Sem tirar o olho do relógio, atende o telefone.
- Amor, já estou pronta, disse na certeza de quem era do outro lado.
- Pronta? Sério? Tem certeza? Está mesmo pronta?
- Pronta para... espera aí, quem está falando?
- Tudo bem você não sabe, mas isto não é problema.
- Esta voz ...., este sotaque ...
- Claudia, sou eu, o Ricardo, lembra de mim?
- Ricardo? Ricardo? Hummm ... Ricardo???
- Fique tranquila, querendo ou não, lembrando ou não, este sou eu.
- Bem!!! Em que posso ser útil, Ricardo?
- Claudia, você não é a Cacá, irmã da Zuzu, filha da dona Clara?
- Isto mesmo, caramba, então nos conhecemos.
- Sim, nos conhecemos.
- Então, Ricardo, o que você está mandando?
- Liguei para te ouvir e para te falar uma coisa que deveria ter dito há muito tempo, Cacá.
- Nossa! Fala, que eu te escuto...
E conversa vai, conversa vem, e depois de muito lero-lero, muitas palavras doces prá lá e prá cá:
- Diga, Ricardo, afinal, quem é você? Nossa, estou adorando te ouvir, mas ainda não liguei sua voz à pessoa. Me ajuda aí, vai, quem sabe ...
- Tudo bem, Claudinha, agora vou te falar o que estava com vontade desde sempre: Cacá, vá à merda! Vá prá puta que a pariu, vai queimar a boca no inferno.
- Como é que é??? Alô!!!!! Alô!!!!! Puxa vida, gente, mas o que foi isto? Que voz deliciosa... gente, que coisa, estou com muita raiva, mas ele tem um sotaque tão gostoso.... uma voz tão forte e serena ...e fiquei sem identificação. Magoada!!!!
É isto aí!
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