quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Cheiro

Autor - Alonso Alvarez 
Poema - Cheiro

ontem à noite
sonhei de corpo inteiro
– acordei com teu cheiro

A bunda, que engraçada

Autor - Carlos Drummond de Andrade 
Poema - A bunda, que engraçada

A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.

Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora – murmura a bunda – esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.

A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.

A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.

Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.

A bunda é a bunda,
rebunda.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Amo-te três vezes

Poema meu 
Amo-te três vezes

                                      Amo-te três vezes                                      
Crê serem muitas?
Cada uma com três formas
Cada forma com três jeitos

Cada jeito com três maneiras
De cada maneira três atos
Em cada ato três falas
Em cada fala um ensejo

Amo-te três vezes
Tanto te amo e te beijo
Que até nos devaneios
Tu és um triplo desejo.
Three Women Fernand Leger - 1921  http://www.wikiart.org/pt/fernand-leger



Simpatia de Ano Novo para casar

Diga-me mestre, como fazer para conquistar um homem rico, bonito, alto, forte, solteiro, heterossexual, educado, inteligente, culto, novo, viril, de boa família, fiel, religioso e apaixonante?

Tem certeza disto, minha filha?

Sim, Mestre. Tenho convicção que quero um homem assim.

Minha filha, este homem não existe.

Existe, Mestre. Minha amiga arrumou um para ela e ele é assim. Eu quero um igual para mim.

Sei.... arranjou mesmo? Tem certeza?

Bem, não é isto tudo, mas se a gente pode pedir o pacote completo, para que regatear, não é verdade?

Entendo. Olha, o tempo não tem compromisso com o espaço.

Como assim, Mestre?

Ele poderá ser rico um dia, mas não necessariamente na hora que te encontrar.

Ah, não, quero pobre não, se vira aí. 

Então, filha, você vai precisar de uma folha de papel virgem...

Papel virgem? Mas o que é isto, Mestre? Tem ninguém virgem mais não, que dirá de papel. Conheço papel crepom, almaço, cartão, papel jornal, papel manteiga. 

Pode ser qualquer um, minha filha. Mas de preferência o Sulfite.

Sulfite, Mestre? Que papel é este?

Estes de formato A4 para impressora, sabe minha filha?

Ah... olha só... desculpe de rir.. então chama Sulfite... danadinho hem Mestre.

Então pega uma folha de papel sulfite virgem

Mas como vou saber se ela é virgem, Mestre?

Minha filha, virgem é uma folha que nunca foi usada, que nunca recebeu contato nenhum da mão do homem.

Nossa, Mestre, quer dizer então que se for uma mulher... uau.... não penetra... safadinho, hem Mestre...

Minha filha, pegue uma folha que nunca foi usada para nada, por ninguém. Entendeu?

Entendi. Agora ficou claro. Mas pode ser rosa?

Pode, pode ser rosa.

Vixemaria, então vou ter que comprar por que lá em casa só tem branca. Mas e verde? Pode ser verde?

Pode, minha filha, pode ser verde.

Humm, nunca vi folha verde.. deve de ser bonita.

É, deve ser bonita. Mas escolha a cor da sua preferência...

Está bem...

Em seguida providencie um Pote de Vidro transparente e virgem, com tampa de rosca.

Puxa vida, o senhor tem fixação em virgens mesmo... pode ser pote de maionese?

Minha filha, só pode ser pote virgem, que nunca foi usado para nada, igual a folha, entendeu?

Mas se eu lavar o vidro bem direitinho, fica novinho em folha, mas já a folha, se eu lavar, fica molhadinha... (gargalhadas)

Minha filha, vá à loja e compre um pote destes pequenos, de vidro, com tampa.

Pode ser tampa estampada? Ou tem que ser lisa? Posso colocar uns adesivos de Santo Antônio só para garantir?

O pote pode ser de qualquer jeito, mas sem adesivos, por que tem que ser virgem.

Nossa, Mestre, que fixação, Santo Antônio não vai tirar a virgindade da tampa e da rosca não.

Minha filha, em seguida, faça uma pasta de mel virgem com açúcar, de maneira que todo o volume caiba dentro do pote. esta pasta deverá ser feita com uma colher de madeira virgem, em uma tigela de vidro também virgem.

Mestre, o senhor é virgem? Por que, sinceramente, para que tanta virgindade assim. O senhor deveria se tratar, sei lá, o senhor já viu uma virgem? Tem trauma?

Então, minha filha, pegue a folha de papel e escreva o nome completo da pessoa desejada, utilizando uma caneta...

Virgem não é? Acertei? Uma caneta virgem... uau... Pode ser vermelha?

Pode, minha filha.

Posso desenhar uns coraçõezinhos ao lado do nome?

Não, minha filha, não pode.

Chateada... nem um coraçãozinho pititititinho assim, deste tamaninho? 

Não minha filha, quanto menor o coração, menor a caneta do garanhão...

Nossa, então, na rima, melhor que não.. (rindo de dobrar)

Dobre o papel até que caiba deitado no fundo do pote.

Mas Mestre, aí ficará muito grosso...

Minha filha, você já está começando a entender o espírito da coisa.

Bobinho...

Agora, minha filha, coloque a pasta de mel e açúcar sobre o papel...

Mestre, o açúcar é cristal ou refinado?

Você poderá variar do mascavo ao refinado, vai depender da cor que está no seu pedido...

Sério? Pode ser um mulatinho ou um branquinho?

Sim, minha filha, pode ser da cor do seu desejo...

Ái, negão você é meu... desculpe Mestre, não resisti...

Bem, minha filha, em seguida tampe bem o vidro e enterre  bem em algum lugar onde ninguém pise. Não conte para ninguém que você fez a simpatia, é muito importante mantê-la em segredo.

Enterrar? Como assim? O negão vai ficar por baixo? Quero não.

Tem nada disto, minha filha, é parte da simpatia.

Mestre, e se não der certo?

Aí, minha filha, pois é... se não der certo... o rapaz vai ficar numa alegria incontida...

É isto aí!


Disfarce da Dor

Autora - Florbela Espanca
Disfarce da Dor 


Tento disfarçar a minha dor
Com uma face, dor que não se enxerga,
Só eu vejo o sentimento
Que sufoca meu coração,
Entristece minha alma
E perturba minha mente,
Por dentro eu grito e choro como
Uma criança sendo torturada,
Mas por fora sou uma simples pessoa
Tentando disfarçar a realidade que vive,

E disfarço tão bem que poucos percebem.


segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Quem ri quando goza

Autora - Alice Ruiz          
Poema - Quem ri quando goza



quem ri quando goza
é poesia
até quando é prosa


Oração dos Casais


Autor - Carlos Lúcio Gontijo   
Poema - Oração dos casais

Meu bem, 
sei que Deus protege os casais
Semeia trigais de ternura na pele
Para que o amor sele
as marcas da procura.

Então, 
na hora em que a gente for dormir
Façamos jus aos cuidados do Senhor
Por favor,
acenda-me quando apagar a luz!

Arte Final

Autor - Affonso Romano de Sant'Anna                
Poema - Arte-final

Não basta um grande amor
            para fazer poemas.
E o amor dos artistas, não se enganem,
não é mais belo
            que o amor da gente.

O grande amante é aquele que silente
se aplica a escrever com o corpo
o que seu corpo deseja e sente.

Uma coisa é a letra,
e outra o ato,

            – quem toma uma por outra

               confunde e mente.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Chico Buarque - Pedaço de mim

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar
Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi
Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor

Adeus

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Templo da Salvação em Zênite


Irmãos e Irmãs, este é meu Templo, a Casa Sagrada da Salvação em Zênite. Hoje fui tocado pelas ninfas do Templo, logo ao amanhecer, e senti que deveria ungir dois membros da nossa Missão, com a Cura Divinizada por mim, para mim e em mim. 

Irmãos e irmãs, hoje vou libertá-los. Sente dor na cabeça? Sente dor nas costas? Lombalgia? Espinhela caída? Sente dor de barriga? Sente dor nas pernas? Sente mal do Fígado? Diarreia? Corrimento? Prisão de Ventre? Impotência Sexual? Diga ao seu senhor, que eu o curo. Eu sou divino, maravilhoso, poderoso, cheiroso e gostoso. E o inimigo não me vence, Irmão, não me vence Irmã, por que este Templo é protegido pela unção das minhas mãos sagradas.

Você aí, de camisa xadrez. O que você sente irmão? 

Eu?

É, você mesmo. Os anjos me dizem que sente uma dor.

Bem, sinto uma enorme dor de dente.

Pecador, pois eu mesmo não lhe disse que abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditos todos os seus dentes?

Disse Missionário, o senhor realmente disse.

Então, pecador, se tivesse procurado os profissionais da Santa Arcada da nossa Clínica Celestial da Salvação Oral, que trabalham voluntariamente pela Causa por uma módica quantia para as obras, por apenas cinco mil reais sua boca estaria digna deste templo, mas não - preferiu os dentistazinhos do mundo. Agora clamará pela cura até a exaustão e terá que pagar a multa do Perdulário, que me é de direito cobrar, conforme nosso Regimento Salvítico.

Irmãos e irmãs, nem toda dor é passível da cura pelas minhas mãos ungidas, pois o Inimigo antecipa os passos místicos para nos atentar. A senhora aí, irmã, de blusa preta, isto, pode se levantar, a senhora mesmo. Qual a sua dor, irmã?

Eu? Nossa, Missionário, estou tão nervosa. Eu nem vinha, sabe, mas uma voz entrou dentro de mim com tanta força, de baixo para cima, sabe? Uma voz forte, cavernosa, grave, ui... nossa, foi bom demais da conta...

Não preciso destes detalhes irmã, pois sei como a senhora ..., bem, deixa prá lá. Fale, Irmã, que eu te liberto agora, e o farei pelo poder a mim constituído pelas Sete Potestades do meu jardim.

Eu estou com muita dor no dedão, Missionário. Estou com uma baita de uma unha encravada, que dói e lateja sem parar...

Hipócrita, samaritana, pecadora. Onde estava quando não ouviu o chamado da sua salvação? Eu digo, pela voz dos meus anjos, estava pecando na luxúria de uma bacia de uma pedicure do mundo.

Piedade, Missionário, piedade...

Se tivesse utilizado do serviço das profetizas missionárias do meu Reino, pela módica quantia de trezentos reais por pé, seus pés entrariam no paraíso. Mas não, agora os tem em pecado. Retire-se agora, por que este templo é santo.

Amém?! Aleluia? Não esqueçam da contribuição voluntária de cobrança compulsória de apenas cem reais, irmãos. Vamos ter fé, irmãos, que a luta é severa contra os pecados da carne.

É isto aí!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sangue de mênstruo

Autora - Marina Colasanti         
Sangue de mênstruo


Paixão se escreve
em folha vermelha
de papel de seda
selada com lacre.

Paixão te escrevo
em língua de fogo
pena de flamingo
flor de gravatá.

Minha tinta é sumo
de morango e amora
suco de cereja.
Mas no fim do escrito
só sangue me assina
sangue de mênstruo
     fúria de assassina.

Por onde ela passa

Poesia de Domínio Público - Autor Desconhecido**
Por onde ela passa
**Fiz modificações no poema original que circula na rede, e é este com as modificações o que está ao lado da foto que motiva e ilustra o tema. Logo abaixo da fotografia, o poema no original.




Por onde ela passa todo mundo espia
Não para a cara, que não é formosa
Mas para a bunda, que é maravilhosa
Confesso com emoção em riste
Em bunda nunca vi tanta magia

Dobra, requebra, e rodopia
Numa pureza lascívia
E ela tem uma bunda tão rosa
Que quando se olha
parece o céu amanhecendo o dia

E ela sabe que sua bunda é boa
Vai pela rua rebolando à toa
fazendo a multidão esquecer da proa

Eu a contemplo num silêncio mudo
 Embora a cara não valesse tanto
 Só aquela bunda me valia o mundo!




Por onde ela passa... (Poema Original)

Por onde ela passa todo mundo espia
Não para a cara que não é formosa
Mas para a bunda, que é maravilhosa
Em bunda nunca vi tanta magia

Sobre, requebra e rodopia
Numa expressão maravilhosa
Deve ser uma bunda cor de rosa
Da cor do céu quando desponta o dia

E ela sabe que sua bunda é boa
Vai pela rua rebolando à toa
Deixando a multidão maravilhada

Eu a contemplo num silêncio mudo
Embora a cara não valesse nada
Só aquela bunda me valia tudo!







Coito

Autor - Ferreira Gullar  
Coito

Todos os movimentos
           do amor
           são noturnos
mesmo quando praticados
           à luz do dia

Vem de ti o sinal
           no cheiro ou no tato
que faz acordar o bicho
           em seu fosso:
           na treva, lento,
           se desenrola
                     e desliza
em direção a teu sorriso

Hipnotiza-te
com seu guizo
                     envolve-te
em seus anéis
corredios
                     beija-te
                     a boca em flor
e por baixo
           com seu esporão
           te fende te fode

           e se fundem
           no gozo

depois
desenfia-se de ti

           a teu lado
           na cama

           recupero a minha forma usual

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Histórias para aquecer o coração


Tem muito tempo que estou aqui? Olá? Alguém? Olá!! Puxa vida, não recordo de nada. Será que morri? Estou morto vivo ou vivo morto? Só mecho os olhos, que coisa mais irritante. O teto é bege. Se Iaiá tivesse aqui falaria que era pérola ou creme. Engraçado... Iaiá... por que lembrei dela agora?

Tinha doze anos, estudávamos juntos. Foi meu primeiro grande e mais dolorido amor, que durou uma eternidade de pelo menos uns dois a três meses, eu acho, até que virei uma coisa diferente, beijei na boca da Carminha, nossa, a Carminha..., feia prá caramba, mas me ensinou tanta coisa. Puxa vida, a Carminha. Depois sumiu, não é? Sumiu. 

O caso se deu quando flagrou minha insandice com Julimar, sua irmã caçula, que era uma das coisinhas mais lindas e porcelanas que Deus botou no mundo, fui feliz com ela enquanto deu para ser. Julimar... - Já na faculdade, encontrei com ela no corredor do hospital, abatida, coitada, magrinha, pele toda enrugada, e ao seu lado a danada da Carminha, que estava linda de dar inveja. Viram e desviraram - sinal de que fui assunto por pelo menos uma década.

Ainda na capital reencontrei Iaiá, linda, apaixonei feito a primeira vez. Éramos referência de família, de caipirice, e isto de certa forma facilitou a união, que delirou em tudo até Iaiá desabrochar em amor a um qualquer bonito e rico. Ficaram as cores e a lembrança. Nunca mais vi. Engraçado que desta vez não chorei, talvez por que Mirinha estava desde há muito ao meu lado, antes, durante e depois de Iaiá.

Mirinha não ligava que eu gandaiasse, dizia que o que era dela era dela, e que eu sempre voltava por que estava escrito nas estrelas. Bobo que fui, quando assustei o casamento estava marcado. Fui para Machu Picchu, e por lá fiquei uns seis meses, muito doidão, até que esquecessem de mim. Rapaz, foi lá que conheci a Esterzinha, que menina doida. Artesanato, sexo, droga e de vez em quando banho e comida. Seis meses assim.

Não voltei à capital, com vergonha da Mirinha, e fui parar longe, em Brasília, onde depois do espalho do meu pai, acabei a faculdade, casei sem nem perceber, com uma moça do Maranhão, engraçadinha, e deu que um dia ela fugiu com um sujeito redondo, esquisito, que tinha uma empresa de gás, água mineral, sei lá. Tempos depois o irmão dela me procurou e pediu para providenciar o divórcio, nem lembrava mais dela, mas foi bom. 

E agora estou aqui, lembrando de Iaiá... Acho que vou desmaiar... será que morri? Acordo ainda divagando, tem uma mulher olhando fixamente para mim. Estranho, seu rosto é familiar. Tem um sorriso delicado, lábios carnudos - sempre gostei de lábios carnudos. Custo a entender o que está se passando. Torno a perder os sentidos.

Não sei quantos dias estou aqui. Mas a força física está retornando. Quero sentar. Abro os olhos, estico as mãos para segurar na grade da cama, e sinto uma mão à minha. Auxilia com carinho, apoia meu corpo ao seu. Olho para ela, que sorriso é este? Olho... olho... bem no fundo e vem a luz - Mirinha!!! - penso comigo - puta que pariu, se não morri agora morro.

- Mirinha! É você!! Puxa vida... quanto tempo...

- Pois é, quanto tempo... dezoito anos, sete meses, onze dias desde a última vez que falou meu nome, assim, olhando nos meus olhos. 

- Mirinha... o que faz aqui? Onde estou? O que aconteceu? 

- Não se lembra?

- De nós dois? Sim, puxa vida Mirinha, fiz um papelão. Não fui homem.

- Não! Para com isto. Você teve dúvidas e aí me deu a liberdade para procurar um novo caminho, um rumo que trilhasse em paz. Mas como sempre te falei - estava escrito nas estrelas. Eu sempre te amei e por isto sempre soube que tudo tinha uma razão.

- (chorando) Puxa vida, Mirinha, não sei nem o que falar. Mas o que está acontecendo comigo?

- Você está bem, está vivo - teve um desmaio na rua e o trouxeram para este hospital, onde trabalho.

- Você é médica aqui? Onde estou, que cidade é esta?

- Não, eu formei como assistente social, e vim para cá num concurso público e aí quando me chamaram por que você não tinha nenhum documento, eu te vi e falei era meu conhecido. E quanto ao desmaio, os médicos não encontraram nenhuma causa provável. Você não se lembra de nada?  Tem algum motivo especial para estar aqui? Veio passear?

- Mirinha, não lembro de nada. Recordo vagamente que saí de férias, isto, saí de férias e resolvi passear na casa da minha mãe. Geralmente ia de avião, mas desta vez resolvi dirigir e me perdi na estrada, sei lá, comecei a ficar esquisito, meio que querendo desmaiar, e lembro vagamente de umas pessoas pegando as coisas no carro, deve ser por isto que estou sem documentos, sem celular, achei que era sonho. Então foi isto.

- E sabe que dia é hoje? Hoje, há vinte anos, foi a primeira vez que nos vimos. Foi um empurrão do céu para que nos reencontrássemos.

-  Mirinha, você ainda quer casar comigo?

- Não.

- Por que não?

- Senão você foge, e eu não quero correr este risco novamente. Agora você é meu e só meu, mas com liberdade para ir e vir, sem precisar fugir nunca mais.

É isto aí!  


Piensa en mi (Agustin Lara) com Luz Casal

Página Oficial Luz Casal 
Compositor:  Agustin  Lara 
Fonte no Youtube: YouMoreTv - Espectáculo
Dados da Imagem - CD Luz Casal 1991

Si tienes un hondo penar piensa en mi
Si tienes ganas de llorar, piensa en mi
Ya ves que venero tu imagen divina
tu párvula boca que siendo tan niña
me enseñó a pecar.

Piensa en mi cuando sufras
cuando llores también piensa en mi
Cuando quieras quitarme la vida
no la quiero para nada
para nada me sirve sin ti.

Piensa en mi cuando sufras
cuando llores también piensa en mi
Cuando quieras quitarme la vida
para nada
para nada me sirve sin ti.

Fonte no Youtube: Piensa en mi 
Música neste vídeo: Piensa En Mi
Artista: Luz Casal
Compositor: Agustin Lara
Licenciado para o YouTube por
 (em nome de EMI Spain); CMRRA, LatinAutor - PeerMusic, LatinAutorPerf, PEDL, BMI - Broadcast Music Inc., Audiam (Publishing) e 12 associações de direitos musicais



Patsy Cline ~ Tennessee Waltz


Fonte da imagem - Patsy Cline / Wikipédia



Nascida Virginia Patterson Hensley em Winchester, na Virgínia, Estados Unidos, ela assinou seu primeiro contrato como cantora country em 1953 e, apesar de sua vida curta, tornou-se uma das intérpretes mais influentes da história da música popular norte-americana.

Seu primeiro sucesso foi "Walkin' After Midnight" (1957), escrito por Don Hecht e Alan Block. Embora tenha começado a carreira gravando rockabilly, era evidente que sua voz combinava mais com os sucessos pop/country. Outros de seus sucessos foram "Crazy", "She's Got You" e "I Fall To Pieces".

Morte
Cline morreu em um acidente de avião em Camden, Tennessee, aos 30 anos, em 1963. No avião com ela estavam outras figuras conhecidas do country na época, como Hawkshaw Hawkins, Randy Hughes e Cowboy Copas. Hughes, então amante e empresário de Cline, era o piloto do avião. Ela foi sepultada no cemitério Shenendoah Memorial Park, em sua cidade natal.



Esta foi escrita por Redd Stewart e Pee Wee King em 1947 e foi originalmente um sucesso de Pee Wee King em 1948. A gravação de Patti Page é a versão mais conhecida desta música, vendendo 10 milhões de cópias, o disco mais vendido de um artista feminina em registrando histórico.

Este foi simultaneamente o número 1 nas paradas pop, country e R&B, um feito que nenhum outro artista na história da gravação pode reivindicar.

Em 1965, esta se tornou uma das canções oficiais do estado do Tennessee. 

Patti Page gravou originalmente a valsa country para servir como lado B. A gravadora apostava no outro lado, uma novidade natalina, "Boogie Woogie Santa Claus", que desapareceu poucas semanas após seu lançamento, para ser retirada por "Long Long Ago". 

“Mercury queria se concentrar em uma música de Natal e eles não queriam nada com muito mérito por outro lado”, lembrou Página mais tarde. "Eles não queriam que nenhum disc jockey entregasse o disco de Natal. O título daquela grande canção de Natal era "Boogie Woogie Santa Claus", e ninguém nunca ouviu falar dela."

Esta foi a última música a vender um milhão de cópias de partituras. O sucesso da versão Patti Page levou a covers de Jo Stafford e Les Paul com Mary Ford (ambos alcançaram o Top Ten), enquanto versões de Teddy Johnson e Anita O'Day lideraram as paradas do Reino Unido.


VikingVinner


Patsy Cline - Three Cigarettes in an Ashtray

Patsy Cline - Crazy



"Crazy" é uma balada composta pelo cantor americano Willie Nelson. A canção foi regravada por diversos artistas, como Patsy Cline, cuja versão chegou ao segundo lugar nas paradas de música country em 1962.

Patsy Cline nasceu em Winchester, na Virgínia, Estados Unidos. Assinou seu primeiro contrato como cantora country em 1953 e, apesar de sua vida curta, tornou-se uma das intérpretes mais influentes da história da música popular norte-americana.

Seu primeiro sucesso foi "Walkin' After Midnight" (1957), escrito por Don Hecht e Alan Block. Embora tenha começado a carreira gravando rockabilly, era evidente que sua voz combinava mais com os sucessos pop/country. Outros de seus sucessos foram "Crazy", "She's Got You" e "I Fall To Pieces".

Cline morreu em um acidente de avião em Camden, Tennessee, aos 30 anos, em 1963. No avião com ela estavam outras figuras conhecidas do country na época, como Hawkshaw Hawkins, Randy Hughes e Cowboy Copas. Hughes, namorado e empresário de Cline, era o piloto do avião. Ela foi sepultada no cemitério Shenendoah Memorial Park, em sua cidade natal.


Música Crazy (Live)
Artista  Patsy cline
Compositores Willie Nelson
Licenciado para o YouTube por
UMG (em nome de MCA Nashville); LatinAutor, LatinAutorPerf, LatinAutor - UMPG, UNIAO BRASILEIRA DE EDITORAS DE MUSICA - UBEM, Abramus Digital, CMRRA, Sony ATV Publishing, LatinAutor - Warner Chappell, Kobalt Music Publishing, SOLAR Music Rights Management, Warner Chappell, LatinAutor - SonyATV, União Brasileira de Compositores e 9 associações de direitos musicais

Se o vídeo não abrir, clique aqui 

Fonte Youtube: Curtis Hayden 

Crazy (Willie Nelson)

Crazy
I'm crazy for feeling so lonely
I'm crazy
Crazy for feeling so blue

I knew
You'd love me as long as you wanted
And then someday
You'd leave me for somebody new

Worry
Why do I let myself worry
Wondering
What in the world did I do

I am crazy
For thinking that my love could hold you
I'm crazy for trying and crazy for crying
And I'm crazy for loving you

Crazy
For thinking that my love could hold you
I'm crazy for trying and crazy for crying
And I'm crazy for loving you



Nilton Pinto e Tom Carvalho - Piadas


Acesse diretamente aqui::


https://www.youtube.com/watch?v=FciPrAgP340






Você me acha gostosa?

Você me acha gostosa?

Claro amor, você é a mulher mais gostosa que já conheci.

Como assim já conheceu? Teve tantas assim? Você também tem tara por comparações? Eu apenas fiz uma pergunta. Como não respondeu com um simples sim, você só pode me achar gorda. É isto. Você me chamou de gorda.

Você está levando para o outro lado, amor, eu nem falei que você é gorda.

Viu? Viu? Eu sabia.. seu... seu .. seu monstro... seu grosso... seu estúpido...

Mas o que está acontecendo aqui? 

Nada, não está acontecendo nada, aliás eu sou nada para você mesmo. Eu sou apenas uma mulher gorda que você deve ridicularizar nas conversas entre seus dois amigos bêbados.

Não coloca meus amigos nesta conversa. Não tem nada disto.

Bonito, defende eles, defende... vai que um deles me deseja e você nem sabe, por que acha que sou apenas uma gorda a mais na sua vida.

Algum deles te deseja? Qual deles? 

Está com ciúme, é lindinho? Que bonitinho, nenenzinho tem ciuminho. Eu nunca disse que algum deles me deseja. Mas se você está com dúvidas é por que tem alguma coisa nisto.

Mas que saco! Eu não estou com ciúmes de você.

Eu sabia. Você não me ama, só me quer ter para extravasar suas taras primitivas.

Minhas taras primitivas? Você é que é uma ninfomaníaca paranóide.

Viu? Nem negou que não me ama. Você é um monstro insensível. Um animal bruto, violento, tarado, depravado. Eu sou apenas uma carne suculenta na sua mente doentia.

Puta que o pariu! Cansei, quer saber? Cansei. Você é louca. Você é doida! Você é maluca! Conseguiu me levar ao extremo da ira. Fui...

Não! Espera, me perdoa, espera... por favor, escute minha última pergunta, só quero saber a sua resposta.

Então faça a merda da pergunta.

Você me acha gostosa?

Sim, você é gorda!

Nossa, adoro quando você fica bravinho, você me deixa louca com este olhar de ódio. Vem... vem cá na sua gordinha, vem...

Mas que menina safada esta ...

Meu taradinho, vem, um tapinha não dói, só um tapinha, vem...

É isto aí!

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O reclame do reclame.

Olá, bom dia, eu comprei este aparelho aqui, com você, não sei se lembra, foi semana passada. Aí eu disse que iria viajar em seguida, e ao chegar da viagem ao abrir...

Um momento, por favor. Não lembro do senhor, não sei do que se trata o assunto, mas faça o favor de me acompanhar que vou encaminhá-lo ao setor responsável. Ei, Frances, atende este senhor, por favor.

Olá Frances, bom dia, eu comprei este aparelho aqui, foi semana passada. Aí eu viajei logo em seguida, e ao chegar da viagem ao abrir...

Primeiro, é Dona Frances. Segundo, a nota fiscal, por favor.

Ah, claro, a nota fiscal. Está aqui, Dona Frances.

Pronto, de posse deste carimbo na sua nota fiscal, dirija-se ao guichet 3, e apresente-o à Geraldinha.

Mas e quanto ao aparelho, Dona Frances?

Por favor, senhor, dirija-se ao Guichet 3.

Olá Geraldinha, eu estou com...

Dona Geralda, por favor, mantenha os pés na linha amarela, e coloque a nota fiscal na janela de vidro rente ao balcão.

Desculpe, aqui está a nota.

Perfeito, estou anexando à sua nota o Protocolo Alfa-T.104, com o carimbo de originalidade do documento e o carimbo confirmando que o tramite está em perfeita ordem. Por favor, siga a linha azul no chão do corredor à sua esquerda, e procure por Lisbela, no Guichet 8.

Linha Azul, Guichet , Lisbela, sei... ok, irei lá. Bom dia Dona Lisbela.

Que isto de dona? Belinha, amor. Deixa ver o que tem nas mãos. Humm, tudo certo, a nota fiscal, os protocolos burocráticos, tudo certinho. Olha, está vendo esta linha amarela no piso? Siga até o Guichet 6 e procure por Flora, e espere, tenho que carimbar e dar o visto com a ciência de que está tudo certo.

Amarela? Piso? Flora? Guichet 6?

Isto amor, siga a linha amarela... rs.

É aqui o Guichet 6?

O senhor é analfabeto? Não está lendo?

Eu posso falar com a dona Flora?

Não, não pode. Aguarde aí que ela já irá te atender. E não ultrapasse a linha de segurança.

Quer saber? Vou embora e tem mais, isto aqui é uma palhaçada.

Espere senhor, por favor, espere, já estou liberada para atende-lo.

Atender? Você vai mesmo me atender?

Bem, como o senhor disse que estava indo embora, preciso que preencha este questionário sobre a nossa qualidade de atendimento, antes de partir ...

É isto aí!




terça-feira, 14 de outubro de 2014

Sou...

Autor - Paulo Lins          
Sou...


Sou
Seu
Cio
Sou
Seu
Ócio
Sou
Seu
Sócio
no
Prazer

Quarto em desordem

Autor - Carlos Drummmond de Andrade            
Quarto em desordem

Na curva perigosa dos cinqüenta
derrapei neste amor. Que dor! que pétala
sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor

que não sabe como é feita: amor
na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar

a nuvem que de ambígua se dilui
nesse objeto mais vago do que nuvem
e mais indefeso, corpo! Corpo, corpo, corpo

verdade tão final, sede tão vária
a esse cavalo solto pela cama

a passear o peito de quem ama.

Visita (Virna G. Teixeira)

Autora - Virna G. Teixeira             

criado-mudo:
bíblia e
rosário de contas

na cama, ao lado
a nudez
sem nome




Monumento

Autor - Tchello
Monumento



monumento
tu
nua
num
momento
sem
nem
um
movimento

Nuvens

Autor - Tchello 
Nuvens

nua vens
eu nas
nuvens
nua vens
eu nas
nuvens

Minha boca

Autora - Martha Medeiros            
Minha boca...


minha boca
é pouca
pro desejo
que anda à solta

Bicho Papão

Autora - Martha Medeiros            

Bicho papão

bicho papão
viu moça em flor
e papoula



Barrado na Fasselândia

Após postar esta capa de Revista na página da Fasselândia, fui barrado na porta de entrada.

O interessante é que apenas postei a imagem, com a fonte, no caso o site da revista. Nenhum comentário, mas alguém se viu tocado, ou por causa própria ou por causo de algum notório dependente, e fez a denúncia.

Já havia saído da Fasselândia por menos que isto, muita palhaçada, mas agora resolvi esperar e voltar. É uma questão de direito. 

Democrassia idiota ... quantas coisas ainda fazem em seu nome.

É isto aí!


domingo, 12 de outubro de 2014

Infeliz para sempre


Quando criança, sua espontaneidade e alegria chamavam a atenção de todos do lugar. Era alegre, saltitava, cantava, brincava, tudo incansavelmente. Cresceu lendo todos os livros que pode, na biblioteca do avô e na escola.

Eis que na mocidade os pais apresentaram-lhe um franzino e estranho rapaz, primo de segundo grau, residente num vilarejo próximo. Passaram compulsoriamente das apresentações ao namoro oficial.

Nas semanas seguintes namoraram na sala, diante de vários pares de olhos, discretos ou destemperados. Achou que poderia ser feliz, de alguma forma.

Tinha desejos secretos e pessoais. O maior sonho era viajar com um grande amor, conhecer lugares e pessoas. Queria um companheiro que pudesse tocar sem pudor, morder, beijar, apertar, amassar, arranhar, virar, volver, enfim, sonhava em ser a protagonista de uma história perfeita.

O noivo era, além de tímido, uma pessoa limitada intelectualmente. Lá no fundo do coração, ainda acreditava que poderia ser feliz..

Jurava a si mesma, entre lágrimas, que não casaria com ele, mas a inevitabilidade aliada ao destino forjado, arrumado entre os pais, pessoas da mais alta casta da moral e dos bons costumes, era fatal. Passou a rezar desesperadamente para ser feliz, à sua maneira de entender a felicidade.

O pânico instalou-se sem pedir licença. Faltavam três semanas e tudo que tinha era um noivo medíocre e uma família inflexível. Sem amigas, sem um diálogo confiável com a mãe, sem segurança alguma, a tragédia era cada vez mais presencial. Não queria aquela vida, não gostava daquele lugar, não tinha nenhum sentimento nobre pelo noivo.

Sua mãe, faltando duas semanas, chamou-a para uma conversa, onde através de confissões, delegou à filha a missão de manter a integridade e a educação que recebera. Confessou que nunca beijou seu pai na boca, nunca ficou nua na frente dele, dormia no chão, quando ficava menstruada e só fazia uma única posição no ato sexual, ficando por baixo, onde era proibida de mexer e/ou gemer, e nas poucas vezes que fugiu à esta regra, apanhou do marido e do seu pai, que soube através do genro.

Naquela noite chorou. Pediu a morte, clamou pelo fim e acabou conformando-se com uma centelha de esperança de que sua mãe poderia ser apenas um caso isolado, e a felicidade seria diferente consigo. No momento certo, pensou,  saberia reivindicar seu direito a ser feliz.

Entrou na igreja usando o mesmo vestido da avó materna e foi infeliz para sempre!

É isto aí!

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

As eleições, a paz e o progresso

Aproxima-se o dia de definirmos quem governará esta grande nação pelos próximos quatro anos. Disputada com extrema rudeza, ódio e rancor, poderá fazer a diferença entre o Brasil que desejamos e o Brasil que não queremos.

Os dois partidos que chegaram ao segundo turno, trazem consigo a história da redemocratização, e claro, cada um em seu berço e seu modo original de ver as coisas. Para os eleitores de Neves, o país está atrasado, atolado, endividado, inviável, etc, etc, etc e eles virão salvar o povo das garras da Rousseff.

Para os eleitores de Rousseff, Neves e sua turma representam o que de pior há na administração pública nacional. Ao pesquisarmos quadros comparativos entre as partes no Google, cada qual apresentará números e argumentos contestando o outro. Assim, cada eleitor pega seus dados e esbraveja pela sua verdade.

O país é pobre em distribuição de renda desde 1808, e de certa forma vem melhorando a qualidade de vida da população a partir do fim do regime militar, que não teve objetivos sociais claros. Neves tem voto da maioria do topo da pirâmide e Rousseff. tem voto da maioria da base da pirâmide. Isto inverteu a lógica do coronelismo que manteve o padrão de votos até vinte anos atrás, aproximadamente. Era normal termos estados pobres e paupérrimos elegendo sempre grandes fortunas para administrar suas misérias.

Este é o grande nó que está promovendo cenas de ódio e racismo - há uma clara intenção de frear este crescimento dos pobres na legitima defesa dos interesses públicos, tal qual era nas oligarquias desde o império.

O discurso de Neves e suas posições neoliberais são passiveis de serem compreendidas como uma ação capaz de bloquear estes avanços de inclusão social dos menos favorecidos. Se for eleito, será pela vontade destes mesmos que estão no olho do furacão deste pleito. Se Rousseff for eleita, deverá sentar e negociar com as bases políticas destas oligarquias, para evitar tensões futuras.

Enfim, de hoje até o dia 26 de outubro, terremotos, maremotos e tsunamis baterão nas duas margens da disputa, e que vença a democracia.

É isto aí!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Tetê, a garota de programa

clickut.com.br
Carlosduardo, cê sabe que sou fiel aocê, num sabe?

Craro, Tetê, sempre soube disso.

Ocê sabe tumbém que eu nunca trairia ocê, né Carlosduardo?

Lógico, Tetê, nunca nunquinha.

Então, Carlosduardo, se assim eu se me virasse-se uma garota de pograma?

Garota de pograma? Ixprica isso daí, Tetê, é deste tal de Gugou?

É, amor, tem no Gugol. Mas assim, é hipoteticamente que tem, num sabe?

Tetê, que neg´sso é esse de hipoteticamente? Tem no tal de Gugol ou é desses troços de trabaiá nos trem lá do compiutador?

Então amor, é mais ômenos isso, tem no gugou, a gente pogrâmasse no compiutador e trabaia, ué.

E ocê ganha o que com isso?

Ô, Carlosduardo, as prima tem ganhado muita coisa, a Zefa já tem o tar de Raifone, a Cleuzinha tem istojo chinês de maquiage destes de gaveta, a Martelinda tem uns vistidin coisa mais lindia.

Uai, Tetê, então esse negosso parece bão.

Bão dimaisdaconta, tô te falano Carlosduardo.

É... a Zefa... a Cleuzinha... a Martelinda... óia Tetê, essas minina num era tudo rapariga lá da dona Filó?

Uai, era? Virge creudeuspai, milagre, Carlosduardo, foi milagre intão que sarvô essas menina.

É, mas num vai dá procê trabaiá aí nesse Gugol não, nem no tal de hipoteticamente, que eu nem sei o quequié, nem purucauso de ser bãodimaisdaconta.

Purucauso do que, Carlosduardo?

Cumê que iocê vai companhá Zefa, Cleuzinha e Martelinda se eu vô fica viúvo?

É... seus argumento é bem convincente. Vô vortá prá cozinha.

É isto aí!