segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Templo da Salvação em Zênite


Irmãos e Irmãs, este é meu Templo, a Casa Sagrada da Salvação em Zênite. Hoje fui tocado pelas ninfas do Templo, logo ao amanhecer, e senti que deveria ungir dois membros da nossa Missão, com a Cura Divinizada por mim, para mim e em mim. 

Irmãos e irmãs, hoje vou libertá-los. Sente dor na cabeça? Sente dor nas costas? Lombalgia? Espinhela caída? Sente dor de barriga? Sente dor nas pernas? Sente mal do Fígado? Diarreia? Corrimento? Prisão de Ventre? Impotência Sexual? Diga ao seu senhor, que eu o curo. Eu sou divino, maravilhoso, poderoso, cheiroso e gostoso. E o inimigo não me vence, Irmão, não me vence Irmã, por que este Templo é protegido pela unção das minhas mãos sagradas.

Você aí, de camisa xadrez. O que você sente irmão? 

Eu?

É, você mesmo. Os anjos me dizem que sente uma dor.

Bem, sinto uma enorme dor de dente.

Pecador, pois eu mesmo não lhe disse que abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditos todos os seus dentes?

Disse Missionário, o senhor realmente disse.

Então, pecador, se tivesse procurado os profissionais da Santa Arcada da nossa Clínica Celestial da Salvação Oral, que trabalham voluntariamente pela Causa por uma módica quantia para as obras, por apenas cinco mil reais sua boca estaria digna deste templo, mas não - preferiu os dentistazinhos do mundo. Agora clamará pela cura até a exaustão e terá que pagar a multa do Perdulário, que me é de direito cobrar, conforme nosso Regimento Salvítico.

Irmãos e irmãs, nem toda dor é passível da cura pelas minhas mãos ungidas, pois o Inimigo antecipa os passos místicos para nos atentar. A senhora aí, irmã, de blusa preta, isto, pode se levantar, a senhora mesmo. Qual a sua dor, irmã?

Eu? Nossa, Missionário, estou tão nervosa. Eu nem vinha, sabe, mas uma voz entrou dentro de mim com tanta força, de baixo para cima, sabe? Uma voz forte, cavernosa, grave, ui... nossa, foi bom demais da conta...

Não preciso destes detalhes irmã, pois sei como a senhora ..., bem, deixa prá lá. Fale, Irmã, que eu te liberto agora, e o farei pelo poder a mim constituído pelas Sete Potestades do meu jardim.

Eu estou com muita dor no dedão, Missionário. Estou com uma baita de uma unha encravada, que dói e lateja sem parar...

Hipócrita, samaritana, pecadora. Onde estava quando não ouviu o chamado da sua salvação? Eu digo, pela voz dos meus anjos, estava pecando na luxúria de uma bacia de uma pedicure do mundo.

Piedade, Missionário, piedade...

Se tivesse utilizado do serviço das profetizas missionárias do meu Reino, pela módica quantia de trezentos reais por pé, seus pés entrariam no paraíso. Mas não, agora os tem em pecado. Retire-se agora, por que este templo é santo.

Amém?! Aleluia? Não esqueçam da contribuição voluntária de cobrança compulsória de apenas cem reais, irmãos. Vamos ter fé, irmãos, que a luta é severa contra os pecados da carne.

É isto aí!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gratidão!