A ideia era escrever um poema, mas poemas custam muito a nascer. Você escreve uns versos, vez ou outra dá uma olhada, muda uma coisa, outra, e quando assusta, ainda não está maduro. As palavras são muito exigentes num poema. Têm que deslizar sem atrito, plainar na noosfera a ponto de traduzir leveza no diálogo.
Lembrei de um poema que escrevi há alguns anos, e acho que já publiquei em algum ponto do Blog. Mas são mais de duas mil publicações, e não sei o nome com o qual o batizei. Engraçado isto, por que quando se dá o nome, quando se nomeia, o poema fica estático, preso àquela função.
Nomeia-se para facilitar a leitura, a busca, a organização de praxe. Se fosse renomeá-lo hoje, não saberia exatamente o título. Fiquei entre "Eu te amo!" e "Outono." Gostei mais de Outono, caiu bem. Então vamos lá
Ainda não sei,
confesso que não sei mesmo,
se dizer que te amo
é de alguma utilidade
Fica comigo
da forma que puder
fica visível, invisível
partícula onda ou luz
fica do meu lado
fica pertinho
fica longe
mas fica aqui
eu te amo
com medo
desesperadamente assustado
feito uma criança perdida
eu te clamo
entrelace nosso destino
e no outono da vida
o amor ascenderá em nós
É isto aí!
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