quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Brancaleone, Seabra e a descoberta da pólvora



Dia destes subi a Colina do Bom Senso, onde está instalado um Putoscópio de 5ª geração All incluse Master, fabricado pela Hermandad de Consejeros de Su Majestad, na simpática República Guarani catequisada. Liguei seu moderno comando eletro-eletrônico quântico e mirei para as terras de Pindorama.

Pindorama adora sigilos desde abril de 1500. Já naquela época, as informações sigilosas eram submetidas à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade para a segurança da sociedade e do Estado, como lei da corte imperial, do bom e velho Portucale, originado do Reino dos Suevos (mas isto é outra história, que agora não cabe no enredo). O fato é que a Carta de Caminha, famosa por ser a certidão de nascimento de Pindorama, só veio a público em 1773, pelas mãos do simpático José de Seabra da Silva.

José de Seabra da Silva é precursor da turma do do grande acordo nacional com o supremo, com tudo. Há de caber o registro que era  Secretário de Estado Adjunto do Marquês de Pombal no reinado de D. José I (6 de junho de 1771 - 6 de maio de 1774), quando a República Guarani foi dizimada. É de sua autoria a Petição de recurso apresentada em audiência publica à Majestade de El Rey Nosso Senhor, sobre o ultimo, e critico estado desta monarquia, uma nefasta Sociedade chamada de Jesus, que solicitou ser desnaturalizada, e proscrita dos domínios da Corte.

Seabra também fez surgir uma carta desconhecida por 273 anos, certificando que Pindorama era coisa e propriedade lusitana, e poucos anos depois, a corte desembarca na pátria amada idolatrada salve salve. Coincidências, apenas, claro, longe de mim achar o contrário.

Depois de "descobrir esta carta oculta, foi preso, deportado e perdoado pela Corte Imperial, sem nenhuma acusação. Aí, livre, veio para o Rio de Janeiro e, em 15 de Dezembro de 1788, foi nomeado Ministro e Secretário de Estado dos Negócios do Reino da Rainha Maria I. Foi ele também quem redigiu o despacho através do qual o Príncipe D. João assumiu a regência, na sequência da doença de sua Mãe, em 10 de Fevereiro de 1792, tendo na ocasião proferido uma exortação aos seus Colegas de Governo.

Do Putoscópio observo que a República Guarani não só ressuscitou como também quer fazer guerra contra a Corte, armado de pólvora, chumbo e bala. Nada de novo sob o céu de Caratinga, diria o Santos Dumont, que nasceu por obra do acaso em Minas e cresceu no trecho entre Ribeirão Preto e Paris.

Só para lembrar que segundo Seabra, assim suplicou Caminha, no último parágrafo da carta, quando apelou a D. Manuel para que libertasse do cárcere o seu genro, casado com sua filha Isabel, preso por assalto e agressão, sugerindo que desde aquela época, toda questão poderia ser ajeitada ou acordada, pedindo com carinho, com supremo jeito em tudo.

"E pois que, Senhor, é certo que tanto neste cargo que levo como em outra qualquer coisa que de Vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser de mim muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge de Osório, meu genro—o que d'Ela receberei em muita mercê. Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da vossa Ilha da Vera Cruz, hoje, sexta-feira, 1º dia de maio de 1500."

É isto aí!


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