sábado, 28 de dezembro de 2024
Não passarão!
segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Cartas avulsas XXIII
quarta-feira, 11 de dezembro de 2024
Cartas Avulsas XXII
Querida, ainda bem que não a levei ao evento do retorno da Odete, já que rolou só filosofia e eu sei que não é a sua praia.
Saiba que a festa estava tão chata que até as baratas, moscas e pernilongos partiram do ambiente ainda no começo com uma música meio oriental, meio ritualista. Na mesa que a mocinha me colocou, estava um casal e uma senhora muda, esquálida e simpática. à frente um rapaz falante e empolgado, galã de fotonovela latina.
Deu que virou-se para a senhora esquálida e viajou nas palavras - Olha, enrolando seu dedo gordo nas mechas da sua acompanhante - Olhando nos olhos da mulher simpática disse: Eu gosto de quebrar pedras e quanto mais ascenso ao alto da minha potência neuromuscular, mais abaixo a marreta por sobre a cunha que ali introduzi sabiamente em fase anterior, e só então sinto fluir pelos meus braços, tangenciando as mãos, um poder macro de estar fazendo um movimento antagônico aos milhões de toneladas de magma, formado pelo derretimento das pedras do manto.
Foi então que a senhora muda, esquálida e simpática deu um grito agudíssimo, na casa dos cem decibéis, e voou no peito do galã de fotonovela venezuelana. Agarrou-lhe pelas orelhas, esbofeiteou-lhe várias vezes, até forçar um beijo onde travou sua dentadura na língua do rapazito falante e empolgado. Garçons, garçonetes e seguranças correram à mesa do conflito e conseguiram desfazer o nó das pernas da senhora na cintura do rapaz. Com muita dificuldade removeram a dentadura dela presa na língua dele, que foi lavada com lavanda importada.
Ainda inebriado, em completo êxtase, acariciando a face da senhora muda e simpática, disse-lhe que a sua atitude fora como uma grande quantidade de magma saindo do manto da sua volúpia abrupta e erótica, permitindo ao seu magma no cone do vulcão começar a arrefecer, sendo a pressão aumentada em cálculo exponencial. Assim, quando a pressão chegou ao ápice, as rochas que formaram o vulcão do amor voluptuoso entre os dois racharam, o magma até então guardado veio de fato cobri-los de fervorosa lava.
Saí dali atordoado e procurei uma mesa mais afastada e assim que peguei na taça de vinho, a linda mulher sentou-se ao meu lado e pediu desculpas em nome do amigo excêntrico. Perguntei se aquele episódio era comum e ela citou Platão, e disse que a alma é imortal e pertence a um mundo superior, o das ideias, onde reside a verdade eterna. Além disto falou que aquilo aconteceu por que as almas são naturalmente atraídas umas às outras por uma afinidade espiritual.
Daí citou o "Banquete" (de Platão), onde ele discute o conceito de amor (Eros) como um desejo profundo de unir-se ao bem supremo, o que também pode ser entendido como um tipo de laço de alma. Para Platão, esses vínculos espirituais transcendem o mundo físico, pois são fundamentados na busca pela verdade e pela beleza eternas. Assim, concluiu, os laços entre os dois não apenas os conectaram entre si, como também os orientaram para uma realidade transcendente, onde a plenitude do ser e do amor pode ser encontrada.
Confesso que só acordei três dias depois na Praia do Espelho, em Curuípe/Porto Seguro/BA, sem ter a mínima noção de como ali houvera e a linda mulher, bem à minha frente, ao alcance das mãos, permanecia impávida e intrépida feito uma pitonisa, ainda falando, falando, divagando sobre essas coisas das quais não entendo nada.
Um cafuné na cabeça, um afago na face, um beijo apaixonado e um abraço apertado.
É isto aí!
sábado, 23 de novembro de 2024
Cartas avulsas XXI
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
Cartas de Amor LXXXIX
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
Os Cinco Anjos dos Continentes
terça-feira, 12 de novembro de 2024
Cartas de Amor LXXXVIII
Reino da Pitangueira,
Planeta Terra&Lua,
3° do Sistema Solar,
Via Láctea, Zona Sul
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Cartas avulsas XX
A todas esas cosas
Y tú me enseñaste
Que son maravillosas
Sutil llegaste a mí
Como la tentación
Llenando de inquietud
Mi corazón
Yo no concebía
Cómo se quería
En tu mundo raro
Y por ti aprendí
Por eso me pregunto
Al ver que me olvidaste
Por qué no me enseñaste
Cómo se vive sin ti
É isto aí!
terça-feira, 5 de novembro de 2024
Cartas avulsas XIX
sábado, 2 de novembro de 2024
Cartas avulsas XVIII
Por do Sol às 17h59min
Lua Nova
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
Palavras que rimam com você - V
quinta-feira, 24 de outubro de 2024
Isso é amor, e desse amor se morre!
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
Cafubira, o contador de casos
Ô Cafubira, conta aqui pra turma sobre a vez que você encarou uma onça na mão.
Nossassenhora, essa é fantástica. Foi assim - Estava andando a horas caçando a onça. No cansaço acabei dormindo numa pedreira. Acordei assustado com o canto com ruído grave e ritmo leve de uma coruja, anunciando a morte de alguém. Passei a mão no chão e senti que estava orvalhado. Aquilo era estranho. Abri os olhos bem devagar e pela luminosidade da lua crescente não reconheci o ambiente. Havia uma sinfonia de insetos, pássaros seguidos de silêncios espasmódicos. Só pode ser um daqueles sonhos malucos que vez ou outra me visitam, pensei. Nisto, de repente...
Credo, Cafubira, você floreia demais.
Floreio nada não, eu vivo a vida intensamente. Agora atrapalhou até a minha linha de raciocínio. Onde eu parei?
Você parou falando - de repente ...
Então, de repente, quando dei por mim, adentrei na sala da casa do Tenorinho, tio da Zeldinha, cunhada da Virgulina e dei de cara com o velório da Virgulina. Crendeuspai. Aquilo foi um baque terrível. Até na noite anterior nós dois nos amassávamos de amor apaixonante no paiol velho do Zé da Noca. Eu assustei ao ver Virgulina, a moça mais bonita do mundo, morta e minguadinha, coitada. Aquela tripinha lerda estirada num esquife de pinus, cheio de brocas e manchas de sebo. Quando aproximei do corpo, a danada arregalou os olhos, segurou apertando minha mão e falou sussurrando - Cafubira, guardei o bilhete premiado da loteria atrás da ... e acabou remorrendo de novo, travando minha mão na dela, e quase que me levou pelo susto.
Cafubira, para com estas histórias, onde já se fui defunta ressuscitar e remorrer?
Aí, vocês tudo pedem para eu contar a verdade e atrapalham de novo. Quer saber como termina ou não?
Está bem, Cafubira, conta aí o resto da história.
Onde que eu parei?
Disse que a sua mão estava travada com a dela.
Ah, lembrei! Estava dormindo na rede do alpendre. Aí minha mão deslizou e parou na mão dela, senti a maciez e o carinho das sua carícias. Puxei ela para o meu peito, travei seu corpinho macio nos meus braços, puxei com força mesmo e a danada veio facinha facinha. Fomos às inimagináveis loucuras de um amor atemporal, forte e contagiante. Acabamos dormindo agarradinhos, e tudo se deu com total volúpia. Fui sendo acordado com total carinho por ela, já de manhãzinha, ainda sem sol. Quando abri os olhos, era a onça que estava matando as galinhas do quintal. Expulsei a doida a tapas, chineladas e empurrões. Voltou mais uma vezes, a danada, e depois foi sumindo aos poucos.
É isto aí
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
Papo de Esquina 16/outubro/2024
- Por qual razão existem as guerras?
- Deve ser para estarmos sempre tristes, ou angustiados, ou ansiosos, ou coléricos, ou traumatizados, ou endividados ...
- Ou depressivos, ou embriagados, ou alienados, ou submissos, ou desinformados ...
- Acho que vou para casa chorar escondido
- Eu, eu ... não sei para onde ir, eu acho, não sei, deve ser isso ...
- Eu vou ali, mas antes vou tomar alguma coisa ...
É isto aí!
terça-feira, 15 de outubro de 2024
Cartas de Amor LXXXVII
3° do Sistema Solar,
Via Láctea, Zona Sul
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
Cartas Avulsas XVI
sexta-feira, 4 de outubro de 2024
Indo e voltando ao lado do lado
Não sei como será ainda
o formato deste espaço
onde reina a Pitangueira.
Muitas águas passaram
e eu ainda do lado da ponte,
que é o lado de cá
vendo o mundo ao largo
onde não há certo nem errado,
só há.
Bem vindo! Não posso prometer flores nem água gelada.
É isto aí!
sábado, 1 de junho de 2024
Cartas avulsas XV (Para tudo há um tempo)
terça-feira, 28 de maio de 2024
Uma viagem
Depressa, apressa, depressa
agora agora agora
vai, vem, voa meu bem
volta, dê vagarosamente
o retorno de frenagem
e desapressa, sem pressa
com carinho e apreço,
pousando no oceano
desta leve e astronômica
viagem à constelação
do seu bólido desejo.
É isto aí!