Quando começava a achar que Odete, a Lady Godiva do Planalto
Central, havia tomado outro rumo, eis que me liga com uma profunda e ofegante
voz para falar de uma trama pra lá de Hitchcock. Senti os calafrios de Bruce
Dern diante do William Devine.
Bem, segundo Odete, estava placidamente em uma Caixa
Orgonica de Reich, em famosa clínica da Asa Norte, quando ao lado, em outra
caixa, Zainha, a ninfa do baixo clero, teve uma overdose quântica e revelou
profundas ilações ocultas nos longos corredores da Câmara, entre a música e os
tempos atuais.
Segundo Zainha, ouviu de fonte segura que escutou de
Cleidimar, a mulata nórdica do Pelourinho, que ela estava em Recife, entre a
nata da sociedade, desfrutando um fenomenal Bode ao Molho de Vinho, em famoso
karaokê vip, quando entra, cercado de fãs e amigos, Edu, o galã da Veneza
Tropical.
Edu foi direto ao microfone e cantou Marina de Dorival
Caymmi, de uma forma assustadora, expressando com suposta emoção negativa, com
dentes cerrados a parte Me aborreci, me zanguei / Já não posso falar / E quando
eu me zango / Não sei perdoar / Eu já desculpei tanta coisa / Você não
arranjava outro igual
Acabou, dirigiu-se à mesa, quando em prantos escutou
Manezinho do Mangue cantar a Dama de Vermelho de Reginaldo Rossi. Edu, segundo
Cleidimar, pediu bis várias vezes e as lágrimas rolavam... Essa dama já me
pertenceu / E o culpado fui eu da separação / Hoje, choro de ciúme ...
É isto aí!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gratidão!