Odete, maitre de la Maison des Putains, o mais
tradicional Restaurant de Brasília, onde
se come bem sempre, ligou-me ainda a pouco, meio ofegante, meio sibilante e
sussurrante.
- Olá querido, bom dia!
- Olá Odete, o que conta de novo?
- Nesta vida franciscana de sempre, dando e recebendo...
- Entendo! Mas a que devo a honra do seu telefonema?
- Menino, nem te conto. O Magistério Púbico abriu, ui - fico
arrepiadinha só de pensar no instrumento de abertura do Magistério Púbico, pois
bem, abriu uma sindicância para chegar aos autores da feijoada que os rapazes
da Papada comeram sozinhos, acompanhada de "l'eau du robinet" e
"tranches de pain rassis".
- Interessante isto, Odete, mas como o Magistério Púbico
chegou a esta notícia?
- Pela Lei Jefferson, querido.
- Ah, sim, basta uma denúncia sem provas que a verdade se
instala. Mas e as testemunhas?
- Como sabe, meu bem, os rapazes da Papada vivem isolados,
mas através de forças cósmicas e entronizações telepáticas, prisioneiros de
outras alas detectaram a mordomia e denunciaram, alarmando o Magistério, a
ponto do Seigneur Promoteur falar em
ameaça de rebelião, pois apesar de não haver provas, a literatura permite esta
percepção.
- Sabe, Odete, é sempre interessante a Casa Grande
disseminar pânico para ocultar fatos outros que estão aí, como também mentiras
sobre situações que nada acrescentam. Não seria, por acaso, hoje o julgamento da
questão da Denúncia Jefferson de quadrilha?
- Meu Deus do céu, você está melhorando a cada dia que
passa, amor. Precisa voltar em Brasília para comer algo diferente.
- Um abraço, Odete!!
- Nossa, que pecado, só um abraço? Vem cá comer bem
- Espera Odete... desligou... fiquei com água na boca.
É isto aí!
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