Muito bem, todos nos seus lugares. Começando em 3... 2
- Espera senhor diretor
- Mas que merda! Fala Contra-Regra
- É que tem duas mulheres, e o roteiro só fala em uma.
- Caralho, quem colocou esta porra desta mulher aí?
- Fui eu, diretor, ela é minha namorada, então eu achei que ninguém iria notar.
- Alécio, você está doidão? Você bebeu, fumou, cheirou, introduziu ou inalou alguma coisa?
- Não, é que eu pensei que...
- Aqui você não pensa porra nenhuma, entendeu? Agora tira esta merda desta piranha daí.
- Hummm, magoei, diretor.
- Caramba. Gente, vamos continuar e deixem o Alécio chorando, que uma hora ele para.
- Muito bem, Ato três, cena quatro, todo mundo que está sobrando, cai fora e silêncio!
- Chega, cansei, não faço mais isto, estou fora.
- Puta que o pariu, Carmélia Cristina, está fora do que?
- É o Artuzinho, diretor, ele está diferente comigo, não me dirige as falas com educação, amor e cortesia.
- Mas não é ele, é o personagem, entendeu? É o personagem. Você não passou o texto?
- Passar passei, mas vai não vai rolar mais nada entre a gente???
É isto aí!
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
terça-feira, 29 de setembro de 2015
Dalvinha na forma da lei
Dalvinha tinha dezoito anos e residia com a irmã e o marido, médico novo, educado, que a apresentou ao amigo, o entediante Dr. Torres, o mais antigo dentista da região, viúvo, com os dois filhos e netos morando na capital. Foi assim que a moça se viu casada com o odontólogo e tornou-se vizinha do delegado.
Então, certa vez, ainda de madrugada bateram na janela da autoridade policial. A patrulha comunicou que o médico tinha morrido. Levantou ainda tonto pela noitada anterior, acordou com dificuldade, dispensou os soldados e foi fazer um café.
Então, certa vez, ainda de madrugada bateram na janela da autoridade policial. A patrulha comunicou que o médico tinha morrido. Levantou ainda tonto pela noitada anterior, acordou com dificuldade, dispensou os soldados e foi fazer um café.
Assim que abriu a porta dos fundos, para lavar
o rosto no tanque, observou um vulto e percebeu que era a Dalvinha, com uma
agilidade felina, pulando a cerca da divisa em direção à sua casa,
provavelmente antes que o marido desse pela falta.
Tomou banho sem pressa,
barbeou-se, procurou a melhor farda, e saiu a pé pela ladeira
orvalhada em tons dourados do sol nascente, que lhe validava o apelido de
Ladeira do Ouro.
Chegou à praça da Matriz, onde
estavam diversas personalidades importantes, entreolhando-se e se perguntando
como se deu uma morte tão rápida de homem jovem e pletórico?! Um conhecido das farras e carteado o puxou
pelo braço e delatou sobre a suspeita de que o falecido estava de caso com a
Dalvinha, e que talvez o dentista o tenha envenenado. Assim que falou e não viu
nenhuma expressão no rosto do delegado, engoliu em seco, pigarreou, tossiu,
sorriu sem graça, levou a mão na garganta e saiu em silêncio.
Passou na casa, cumprimentou e manifestou
seus pêsames à viúva, visivelmente triste e abalada. Foi na
farmácia comprar uma aspirina, mas o decano farmacêutico levou-o compulsoriamente até os fundos e desabafou com sua voz rouca e asmática - delegado, eu acho que estou
encrencado - estou tendo um caso com a Dalvinha usando o sobrado da loja para nossos encontros furtivos. Estou com medo, por que dizem que o médico
também estava se relacionando com ela e vai que estas informações se cruzam. Eu
sou inocente. Deu um abraço no velho amigo da família, encorajando-o - Para com
isto, esqueça a Dalvinha e pronto. Não vou permitir que nada te aconteça.
No velório, o Dr. Fagundes, um juiz aposentado com seus quase noventa anos de vida, acenou
para que aproximasse e pediu ajuda, pois vinha tendo uma relação intensa com
a Dalvinha e parece que o médico também ... Com um forte aperto de mão no idoso, disse que iria resolver aquilo da melhor forma e que esquecesse a Dalvinha,
pois existiam outras moças tão ou mais bonitas e disponíveis que ela, esperando
por alguém.
As cantorias, as velas, os
cochichos, as garrafas de café com biscoitos de polvilho, um bando de mulheres
na cozinha e grupos espalhados pela mansão. O dia foi lento e tenso, com
olhares, pudores, discursos e eventos lembrados com o morto. Um mês depois
recebeu o laudo da autopsia, feita na capital, dando conta de uma falência
súbita por uma cardiopatia grave, que era de conhecimento do falecido.
Portanto, nada de crime.
Guardou silêncio, chamou os envolvidos com a esposa do dentista, e em conversas reservadas aconselhou
ficarem longe dela, pois o laudo dava brecha para suposições. Tudo arranjado
nas formas da lei, amasiou com Dalvinha, a quem jurou
amor eterno e fidelidade.
É isto aí!
domingo, 27 de setembro de 2015
A paz do mundo
Estou contra
a paz do mundo
que faz de conta
que é rotundo
O que não se conta
e faz acúmulo
é que a paz do mundo
jaz no túmulo.
sábado, 26 de setembro de 2015
Geraldinha & Agenor, o nerd
Não existe felicidade, Geraldinha.
Como assim, Agenor?
Não existe e pronto, assim como não existe céu azul.
Danou-se de endoidar agora, homem. Se estudasse menos seria mais feliz. Olha lá fora, veja o céu - é azul.
Geraldinha, não tem nada de azul no céu, a não ser seus olhos.
Mas que homem burro. Meus olhos são castanhos quase pretos, Agenor.
Isto é verdade. Seus olhos são castanhos, quase pretos.
Finalmente concordamos com algo.
E vai concordar sobre o céu e assim por analogia, sobre a tal da felicidade.
Então fala, seu doido.
Geraldinha, o céu parece mais azul quando está limpo de poeira e fumaça, como acontece muitas vezes após uma chuva. Mas o fato real é que ele também muito transparente, porém não perfeitamente transparente.
Claro, não é Agenor? Se não fosse transparente, a gente não se via.
Mas bolinava, não é não?
Eita, Agenor, não se assanhe. Conta o resto.
O céu, o nosso céu, que chamamos de atmosfera. Atmos do grego é Vapor e Esfera é esfera mesmo. Então as moléculas de tudo que está disperso no ar passa a ser obstáculo para ... Geraldinha, para com isto.
Bobagem, Agenor, bobagem... vem cá que eu vou te condensar na minha atmosfera.
Geraldinha, eu estou te explicando uma coisa séria, Geraldinha, não faz isto, ah, não!! por favor... não... nãããão...
É isto aí!
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
Os canalhas e as almofadas com cheiro de peido
Dia destes ouvi uma expressão curiosa, onde a pessoa comentou sobre determinado cidadão, comparando-o às almofadas de casa de rico, com cheiro de peido. Logo imaginei aquelas almofadas macias, confortáveis, de tecidos caríssimos, exalando o odor dos gases pútridos dos grã-finos. E não é que ao ver o indivíduo num acontecimento social, a imagem batia com a descrição?
De outra feita, um destes imaculados e santificados senhores da mais alta corte vil e infame, rico pela canalhice e poderoso pela usurpação, cumprimentou-me na saída de um evento futebolístico - sim, meus amigos, eu ainda acredito nos estádios. Repliquei o cumprimento, por que aprendi na infância, numa crônica do Nelson Rodrigues, onde falava sobre a expectativa para a Copa de 1970:
- "Desde quando o bonito ganhou a Copa? Demais a mais, só os subdesenvolvidos têm escrúpulos. O inglês é um grande povo. Na guerra, salvou o mundo com a sua resistência. Mas em 66 a Inglaterra foi de um descaro empolgante. Manipulou juízes, baixou o pau, fez horrores e ganhou. Portanto, com as suas qualidades o inglês salvou o mundo; com os seus defeitos, ganhou a taça."
Então guardei isto num canto qualquer do meu superego - só os subdesenvolvidos têm escrúpulos. Para ser capaz de combater o bom combate contra os almofadinhas com cheiro de peido e os canalhas de plantão, enalteçamos nosso espírito bretão, afinal nossa pátria mãe ibérica nasceu pela virtuosidade celta.
*Fonte da crônica: http://www.esporte.gov.br/index.php/noticias/24-lista-noticias/47654-confira-o-34-texto-da-serie-de-cronicas-de-nelson-rodrigues
É isto aí!
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Nunca mais Paris outra vez!
No café da manhã, leu no jornal que seu corpo seria velado na capela da cidade. Achou aquilo um tanto bizarro. A sua fotografia na reportagem era referente à um recente baile no Clube das Garças. Fixou o olhar na imagem para observar uma linda mulher bem ao seu lado esquerdo, com a mão direita sobre seu ombro, que não se lembrava quem era. Voltou à leitura, onde alguns amigos deram depoimentos que não conseguiram emocioná-lo. Acreditou que estava sonhando.
Tomou banho, colocou uma roupa discreta, ligou a televisão, e o apresentador falava da sua morte. Começou a achar que era sério, pois pessoas do seu círculo social, com voz embargada, entre lágrimas, falavam da sua importância política, social e econômica para a região.
O interfone toca. Atende, era uma voz feminina aparentemente conhecida, mas sem identificação. Manda subir. A moça, uma beldade da natureza feminina, entra com um sorriso enigmático nos lábios cerrados. Era a mesma da tal fotografia e abraçam-se em silêncio por um longo tempo. Enquanto afaga seus cabelos, olha novamente para seu rosto e não se recorda de onde a conhece.
Estou morto? - indagou - Então é assim que acontece? Empurrou delicadamente a garota para olhar nos seus olhos. Fitaram-se por uma eternidade. Quando deu por si, a beijou e só então percebeu que, de uma forma inexplicável, abriu-se um portal - o corpo dela transformou-se em passagem para um labirinto de luz e mistério.
Uma mulher apareceu e informou-lhe entrasse com muito cuidado, pois aquele era o cérebro da amada. Então ela bateu três palmas e duas moças com vestal sacro foram guiando o embasbacado visitante entre os neurônios, e ao redor seus olhos vislumbravam o efeito de bilhões de luzes neuro-neon, de múltiplas cores. Chegou na Amígdala Cerebrosa, onde dezenas de ninfas guardavam a entrada. As duas anunciaram o visitante. As ninfas deram passagem e continuaram a caminhada.
Todos os conteúdos emocionais presentes na memória da moça afloraram em sua mente. Ela o amava, sempre o amou, tudo nela e dela eram para ele. Mas onde eu estive enquanto quando fui amado de forma tão profunda? - se perguntava.
Todos os conteúdos emocionais presentes na memória da moça afloraram em sua mente. Ela o amava, sempre o amou, tudo nela e dela eram para ele. Mas onde eu estive enquanto quando fui amado de forma tão profunda? - se perguntava.
Chegando num amplo salão, muito claro, mas sem luz aparente, percebeu-se só, e por instinto seguiu um facho de luz de intensidade maior. Deste ambiente seguiu para um adro, com sepulturas antigas e inscrições desconhecidas. Ela surgiu e lhe deu outro abraço, desta vez com um amor intenso. Eu te amo, eu te amo, eu te amo, sussurrou sem pressa.
Atento à todo aquele amor, meditou no mais profundo do seu pensamento - eu aqui, no bem bom ... quer saber? Nunca mais Paris outra vez!
Atento à todo aquele amor, meditou no mais profundo do seu pensamento - eu aqui, no bem bom ... quer saber? Nunca mais Paris outra vez!
É isto aí!
terça-feira, 22 de setembro de 2015
Paixão atávica
Vou poetar um poemameu:
Ela estudava lógica
Ele entonava graves
Ela traçava metas
Ele cantava óperas
Ela dormia nua
Ele insone clássico
Ela sorria plácida
Ele andava trôpego
Ela ambidestra
Ele anti-ético
Ela chorava à mesa
Ele escutava céptico
Ela psicótica
Ele distópico
Ela em sorriso tetânico
Ele com olhar despótico
Ela com choro trágico
Ele com gestos simbólicos
Ela fúnebre
Ele pernóstico
Ela gélida excêntrica
Ele excitação galvânica
Ela anoréxica anêmica
Ele com taras crônicas
Ela foi ao médico
Ele era a causa
Ela sentiu-se péssima
Ele evolução clássica
Ela trocou as receitas
Ele trocou os comprimidos
Ela ficou atônita
Ele reprimido
Ela desesperou aflita
Ele com dores cósmicas
Ela leu o diagnóstico
Ele era paixão atávica
É isto aí!
Ela estudava lógica
Ele entonava graves
Ela traçava metas
Ele cantava óperas
Ela dormia nua
Ele insone clássico
Ela sorria plácida
Ele andava trôpego
Ela ambidestra
Ele anti-ético
Ela chorava à mesa
Ele escutava céptico
Ela psicótica
Ele distópico
Ela em sorriso tetânico
Ele com olhar despótico
Ela com choro trágico
Ele com gestos simbólicos
Ela fúnebre
Ele pernóstico
Ela gélida excêntrica
Ele excitação galvânica
Ela anoréxica anêmica
Ele com taras crônicas
Ela foi ao médico
Ele era a causa
Ela sentiu-se péssima
Ele evolução clássica
Ela trocou as receitas
Ele trocou os comprimidos
Ela ficou atônita
Ele reprimido
Ela desesperou aflita
Ele com dores cósmicas
Ela leu o diagnóstico
Ele era paixão atávica
É isto aí!
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Poema medíocre
Por muito pouco a encontraria na praça. Havia escrito um poema único, doce, inocente e metódico. Coexistiam simetria e bom gosto, com as palavras suaves, ditas em elegante harmonia. Não tinha como dar errado, ela era a musa e aquele era o poema da nossa vida.
Busquei-a nas redes sociais, nos bares, nas esquinas, nos clubes, na faculdade, na rua, e nada encontrei. Era um poema lindo, feito como as tardes de outono, em serena brisa, céu azul e clima ameno. revisei as rimas, revisei as frases, revisei as palavras, reboquei o tema, alterei sinônimos, promovi sílabas tônicas e exaltei os átonos.
Havia em mim um poema, e de tão íntimo e profundo era seu conteúdo, que seria a nossa marca, o nosso destino selado por palavras que somos nós em códigos gráficos. Linda, tão linda, tão poesia, de tal forma que fiz um poema de cunho universal, englobando e envolvendo nossas almas, traduzindo-as na mais sagrada comunhão que une dois amantes.
Vivenciei um sentimento etéreo, decodifiquei a angústia das minhas insônias ... insônias ... malditas noites insones. Foi numa destas que saí para desmotivar minha ansiedade e ela passou - era apenas um poema medíocre nos braços de um apedeuta qualquer - não valia tudo que estava escrito.
É isto aí!
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
Eu sou chato, mas sou legal
Olá, você está sozinha? Incomodo? Perturbo? Ocupo seu espaço sideral, lateral ou diagonal assimétrico? Gostou, não é mesmo? - O assimétrico é por conta das curvas da sua exposição espacial, que me apraz e seduz.
Eu até que sou tímido, mas é que ando tão esquisito, assim meio que, sabe, algo diferente, tipo assim, não sou eu em mim, entende? Tenho persistido em muitas situações meio que déjà vu.
Então ... se fala assim mesmo - déjà vi, mas escreve-se vu, é uma coisa meio que maluca isto, não é? Feito eu assim, meio que maluco, meio que doido, meio que sem sentido, mas plácido e lúcido.
Eu até que sou tímido, mas é que ando tão esquisito, assim meio que, sabe, algo diferente, tipo assim, não sou eu em mim, entende? Tenho persistido em muitas situações meio que déjà vu.
Então ... se fala assim mesmo - déjà vi, mas escreve-se vu, é uma coisa meio que maluca isto, não é? Feito eu assim, meio que maluco, meio que doido, meio que sem sentido, mas plácido e lúcido.
Não, não cheirei nada não, nem inalei, nem traguei ou sequer injetei. É o meu normal isto daí, sou trans-normal, é uma coisa só minha, sabe? Só minha, assim como quero você só minha, estas coisas são só minhas, tipo assim uma rima poética sem licença ambiental. Deixa prá lá.
Por que você é tão linda assim? Eu queria poder te dar uma mordida, espera - melhor do que isto, uma dentada. Se vai ficar marca? Claro, será a minha marca.
Por que você é tão linda assim? Eu queria poder te dar uma mordida, espera - melhor do que isto, uma dentada. Se vai ficar marca? Claro, será a minha marca.
Então? Vai ter um rola-moça ou você vai ficar aí com cara de paisagem? Olha, pode falar o que quiser, eu tenho espírito democrático, e esta bendita reação psicológica que faz com que meu cérebro transmita em High Fidelity, que é uma coisa pós pós estratostérica.
Não, eu não quis dizer estratosférica, de estar fora de uma esfera, e sim tostérica, que seria um neologismo quanto ao assento de escravos nas galés. É interessante, isto eu sei, eu sou um cara interessante.
Não, eu não quis dizer estratosférica, de estar fora de uma esfera, e sim tostérica, que seria um neologismo quanto ao assento de escravos nas galés. É interessante, isto eu sei, eu sou um cara interessante.
Espera, não vai embora, eu posso querer te ouvir para saber seu nome, sei lá, que deve ser Débora. Não? Não é Débora? Espera - já sei, você se chama Linda, Não? Não é linda? Como assim? Volta aqui, por favor, não me abandone, eu sou chato, mas sou legal... Merda, estas coisas só estão ocorrendo por que eu não estou nada bem. Acho que vou me dar um tempo para esgotar um pouco de mim..
É isto aí!
É isto aí!
Ele que vá à reputa e à triputa que o pariu!
Autor de Macunaima, Pauliceia Desvairada, Amar, Verbo Intransitivo e muita poesia, ensaios, estudos e com forte interatividade na formação antropológica da identidade e cultura nacional, Mario de Andrade também era um homem que colecionava inimigos.
Getúlio Vargas o odiava muito, a ponto de proibir quaisquer manifestações sobre sua morte, prematura, em 1945. Esta censura durou quinze anos para ser desfeita.
Homem culto, quando apelava, Mário de Andrade apelava feio. Quando tentaram reconciliá-lo com Oswald de Andrade, que ele só chamava de “Osvaldo”, atacou, numa carta ao amigo e discípulo Murilo Miranda:
“Ele que vá à reputa e à triputa que o pariu”.
É isto aí!
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Xeba
Xeba era um garoto normal, com aspirações comuns à todos os meninos do bairro. Tinha sonhos, delírios e alucinações espontâneas que em nada diferenciavam dos outros garotos da cidade, do estado, do país, do mundo, do sistema solar e o escambau. Enfim, Xeba era normal.
Xeba era preto, negro, afro-descendente, nego, negão, e todas as variáveis pejorativas que os meritocratas descrevem em conversas reservadas em salões nobres da civilização. Mas isto não fazia dele outra raça - só existe uma única raça humana, com variáveis da tonalidade da pele. Enfim, Xeba era humano.
Xeba era pobre, muito pobre, família sem recursos, sem uma moradia digna, sem o conforto das vitrines, sem as roupas de marca, sem os tênis determinantes. Sua roupa, sempre limpinha, mantida pela habilidade manual da mãe, era sua armadura contra as tempestades do mundo.
Xeba amava seus pais que o amavam também. Estudava numa escola pública, dominada pelo terror, e todas as formas de terror eram comandadas por finos e elegantes senhores brancos da mais alta camada social da promiscuidade pungente, para que Xeba e seus iguais sempre se sentissem inferiores e violentos.
Xeba morreu numa tarde fria, chuvosa, numa esquina qualquer, de uma rua qualquer, ao passar por uma destas enormes catedrais de consumo. Só isto já bastou para fazer dele um suspeito. Nas manchetes estampadas em letras garrafais, a mídia subornada dava pelo tombamento de um perigoso meliante liquidado em troca de tiros com a lei, a justiça e a ordem.
Xeba morreu sem nunca ter dado um beijo de amor, sem nunca ter abraçado Rosinha, a menina mais linda da rua, sem nunca ter comido um sanduíche daqueles lugares bacanas, sem nunca ter tido a oportunidade de ter cometido um delito. É agora apenas uma estatística, um número perdido entre a realidade e a ficção de que somos todos iguais perante a lei.
É isto aí!
* Fonte da charge, cujo autor é Edidelson Silva:
http://arquivo.geledes.org.br/racismo-preconceito/racismo-no-brasil/13098-alo-e-do-iml-temos-um-suspeito-aqui-morreu-porque-era-negro
domingo, 13 de setembro de 2015
O analista da Pitangueira e o Rei dos Velórios

Sabe, doutor, eu adorava visitar cemitérios, participar de velórios, e quanto mais dramático, mais intensa era a minha participação. Toda quela carga emocional, as conversas paralelas, os que apenas acenam da porta, os que nunca entram, os que choram contidos, outros aos gritos, outros desmaiam.
Entendo ...
Numa determinada época, já profissional da morte, cheguei a morar próximo ao cemitério. Aí os compromissos foram aumentando. Visitar túmulos bonitos, procurar saber do que morreram estes ou aqueles, aguardar visitantes e conversar sobre o morto. Aquilo era uma benção em minha vida. Eu nasci para isto, doutor.
Acredita nisto?
Sim, claro, sou um predestinado à tanatofilia. Ela é um estar em mim, uma ascendência mórbida e ao mesmo tempo lírica. Eu amo, de paixão, o culto da morte. Mas aí algumas coisas foram acontecendo que começaram a criar obstáculos no meu destino.
Obstáculos? Consegue situá-los?
Bem, Tudo começou quando passei a perceber que as visitas aos túmulos foram diminuindo, e ao mesmo tempo o cemitério passou a ser habitáculo de drogas e prostituição. Até mesmo aqueles que trabalhavam com suas crenças atreladas ao ambiente, foram se esvaindo. As ladainhas sumiram, as carpideiras desapareceram, aí nesta altura vi que os mortos também estavam sós.
Sós? Também? Em que sentido?
Olha, só os grandes funerais passaram a resgatar aquela manifestação de luto eterno. Sabe, os famosos em qualquer coisa passaram a ter um tratamento vip, e o estranho é que ninguém sabe nada deles, a não ser a imagem da sua importância em cada um deles. Desculpe se estou confuso. Mas é que estou me sentindo como os mortos comuns, estou só.
Tudo bem, estou entendendo.
Não, não está entendendo. Puxa vida, olha doutor, ocorre que eu tinha uma companheira de velório, muito discreta, de quem acabei me tornando amante. Imagina isto. Eu, casado, servidor público, ela, casada, do lar. E nós dois em tórrida e discreta paixão nos velórios. Aquilo nos excitava tanto que é inenarrável. Tínhamos catacumbas preferidas, algumas com aquele cheiro inebriante da terra úmida, mas, e agora, doutor ... (mãos na face e pranto intenso) ... e agora ...
Você está perguntando?
Não, agora ela só curte a seção de Saudades Eternas no Youtube. Isto acabou comigo (voz embargada). Ela ... me trocou por um programa de rede. Isto está me matando, doutor, me matando.
Já pensou que esta pode ser a intenção dela? Um grande final como prova do amor infinito?
Caramba ... não tinha pensado nisto. Agora tudo faz sentido, ela é a mulher da minha vida. Adeus, doutor.
Espera, não saia ainda, não faça nenhuma bobagem.
Bobagem? Vou chamá-la para produzirmos vídeos juntos. Uau! Era isto que faltava para apimentar nossa relação e eu não estava vendo. Valeu, doutor - estou curado! O senhor é bom mesmo!
É isto aí!
Espera, não saia ainda, não faça nenhuma bobagem.
Bobagem? Vou chamá-la para produzirmos vídeos juntos. Uau! Era isto que faltava para apimentar nossa relação e eu não estava vendo. Valeu, doutor - estou curado! O senhor é bom mesmo!
É isto aí!
A Escada de Renda
Ela foi projetada e instalada em 2011 em um estiloso apartamento em Paris, mas seu sensacional design é atemporal. Esta escada criada em conjunto pela dupla de arquitetos Ammar Eloueini eMarc Fornes usa madeira e Corian para conseguir seu visual único. Delicado e atraente o charme do padrão gerado por computador transforma o conjunto no grande protagonista do imóvel. Bastante aberto na parte inferior o desenho rendado gradualmente se torna mais opaco em direção ao topo, enquanto os degraus de madeira se tornam mais espessos.
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Naná em estado de alerta

Ouviu um barulho e sentiu um perfume familiar, então saltou a janela, caiu rolando na grama fofa do jardim, ainda deitado vestiu a calça, levantou ajeitando a camisa, e correu como um vento sem rumo, procurando um lugar seguro para ocultar sua presença. Num beco lateral, furtivamente agachou-se, calçou o sapato, arrumou o cabelo, afivelou o cinto, respirou aliviado, levantou-se e aguardou o táxi chamado pelo celular.
Assim que chegou ao trabalho, o telefone toca. Era a esposa
- Querido, antecipei minha volta, já estou em casa.
- Que bom, amor. Ótimo.
- Por que você não foi trabalhar no seu carro? Ele está com defeito?
- Não, é que hoje resolvi ir de táxi, para deixar o carro com você assim que chegasse.
- Gostei disto. Assim que minha irmã acordar, vamos sair, ok?
- Certo, meu bem, certo...
- Só uma dúvida, meu bem, como você trancou a porta se esqueceu a chave em cima da mesa?
- Então, é que eu tenho uma reserva.
- Sei ..., e como pagou o táxi se esqueceu a carteira?
- Não, não esqueci, é que este é um método para que eu reduza meus gastos, amor.
- Sei ... Posso saber por que a nossa cama estava arrumada? Você dormiu em casa?
- Naná, você está me fazendo perguntas estranhas. Está duvidando de mim?
- Euzinha? Não ... imagina! Meu bem, eu tenho que te contar uma coisa.
- Fala, querida. Sempre estou te ouvindo.
- Espero que você não fique chateado, eu não quis te falar nada antes, mas minha irmã veio passar umas semanas aqui para tratar de uma DST.
- DST Você disse DST? É aquela que estou pensando?
- É. isto mesmo, exatamente aquela, amor, tal qual você está pensando.
- Que que que rida, na ho ho ra que eeeeu che che gar, pre pre pre cisamos con con
- Conversar, não é amor?
- Si sim.
(a irmã) - Naná, que papo é este de falar que estou com DST no telefone?
- Brincadeirinha, maninha, brincadeirinha ... agora arruma sua mala que vou te levar na rodoviária, por que se não está doente, ao permanecer aqui, vai ficar.
É isto aí!
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
Aconteceu uma coisa estranha
Mestre, estou apaixonado, o que devo fazer?
Nada. Não faça nada. O mal já está feito.
Mas o que é isto, Mestre? Eu quero chegar na moça e falar algo que a toque, que ela sinta a vibração da minha alma por ela. O que falar? Por favor, Mestre.
Bem, já que você escolheu o caminho das pedras, aproxime-se dela, e converse. Se apresente, fala que está gostando dela. Fale das suas intenções, seja direto, desta forma, o que tiver de ser e acontecer, será e acontecerá.
Mestre, eu fui lá e quase falei, mas quando olhei nos olhos dela, disse: Havia dois ursos, o Beijaeu e o Mebeija. O Beijaeu morreu, quem sobrou?
Então, como ela reagiu a uma coisa ridícula desta?
Primeiro ficou me olhando séria, depois deu um leve sinal de sorriso, e por fim, entre séria e irônica, perguntou por qual motivo tinham nomes em português, se não existem ursos por aqui. E se fosse este o caso, deveriam então serem de circo ou estarem no Zoológico. De qualquer forma, segundo ela, estavam ali apenas para satisfazerem o ego dos seus donos. E dito isto, seguiu seu caminho sem dizer adeus.
Mas que menina inteligente. Volte lá e peça desculpas, fale que estava nervoso, mas que deseja falar sobre um futuro ao lado dela. Fale o que sente e não pense para falar.
Mestre, encontrei--me com a moça e mais uma vez não consegui me controlar, daí fiquei tão perdido que a única coisa que saiu foi assim:
- Você tem um mapa?
- Por que? Está perdido? Abre no seu smartphone o Google Maps, e partiu feito um raio.
- Por que? Está perdido? Abre no seu smartphone o Google Maps, e partiu feito um raio.
Mestre, fui lá como o senhor falou, tentei repetir a frase e aí... bem, aconteceu uma coisa estranha. Eu não conseguia falar, então lembrei de uma fala numa novela - Aposto um beijo que você me dá um fora.
Assim que eu disse, aconteceu um negócio muito estranho.
Coisa estranha? Fale, garoto, o que pode ter acontecido de tão estranho?
Ela olhou para o alto, apontou com o indicador e perguntou para mim - Olha, que coisa assombrosa é aquilo no céu? Aí eu me virei para olhar, e fiquei procurando, mas ao voltar ela havia desaparecido. Será que ela desintegrou? Entrou num túnel do tempo? Foi abduzida? Mestre? Mestre? Caramba... ele também sumiu...
É isto aí!
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
Negritude
Este poema circula pela internet há pelo menos quinze anos, e na maioria das postagens, refere ao autor como sendo uma criança angolana. Mas, segundo fontes literárias, seu autor é Leopold Sedar Senghor, primeiro presidente do Senegal, escritor, poeta e, juntamente com o poeta antilhano Aimé Césaire, ideólogo do conceito de negritude.
Quando nasci, era preto.
Quando cresci, era preto.
Quando pego sol, fico preto.
Quando sinto frio, continuo preto.
Quando estou assustado, também fico preto.
Quando estou doente, preto.
E, quando eu morrer continuarei preto !
E você, sujeito branco.
Quando nasce, é rosa.
Quando cresce, é branco.
Quando pega sol, fica vermelho.
Quando sente frio, fica roxo.
Quando se assusta, fica amarelo.
Quando está doente, fica verde.
Quando morrer, ficará cinzento.
E vem me chamar de homem de cor ?
Só um ensaio ousado da minha parte, em tradução literal para falar da Preta Pretinha:
Quando nasci, era preta.
Quando cresci, era pretinha.
Quando pego sol, fico preta
Quando sinto frio, continuo pretinha.
Quando estou assustada, também fico preta.
Quando estou doente, pretinha.
E, quando eu morrer continuarei preta!
E você, moça branca.
Quando nasce, é rosa.
Quando cresce, é branca.
Quando pega sol, fica vermelha.
Quando sente frio, fica roxa.
Quando se assusta, fica amarela.
Quando está doente, fica verde.
Quando morrer, ficará cinzenta.
E vem me chamar de mulher de cor ?
Quando nasci, era preto.
Quando cresci, era preto.
Quando pego sol, fico preto.
Quando sinto frio, continuo preto.
Quando estou assustado, também fico preto.
Quando estou doente, preto.
E, quando eu morrer continuarei preto !
E você, sujeito branco.
Quando nasce, é rosa.
Quando cresce, é branco.
Quando pega sol, fica vermelho.
Quando sente frio, fica roxo.
Quando se assusta, fica amarelo.
Quando está doente, fica verde.
Quando morrer, ficará cinzento.
E vem me chamar de homem de cor ?
É isto aí!
Quando nasci, era preta.
Quando cresci, era pretinha.
Quando pego sol, fico preta
Quando sinto frio, continuo pretinha.
Quando estou assustada, também fico preta.
Quando estou doente, pretinha.
E, quando eu morrer continuarei preta!
E você, moça branca.
Quando nasce, é rosa.
Quando cresce, é branca.
Quando pega sol, fica vermelha.
Quando sente frio, fica roxa.
Quando se assusta, fica amarela.
Quando está doente, fica verde.
Quando morrer, ficará cinzenta.
E vem me chamar de mulher de cor ?
terça-feira, 8 de setembro de 2015
O analista da Pitangueira - Como esquecer um grande amor
Então, como tem sentido a sua vida, Carlos Dagoberto?
Por favor, doutor, me chama de Carlão.
Como seu pai te chama?
Cacá, mas o que tem a ver?
E sua mãe?
Carlinhos ... espera, entendi, eu sou "o" Carlos Dagoberto, desde sempre, claro, entendi, tudo bem.
Vamos prosseguir, e veja que você começa a se perceber, o que é um bom sinal.
Como já falei para o senhor, meu problema, minha dor, minha angústia, minha tristeza, meu desgosto, minha insônia, enfim minha depressão tem nome e sobrenome - Vivi Pitanga. Ela é divina, mistica, linda, maravilhosa...
Tire-a do pedestal, Carlos Dagoberto. Ela não é a única mulher do mundo e ponto final. Não importa se ela fez o melhor em tudo para a sua felicidade, que foi a melhor de toda a sua vida, ou a que te tratava de uma maneira que ninguém fez antes.
Mas, doutor ...
Presta atenção, existem milhares de mulheres que fazem exatamente as mesmas coisas que ela e possuem no mínimo o mesmo nível de aparência. Na verdade, existem milhares melhores que ela. Sei que nesse momento é difícil acreditar nisso, mas garanto que é a verdade. Se ela não quer mais ficar com você, não se preocupe. Você conseguirá sim alguém melhor e que queira estar ao seu lado.
Impossível, ela é única.
A maior dificuldade que existe em esquecê-la é por causa desta idealização icônica que você fez..
Mas só consigo me lembrar das qualidades.
Carlos Dagoberto, Vivi Pitanga tem defeitos, como qualquer mulher. Toma este lápis e escreva aí os cinco grandes defeitos que já viu nela, e depois destes verá outros que você nem imaginava que existiam e que te incomodavam.
Não posso, não existe isto nela.
Pense bem, pode ser qualquer coisa, desde não atender ao celular até ser repulsiva, ou te tratar da maneira inadequada na frente dos seus amigos. Pode ser que seja muito fresca na cama, ou mastigue chiclete de boca aberta, ou não sabe quem foi Jorge Amado, nem goste das músicas que você gosta. Pense por aí.
É verdade, existiam coisas nela e dela que me irritavam, mas logo logo dava um jeito único de aparar as arestas.
E mais, Carlos Dagoberto, muito importante - não ligue para ela, não pense nela, não fale nela, não visite sua rede social, nem sequer se lembre dela. Se isso ocorrer, comece a escrever os defeitos que ela tem.
Mas ela tem um jeito único, uma coisa da qual não consigo esquecer, doutor, é maior do que eu.
Isto é impossível, Carlos Dagoberto. Ninguém é insubstituível.
Mas ela é. Ela tem... meu Deus, como explico isto ..., ela tem ..., sabe doutor, ela tem o cheirinho do leite da mamãe.
CARLINHOS, sai daqui agora, moleque - vai embora. Sai agora, vaza. E só volta na semana que vem no mesmo horário, e limpa este nariz sujo, seu catarrento.
Sim, senhor, sim senhora, desculpe, sim senhor...
É isto aí!
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
O Leão e a Amizade
Esta lenda é originária de Angola.
Dois amigos costumavam encontrar-se todos os dias, numa das conversas um deles comentou:
- Os leões estão a aparecer nas redondezas. Tem cuidado com a tua casa, para evitares um desgosto.
- O Leão não poderá entrar. Tenho espingarda e lança.
- Enganas-te, porque não podes lutar com o Leão.
- Tenho a certeza que posso.
Ambos riram e continuaram a conversar até que por fim se separaram.
Passou-se um mês desde quando o rapaz tinha avisado o amigo, arranjou um meio de se transformar em Leão e resolveu atacar o camarada rugindo ferozmente.
Arranhou-lhe a porta de casa e encontrou o amigo a dormir. Levantou-o, bateu-lhe e desfez tudo aquilo que encontrou. Deixando o amigo em má situação, retirou-se e voltou à forma de homem.
No outro dia, foi visitar o amigo que atacara e este disse-lhe:
- Pobre de mim! O Leão veio aqui e destruiu tudo!
- Porque não fizeste fogo ou lhe meteste a lança?
- Meu amigo, o Leão é forte como a amizade!
Fonte: http://esoterismo-kiber.blogs.sapo.pt/tag/lendas-de-angola
É isto aí!
domingo, 6 de setembro de 2015
Tédio, mágoas e adeus.
A moça procurou o Analista da Pitangueira para tratar de uma coisa que não sabia o que era.
Seja bem vinda, senhorita. Fique à vontade, e fale o que a trouxe aqui.
Sabe, senti algo muito estranho nestes últimos dias. É uma coisa como um sentimento de desgosto, de aborrecimento sem causas aparentes. Além disso desde ontem tenho o desconforto de um pressentimento enfadado resultante de alguma espera em vão.
Interessante. Mas está assim hoje?
Mais ou menos. Ocorre que foi nesta manhã que comecei a vivenciar uma experiência adversa de querer algo diferente, mas não conseguira distinguir bem o que, daí passei a desejar uma atividade mais gratificante. E então, minha mente entrou em ebulição devido às percepções sentidas, apresentando dificuldade em lidar com estes novos estímulos e buscando o bucolismo.
Por gentiliza, defina para mim o que seria uma atividade mais gratificante?
Olha, está aí uma coisa que não sei bem explicar. O dinheiro é importante, mas preciso amar e ser amada por esta atividade, é isto, uma atividade gratificante é uma mão dupla de amor. Isto tudo é muito complicado para mim agora que encontrei esta definição.
Bem, achamos um caminho e iremos nos aprofundar neste horizonte.
Pelos deuses das fadas, estarei com alguma doença e, talvez por isso, imagino sintomas complicados? Esses sinais indicadores, como o sentimento de vazio, falta de vontade de realizar atividades rotineiras e o desinteresse pela realidade vivida são características de um mal maior? Diga a verdade, quero saber a verdade.
Sou analista, não faço diagnósticos. Promovo o espírito crítico dentro de você para trazer estas respostas para o exterior. É importante atentar para a intensidade desses sinais citados, já que podem indicar apenas uma manifestação de tédio ou, em condições extremas, podem ser indicativos de depressão, que irá requerer cuidados com profissionais específicos.
Como assim tédio? Tem vacina? Tem cura? É contagioso? Como eu peguei isto?
Calma, não tem nada disto. Estamos nos referindo a uma forma de se relacionar com a realidade e seus estímulos. Nesse sentido, falar em tédio significa falar em um direcionamento das atenções voltadas para si, para o seu fracasso ou dificuldade em realizar atividades gratificantes.
Nossa, muito confuso. Mas como isto aconteceu?
Geralmente o tédio se instala quando, por algum motivo, a vida ao seu redor deixa de ser interessante ou estimulante. Mas não se trata de se sentir culpada por sentir-se dessa forma. Existem inúmeros fatores sociais e culturais que contribuem para essa condição.
Sociais e culturais? Mas e as mágoas, o adeus ao ex chato?
Olha, se você prestar atenção, vai perceber que as atividades prazerosas de sua vida ou seus momentos de lazer, em muito, são cópias da sua rotina de trabalho. Sair com os amigos para jantar, por exemplo, pode ser uma atividade facilmente comparada a uma reunião de negócios, já que, muitas vezes, acabamos falando de trabalho.
Meus deusinhos das sextas-feiras sagradas, é isto mesmo. Saímos em bando e só falamos de ... trabalho (lágrimas ...)
Então, o que está ocorrendo é que grande parte das suas ações reproduzem um dia cotidiano, rotineiro, e sua atenção se prende a essa repetição, dando a impressão de que a vida é um contínuo, como se a situação atual fosse algo que sempre existiu e que sempre vai existir.
Agora ficou tudo muito claro. Entendi o tédio como parte desse processo, dessa enfadonha rotina que se estabeleceu.
Exatamente isto. Agora você pode compreender melhor sua condição emocional.
Sabe, doutor, desejo que este tédio vá para os quintos, mas sem mágoas. Tédio ... adeus.
Aguardo você na semana que vem no mesmo horário.
Fonte da Imagem: DreamsTime Free
Ah, não, Nelsinho, isto não!
Sério? Qualquer coisa?
Isto, eu faço qualquer coisa, mas não vá embora.
Quero você gorda.
Ah, não, Nelsinho, isto não!
Mas você falou que faria qualquer coisa. A casa, cozinha e banheiro são todos seus, eu não arrumo mais nada.
Ah, não, Nelsinho, isto não!
Vou assistir meus jogos, todos eles, na hora que eu quiser, sem novela ou filme.
Ah, não, Nelsinho, isto não!
Vou cortar seu cartão de crédito.
Ah, não, Nelsinho, isto não!
Não te levo mais de carro para salão, feira, casa da sua mãe, etc.
Ah, não, Nelsinho, isto não!
Vamos almoçar na minha mãe todo sábado.
Ah, não, Nelsinho, isto não!
Caramba, Doralice, o que é qualquer coisa para você?
Humm, deixa ver - qualquer coisa é qualquer coisa, menos aquelas coisas que são só suas coisas, eu acho que é isto.
Então quero você magra.
Ah, não, Nelsinho... espera aí, está me chamando de gorda?
É isto aí!
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Brava, muito brava!
Adoro quando ela fica com raiva.
parece que fica linda!
Só que não!
Prefiro mesmo é nunca errar
porque fica mais linda ainda
É isto aí!
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
Salto alto pode afetar o orgasmo feminino
William Masters e Virginia Johnson tornaram-se famosos pela pesquisa inovadora sobre sexo que eles conduziram na Universidade de Washington em St. Louis entre 1950 e 1960. As descobertas de Masters e Johnson mudaram a forma como pensamos sobre o sexo e sobre a sexualidade das mulheres em particular.
Os seus estudos demonstraram que as mulheres são capazes de ter orgasmos múltiplos, entre outras coisas. Estas foram as idéias revolucionárias da época, mas uma nova pesquisa sobre mulheres e sexo revelou alguns fatos que chocaria até mesmo Masters e Johnson. Aqui está a mais recente pesquisa sobre sexo, feita pelo renomado Dr. Eden Fromberg da Clínica Ginecológica SoHo OBGYN e publicado em 2012 pela ativista Naomi Wolf, Vagina: A New Biography.
1. Os ciclos de luz afetam a fertilidade feminina
As mulheres costumavam a menstruar durante a lua nova (quando está escuro à noite) e ovular durante a lua cheia (quando é claro). Agora, em um mundo cheio de iluminação artificial e telas brilhantes, as mulheres não estão tão em sintonia com a ligação entre seu corpo e a natureza. Algumas têm tentado a "lunaception", que é alterar as luzes em seus quartos com base na iluminação lunar para mudar sua ovulação.
2. As mulheres podem engravidar cinco a oito dias depois de ter sexo
Estudos têm demonstrado que alguns espermatozóides podem viver no muco da cripta cervical antes do óvulo ser fertilizado, entre cinco a oito dias após o sexo.
3. Usar saltos altos podem afetar negativamente o orgasmo da mulher
Algumas marcas de sapatos desenvolveram o arco em seus sapatos de salto alto para aproximar o arco na pélvis de uma mulher. Os saltos criam uma contração no assoalho pélvico, o que é problemático porque o assoalho pélvico não consegue contrair ainda mais durante o orgasmo. "Um orgasmo é geralmente igual a ir de zero a 60", explica Fromberg. "Se você já está a 55 [por usar saltos], você não terá uma experiência completa."
4. Os orgasmos podem tornar as mulheres mais criativas
Estudos têm demonstrado que os orgasmos podem tornar as mulheres mais confiantes, produtivas e criativas. E isso funciona reversamente - as mulheres atigem orgasmos mais completos quando elas estão sendo criativas.
5. As pílulas anticoncepcionais amortecem a libido
Qualquer contracepção hormonal tem esse efeito colateral psicológico. Às vezes as mulheres ainda têm problemas para engravidar mesmo que não estejam usando a pílula, porque enquanto elas podem ter sido atraídas para o seu parceiro usando a pílula, o casal não é realmente compatível entre si bioquimicamente sem os hormônios extras.
6. Sentar em cadeiras pode excitar as mulheres...
Os nervos pudendos, debaixo dos ísquios, alimentam tecidos de excitação (na vagina, clitóris, ânus, etc). Sentar-se em um certo tipo de cadeira pressionando os nervos pudendo de uma certa maneira pode levar à excitação sexual.
7. ... mas também pode enfraquecer seus orgasmos
Por outro lado, sentar em cadeiras pela maior parte do dia encurta o pavimento pélvico e os músculos psoas - músculos que são essenciais para um orgasmo de corpo inteiro. Quando esses músculos são apertados por sentar-se muito, as mulheres têm mais dificuldade para conseguir um grande orgasmo.
8. As mulheres têm três zonas erógenas
O clitóris, o ponto G, e a abertura do colo do útero. Alguns dizem que os mamilos pertencem a essa lista também.
9. As terminações nervosas são distribuídas de forma diferente na vagina de cada mulher
Como um floco de neve, cada mulher é única na medida em que suas terminações nervosas são distribuídas em seus órgãos genitais de forma diferente. Isso significa que, toda mulher precisa empregar ligeiramente diferentes métodos para atingir o orgasmo.
10. As pulsações que uma mulher sente durante o orgasmo são, na verdade, seu útero tentando reunir esperma
Ligamentos redondos que terminam nos grandes lábios "balançam o útero para frente e para trás durante o orgasmo para que o colo do útero tenha a oportunidade de potencialmente colher sêmen, que pode ser reunido na parte de trás da vagina para aumentar a fertilidade", diz Fromberg.
11. Estar bem hidratada leva a melhores orgasmos
Porque o corpo é na maior parte fluido, estar hidratada aumenta a capacidade para se atingir o orgasmo.
12. Toda mulher pode atingir o orgasmo
Quase nenhuma mulher nasceu incapaz de alcançar um orgasmo. "As mulheres têm o maquinário inato programado para ter orgasmos", explica Fromberg. "Mas nem todo mundo aprende a usar bem esta máquina."
FONTE:
Você não é chato, você é mal informado ou mal intencionado ou mentiroso ou vai ver é só bobo mesmo!
Aos que chamam os eleitores de Dilma de “burros”, um blogueiro reuniu uma lista com vinte e cinco falácias que grupos como Revoltados Online contam e disseminam nas redes sociais.
Tem mais umas dez aí, como o avião do Lulinha, a fazenda do Lulinha, a riqueza Forbes do Lula, a implantação do comunismo, etc, mas quando estiver no seu momento de Revoltado Online, chamando os eleitores da Dilma de “burros” lembre-se:
01 — Lembra quando você acreditou que o filho do Lula era dono da Friboi?
Era mentira!
02 — Lembra quando você acreditou que Alberto Youssef tinha sido assassinado no dia da eleição?
Era mentira!
Era mentira!
03 — Lembra quando você acreditou que Dilma tinha cometido suicídio?
Era mentira!
Era mentira!
04 — Lembra quando você acreditou que Lula estava aposentado por invalidez?
Era mentira!
Era mentira!
05 — Lembra quando você acreditou que a Dilma ia congelar a poupança?
Era mentira!
Era mentira!
06 — Lembra quando você acreditou que o litro de gasolina ia custar 5 reais em novembro de 2014?
Era mentira!
Era mentira!
07 — Lembra quando você acreditou que o PT trouxe haitianos para votar nas eleições?
Era mentira!
Era mentira!
08 — Lembra quando você acreditou que o deputado Jean Wilys apresentou projeto de emenda à bíblia?
Era mentira!
Era mentira!
09 — Lembra quando você acreditou que o dólar custaria 6 reais após as eleições?
Era mentira!
Era mentira!
10 — Lembra quando você acreditou que a Petrobras estava quebrada?
Era mentira!
Era mentira!
11 — Lembra quando você acreditou que Dilma implantaria um chip para controlar seus pensamentos?
Era mentira!
Era mentira!
12 — Lembra quando você acreditou que a filha de Dilma era dona de mais de 20 empresas?
Era mentira!
Era mentira!
13 — Lembra quando você acreditou que a Dilma havia criado uma lei que proibia investigação de acidentes aéreos?
Era mentira!
Era mentira!
14 — Lembra quando você acreditou que Dilma usou um ponto eletrônico durante o debate presidencial?Era mentira!
15 — Lembra quando você acreditou que Fidel Castro e que Aleida (filha de Che Guevara) recebiam aposentadoria do governo brasileiro?
Era mentira!
Era mentira!
16 — Lembra quando você acreditou que o governo brasileiro gastou 4 milhões de reais na construção de um “Memorial do Funk”?
Era mentira!
Era mentira!
17 — Lembra quando você acreditou que o PT criou o “Bolsa Prostituição”?
Era mentira!
Era mentira!
18 — Lembra quando você acreditou que as urnas eletrônicas estavam adulteradas?
Era mentira!
Era mentira!
19 — Lembra quando você acreditou que o governo gastou 13 milhões para construir estátua do Lula?
Era mentira!
Era mentira!
20 — Lembra quando você acreditou que a comitiva de senadores que foi a Venezuela não teve o pouso do avião autorizado?
Era mentira!
Era mentira!
21 — Lembra quando você acreditou que o governo venezuelano mandou fechar a pista de uma rodovia para evitar que os senadores brasileiros se locomovessem naquele país?
Era mentira!
Era mentira!
22 — Lembra quando você acreditou que esses senadores que visitaram a Venezuela foram “apedrejados”?
Era mentira!
Era mentira!
23 — Lembra quando você acreditou que Lula tinha pedido Habeas Corpus para se precaver da Lava-Jato?
Era mentira!
Era mentira!
24 — Lembra quando você acreditou que os médicos cubanos eram falsos e/ou guerrilheiros?
Era mentira!
Era mentira!
25 — Lembra quando você acreditou que a Copa do Mundo estava comprada?
Era mentira!
Era mentira!
Não seja bobão, pare de repetir boatos, se informe e repense sobre quem realmente é o ignorante da historia.
Dá uma olhada nos links:
http://www.e-farsas.com/6-boatos-que-circulam-pela-web-envolvendo-dilma-rousseff.html
http://www.e-farsas.com/governo-investira-13-milhoes-para-criar-uma-estatua-do-lula.html
http://www.e-farsas.com/dilma-cria-lei-tornando-sigilosas-investigacoes-sobre-acidentes-aereos.html
http://www.vermelho.org.br/noticia/265797-1
http://www.ocafezinho.com/2015/06/15/comecam-os-factoides-de-aecio-contra-venezuela/
http://www.blogdacidadania.com.br/2015/02/g1-desmente-confisco-da-poupanca-mas-publica-comentarios-endossando-a-farsa/
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/10/26/interna_politica,583531/boato-nas-redes-sociais-diz-que-youssef-esta-morto-policia-federal-desmente.shtml
http://www.e-farsas.com/senado-aprova-bolsa-mensal-de-r-2-00000-para-garotas-de-programa.html
http://www.e-farsas.com/ministerio-da-cultura-gasta-4-milhoes-com-o-memorial-do-funk.html
http://www.e-farsas.com/fidel-castro-recebe-aposentadoria-de-r-50-mil-brasil.html
http://www.e-farsas.com/e-verdade-que-o-pt-trouxe-50-mil-haitianos-para-votar-na-dilma.html
http://noticias.gospelmais.com.br/boato-dilma-aprovou-implantacao-chips-falso-76075.html
http://www.e-farsas.com/governo-investira-13-milhoes-para-criar-uma-estatua-do-lula.html
http://www.e-farsas.com/dilma-cria-lei-tornando-sigilosas-investigacoes-sobre-acidentes-aereos.html
http://www.vermelho.org.br/noticia/265797-1
http://www.ocafezinho.com/2015/06/15/comecam-os-factoides-de-aecio-contra-venezuela/
http://www.blogdacidadania.com.br/2015/02/g1-desmente-confisco-da-poupanca-mas-publica-comentarios-endossando-a-farsa/
http://www.em.com.br/app/noticia/politica/2014/10/26/interna_politica,583531/boato-nas-redes-sociais-diz-que-youssef-esta-morto-policia-federal-desmente.shtml
http://www.e-farsas.com/senado-aprova-bolsa-mensal-de-r-2-00000-para-garotas-de-programa.html
http://www.e-farsas.com/ministerio-da-cultura-gasta-4-milhoes-com-o-memorial-do-funk.html
http://www.e-farsas.com/fidel-castro-recebe-aposentadoria-de-r-50-mil-brasil.html
http://www.e-farsas.com/e-verdade-que-o-pt-trouxe-50-mil-haitianos-para-votar-na-dilma.html
http://noticias.gospelmais.com.br/boato-dilma-aprovou-implantacao-chips-falso-76075.html
O crime do Adamastor
Há muitos anos atrás, numa distante e pacata cidadezinha no interior de Minas Gerais, teve um episódio que ficou registrado nos anais da vida pública. Para não comprometer, vou omitir a cidade e trocar o nome dos personagens. Tudo começou assim:
Naquele tempo as janelas eram baixas e davam para a rua. Adamastor sentiu-se mal de madrugada, e caia uma chuva torrencial. Dada a amizade, procurou direto o médico, ainda na casa deste. O doutor, sabendo da gravidade do quadro clínico do amigo, colocou-o na cama do quarto da frente, medicou, mas logo veio ao óbito.
Falando com a voz embargada, para a esposa, que estava em pé na porta do quarto, disse que Adamastor acabara de falecer de morte matada pelo aneurisma, e que sentia um grande pesar pela perda do amigo.
Falando com a voz embargada, para a esposa, que estava em pé na porta do quarto, disse que Adamastor acabara de falecer de morte matada pelo aneurisma, e que sentia um grande pesar pela perda do amigo.
Deu que Vaguinho Cambota e Beto Saci, que por acaso passavam na frente da casa, não sabiam que ali estava também o amigo recém-falecido. Arregalaram os olhos e saíram espalhando:
- Adamastor foi morrido de morte matada, o doutor falou.
Zé da Venda ouviu e falou para João Barbeiro, que disse ao Joaquim Carroceiro, que berrou para a Maria Manicure, que espalhou na feira até chegar na Dona Santinha, que correu e explicou para o padre, que divulgou no alto-falante da praça.
Aí a população toda já falava só disto, e, clareando a manhã, a notícia chegou ao delegado que imediatamente correu no hospital, onde não havia o corpo. Suspeitando que deveria ter sido morto na sua fazenda, mandou o destacamento ir ao local de jeito ligeiro, no Jeep Willys Overland. Uma hora depois, todo mundo ansioso, retornaram com a notícia que estava tudo revirado.
Deu-se que, ao passar mal, em desespero, Adamastor procurou pela chave do GMC Marta Rocha 6500, para ir ao médico, e na pressa, bagunçou tudo, até achá-la na gaveta do criado mudo. Como deixou a porta aberta, o vento e a chuva acabaram por destruir o ambiente.
O delegado, nervoso, mandou o destacamento buscar o médico, que naquela hora já estava no hospital. Foi conduzido à delegacia a fim de prestar depoimento como testemunha do tal crime. O doutor não entendeu nada, mas chegando à repartição, debaixo de chuva, com um tumulto de dezenas pessoas na entrada, da porta mesmo a autoridade foi logo perguntando em tom alto e desagradável, quase aos berros, por que não era homem de perder tempo:
Deu-se que, ao passar mal, em desespero, Adamastor procurou pela chave do GMC Marta Rocha 6500, para ir ao médico, e na pressa, bagunçou tudo, até achá-la na gaveta do criado mudo. Como deixou a porta aberta, o vento e a chuva acabaram por destruir o ambiente.
O delegado, nervoso, mandou o destacamento buscar o médico, que naquela hora já estava no hospital. Foi conduzido à delegacia a fim de prestar depoimento como testemunha do tal crime. O doutor não entendeu nada, mas chegando à repartição, debaixo de chuva, com um tumulto de dezenas pessoas na entrada, da porta mesmo a autoridade foi logo perguntando em tom alto e desagradável, quase aos berros, por que não era homem de perder tempo:
- O senhor, Doutor, confirma a morte do Adamastor?
- Sim, claro, confirmo. Mas o que está acontecendo aqui?
- Diga Doutor, o que matou o Adamastor?
- Sim, claro, confirmo. Mas o que está acontecendo aqui?
- Diga Doutor, o que matou o Adamastor?
- Bem, ele fez uma parada cardio-respiratória por falência.
- Escreve aí, cabo, o Adamastor deu uma paradinha no tal do Cláudio e deu uma respiratória. Falei para ele largar mão disto de fumar, mas era teimoso demais. E nunca ouvi dizer que ele esta falido.
- Bem, delegado, não é isto, até por que é comum morrer assim.
- Comum, doutor? É comum um homem bom daquele morrer assim? Está escondendo alguma coisa da gente?
- Não, claro que não. Eu tenho certeza de que quem matou mesmo o Adamastor foi o aneurisma.
- Comum, doutor? É comum um homem bom daquele morrer assim? Está escondendo alguma coisa da gente?
- Não, claro que não. Eu tenho certeza de que quem matou mesmo o Adamastor foi o aneurisma.
- Entendi tudo, está dispensado, doutor. Cabo, reúna a tropa e vamos procurar este tal de Aneurisma, o desgraçado não deve ter ido longe. E levanta na rua se este Cláudio era cúmplice dele. Deve ter sido culposo o crime... coitado do Adamastor.
É isto aí!
Terço da vitória pelo Sangue de Jesus
Paróquia : Nossa Senhora do Rosário de Fátima e Santo Antônio de Lisboa. (Rio de Janeiro)
– Sinal da Cruz
– Credo
– 3 Ave Marias
– Glória ao Pai…
1º Mistério
No primeiro mistério clamamos o sangue de Jesus para que nos lave, nos purifique e nos liberte dos nossos pecados.
Pai Nosso…
Nas contas pequenas reza-se: Eu sou vitorioso pelo Sangue de Jesus (10 vezes)
2º Mistério
No segundo mistério clamamos pelo Sangue de Jesus para que quebre todas as maldições sobre nós e nossos familiares.
Pai Nosso…
Nas contas pequenas reza-se: Pelo poder do Sangue de Jesus quebro todas as maldições sobre nós e nossos familiares. (10 vezes)
3º Mistério
No terceiro mistério clamamos pelo Sangue de Jesus sobre nossos relacionamentos afetivos, pelos nossos pais, esposos, filhos, amigos e pelos que amamos.
Pai Nosso…
Nas contas pequenas reza-se: Pelo poder do Sangue de Jesus quebro e dissolvo toda desarmonia, desavença e falta de compreensão em nossas vidas para que flua o amor. (10 vezes)
4º Mistério
No quarto mistério clamamos pelo sangue de Jesus para quebrar todas as dificuldades em nossos trabalhos e pastorais.
Pai Nosso…
Nas contas pequenas reza-se: Pelo poder do Sangue de Jesus quebramos todas as dificuldades em nossos trabalhos. (10 vezes)
5º Mistério
No quinto mistério clamamos pelo Sangue de Jesus pela nossa saúde e de todos aqueles pelos quais somos responsáveis e que nos pedem a nossa oração.
Pai Nosso…
Nas contas pequenas reza-se: Pelo poder do Sangue de Jesus seja restaurada a nossa saúde e a de todos aqueles pelos quais somos responsáveis e que nos pedem orações.(10 vezes)
Salve Rainha…
Consagração ao Preciosíssimo sangue de Jesus
Senhor Jesus Cristo, em vosso nome, e com o poder de vosso Sangue Precioso, selamos cada pessoa, fato ou acontecimento através dos quais o inimigo nos queira prejudicar.
Com o poder do Sangue de Jesus, selamos toda potência destruidora no ar, na terra, na água, no fogo, abaixo da terra, nos abismos do inferno e no mundo no qual hoje nos moveremos.
Com o poder do Sangue de Jesus, rompemos toda interferência e ação do Maligno. Pedimo-vos, Senhor, que envieis aos nossos lares e locais de trabalho a Santíssima Virgem Maria acompanhada de São Miguel, São Gabriel, São Rafael e toda sua corte de Santos Anjos.
Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos nossa casa, todos os que a habitam (nomear a cada um), as pessoas que o Senhor a ela enviará, assim como todos os alimentos e os bens que generosamente nos concede para nosso sustento.
Como o poder do Sangue de Jesus, lacramos terra, portas, janelas, objetos, paredes e pisos, o ar que respiramos e na fé colocamos um círculo de seu Sangue ao redor de toda nossa família.
Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos os lugares onde vamos estar neste dia e as pessoas, empresas e instituições com quem vamos tratar.
Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos nosso trabalho material e espiritual, os negócios de nossa família, os veículos, as estradas, os ares, as ruas e qualquer meio de transporte que haveremos de utilizar.
Com vosso Preciosíssimo Sangue, lacramos os atos, as mentes e os corações de nossa Pátria afim de que vossa paz e vosso Coração ao fim nela reinem.
Nós vos agradecemos Senhor, pelo vosso Preciosíssimo Sangue, pelo qual nós fomos salvos e preservados de todo mal. Amém.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
O beijo no sapo
Geraldinha passeava numa noite alva de lua cheia na orla da lagoa, quando uma voz forte, grave e educada falou:
- Por favor, linda donzela, me socorra.
- Mas esta voz maravilhosa!? Onde está o dono desta voz?
- Aqui embaixo, linda donzela, olhe para baixo e me verá.
- Onde? Onde? Onde? Credo, só tem este sapo horroroso.
- Este sou eu mesmo, moça. Uma bruxa malvada é que fez isto comigo.
- Hummm, coisa boa você não fez para ficar assim.
- Não, eu juro, ela é que é malvada, acredite em mim.
- Bem, o que tenho que fazer para ajudá-lo, sapo?
- Eu sou um jovem de família muito rica, se você me beijar, poderá pedir o que quiser.
- Eu? Euzinha? Com minha boquinha lindinha? Beijar você? É ruim, hem!
- Mas não é só um beijo. Você se apaixonará por mim e esta é a parte final do encanto.
- Pode ser selinho?
- Não. Tem que ser beijo de língua. Só isto quebrará o feitiço.
- Humm, você é casado?
- Vai, dá este beijo logo, que eu te dou o que quiser.
- Você é noivo?
- Pede o que desejar.
- Você tem namorada?
- Casa, carro, empregada, mordomo, motorista, pensão vitalícia de trinta mil por mês.
- Você é divorciado? tem ex-esposa?
- Duas viagens internacionais por ano, guarda-roupa liberado, cartão de crédito de cem mil.
- Você tem alguma amante fixa ou eventual?
- Caramba, por que isto te interessa tanto?
- Você tem isto tudo e não tem mulher? E euzinha ficarei apaixonada eternamente por você? Estou fora, meu bem... estou fora...
É isto aí!
- Por favor, linda donzela, me socorra.
- Mas esta voz maravilhosa!? Onde está o dono desta voz?
- Aqui embaixo, linda donzela, olhe para baixo e me verá.
- Onde? Onde? Onde? Credo, só tem este sapo horroroso.
- Este sou eu mesmo, moça. Uma bruxa malvada é que fez isto comigo.
- Hummm, coisa boa você não fez para ficar assim.
- Não, eu juro, ela é que é malvada, acredite em mim.
- Bem, o que tenho que fazer para ajudá-lo, sapo?
- Eu sou um jovem de família muito rica, se você me beijar, poderá pedir o que quiser.
- Eu? Euzinha? Com minha boquinha lindinha? Beijar você? É ruim, hem!
- Mas não é só um beijo. Você se apaixonará por mim e esta é a parte final do encanto.
- Pode ser selinho?
- Não. Tem que ser beijo de língua. Só isto quebrará o feitiço.
- Humm, você é casado?
- Vai, dá este beijo logo, que eu te dou o que quiser.
- Você é noivo?
- Pede o que desejar.
- Você tem namorada?
- Casa, carro, empregada, mordomo, motorista, pensão vitalícia de trinta mil por mês.
- Você é divorciado? tem ex-esposa?
- Duas viagens internacionais por ano, guarda-roupa liberado, cartão de crédito de cem mil.
- Você tem alguma amante fixa ou eventual?
- Caramba, por que isto te interessa tanto?
- Você tem isto tudo e não tem mulher? E euzinha ficarei apaixonada eternamente por você? Estou fora, meu bem... estou fora...
É isto aí!
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Agulhão Matricial
Nome, por favor.
Maria Agulhão Matricial
Agulhão Matricial? Sério?
Sério, é por que minha mãe conta que meu pai era um tarado e não dava sossego prá ela de jeito nenhum e gostava tanto de fazer menino que mais parecia um formulário contínuo, aí ele, de pirraça, apossou da ideia e adotou o nome para a família.
É isto aí!
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