sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Os canalhas e as almofadas com cheiro de peido




Dia destes ouvi uma expressão curiosa, onde a pessoa comentou sobre determinado cidadão, comparando-o às almofadas de casa de rico, com cheiro de peido. Logo imaginei aquelas almofadas macias, confortáveis, de tecidos caríssimos, exalando o odor dos gases pútridos dos grã-finos. E não é que ao ver o indivíduo num acontecimento social, a imagem batia com a descrição?

De outra feita, um destes imaculados e santificados senhores da mais alta corte vil e infame, rico pela canalhice e poderoso pela usurpação, cumprimentou-me na saída de um evento futebolístico - sim, meus amigos, eu ainda acredito nos estádios. Repliquei o cumprimento, por que aprendi na infância, numa crônica do Nelson Rodrigues, onde falava sobre a expectativa para a Copa de 1970:

- "Desde quando o bonito ganhou a Copa? Demais a mais, só os subdesenvolvidos têm escrúpulos. O inglês é um grande povo. Na guerra, salvou o mundo com a sua resistência. Mas em 66 a Inglaterra foi de um descaro empolgante. Manipulou juízes, baixou o pau, fez horrores e ganhou. Portanto, com as suas qualidades o inglês salvou o mundo; com os seus defeitos, ganhou a taça."

Então guardei isto num canto qualquer do meu superego - só os subdesenvolvidos têm escrúpulos. Para ser capaz de combater o bom combate contra os almofadinhas com cheiro de peido e os canalhas de plantão, enalteçamos nosso espírito bretão, afinal nossa pátria mãe ibérica nasceu pela virtuosidade celta.


É isto aí!


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