segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

1904 - Os caçadores de ratos (1ª parte)

Alto lá
Este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Autor: Lorenzo Tiesca
Fonte: Caçador de Ratos



1904 marca o início dessa reforma urbano-sanitária da cidade do Rio de Janeiro, capital federal. Foi implantada pelo prefeito Pereira Passos e pelo sanitarista Oswaldo Cruz. Com alta insalubridade, ruas estreitas e cortiços, a condição da cidade à época era de fato deplorável. Sua elevada concentração urbana, intrinsecamente ligada à transição da mão-de-obra no país de uma recém abolida escravatura pra o trabalho assalariado dos imigrantes europeus.

O que poucos sabem é que essa relação não foi em sua totalidade de beligerância (violenta). Na intenção de erradicar doenças como a devastadora peste bubônica (proveniente da pulga dos ratos), o governo encontrou uma solução um tanto curiosa: pagaria 300 réis por cada ratinho capturado e entregue aos sanitaristas!

Mas, espera aí: 300 réis era muito dinheiro? De acordo com algumas fontes, o valor daria para comprar 2 kg de feijão, ou 4 kg de farinha de mandioca. Pensando em uma população cada vez mais marginalizada após a demolição dos cortiços e sem colocação social bem definida após a abolição da escravidão, ou ainda estrangeiros que vinham para o Brasil atrás de oportunidades, pode ser sim um bom dinheiro. E pensem comigo: imagina capturar 40 ratinhos? Já paga as compras de um mês!

E no Brasil essa prática foi bem sucedida? Foi sim. Conseguimos erradicar a peste, só não conseguimos erradicar a malandragem carioca: que tendo em vista a elevada concorrência nesse novo mercado de trabalho e a consequente falta de mercadoria, passam a capturar ratos da cidade vizinha Niterói, ou, os mais empreendedores, trazendo ratos estrangeiros para a cidade. É...viva nossa cidade, que sobrevive em sua malandragem até mesmo nos momentos de mais dificuldade.


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