4ª Parte
Fonte: Jornal Estado de Minas
Padrão irreal de beleza
A pornografia reforça padrões irreais de beleza. A regra são mulheres jovens, sem pêlos, brancas, magras, genitálias rosadas e seios grandes, simetrias estéticas que o público masculino deseja. O que não se enquadra nessa lista é considerado exótico ou fetiche, como mulheres negras, gordas, asiáticas e lésbicas, por exemplo. “A pornografia não inventou, mas os reforça padrões de beleza a todo o tempo. E as pessoas que acabam saindo desse padrão têm a autoestima muito afetada. Se vende (na pornografia) que aquele tipo de corpo é o corpo atraente”, explica Izabella Forzani (Recuse a clicar).
Para os homens, a figura que representa masculinidade nas imagens também pode ser bem prejudicial. “A pornografia também traz o padrão do corpo masculino irreal. O pênis de um homem pode ser problemático para eles, como homens que não iniciam a vida sexual ativa por vergonha do pênis, que não corresponde ao que ele vê”, comenta a advogada e administradora da página Recuse a Clicar.
Outro efeito devastador da pornografia é como ela objetifica a mulher. No roteiro de um filme pornô, a mulher na maioria absoluta dos casos só existe para dar prazer ao homem. É submissa, tem seus desejos ignorados, é violentada e infantilizada. Na lógica da educação sexual às avessas, a mulher também pode aprender com a pornografia a reproduzir performances e, muitas vezes, a fingir prazer dentro desse cenário violento. E nesse jogo de encenação, a mulher incorpora o papel de ser um objeto.
“Nós mulheres não aprendemos a desejar. Aprendemos a nos tornar desejáveis. E a gente sente prazer não pelo desejo que a gente tem pelo homem. Mas, pelo desejo que estamos provocando nele. Mulheres sentem prazer ao serem desejadas”, afirma a doutora em psicologia Valeska Zanello. “Mulheres aprendem a sentir prazer em serem consideradas objeto muito desejado. A auto-objetificação é resultado desse processo”, acrescenta.
Fonte do vídeo no Youtube: Portal Uai
Advogada, socióloga e vítima de agressão sexual explicam como a sociedade compactua com a violência contra as mulheres. Brasil tem um caso de estupro a cada 8 minutos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gratidão!