sábado, 9 de outubro de 2021

Enquanto

Título original que nomeei num primeiro momento: 
Enquanto estava parado esperando a chuva passar, deu de dar fé e consciência das coisas.


Por que razão 
estou parado aqui, 
sob esta chuva de outubro, 
que deveria ter vindo em setembro? 

Tendo havido a quarentena 
compulsória, 
até ela, a chuva da primavera, 
se resguardou do tempo

mas aí é outra historia
como escrever num poema
um relicário da estação
das rosas e das flores, 

é tão, humm, tão estranho
vou perguntar ao meu coração
mas vou ter que aguardar,
meu coração partiu a muito.

melhor não saber
e não explicar a você
o não dizer dos porquês
da abrupta fuga contestatória

Assim como do céu 
de onde vem esta água disrítmica
nesta perturbação explícita
da ordem natural das coisas admonitórias

Está a minha mente confusa,
meus medos aguçados, e nos olhos
a imagem da sua silhueta profusa
em vertiginosa dança mitigatória

a apaziguar minhas divagações
murmurando que amo você
e mesmo assim quando parti 
meu Deus, não disse adeus.

É isto aí!

 

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