Correu até o final do campo, quase perdeu a bola, bateu com a perna direita, com efeito, ela fez uma rosca parafuso, contornou os dois marcadores, chegou na bica da meia lua. O Dezinho só tinha que colocar para dentro. O idiota bateu seco, de primeira e ... fora, bateu mal, muito mal. A torcida gritou em desespero.
Baixou a cabeça fez uma negação discreta e voltou correndo para marcar o meia que recebia o lançamento rápido do goleiro adversário. Chegou por trás, roubou a bola, deu uma volta em torno do próprio eixo, procurou alguém desmarcado e novamente só viu Dezinho livre, já que Ariosvaldo colava no marcador para não correr.
Sem pensar, fez um lançamento primoroso, coisa de cinema, a bola caiu no pé esquerdo do Dezinho, o pé bom. Ele, empolgado, driblou o zagueiro recuado, sem nenhuma necessidade e ficou com o pé ruim, o direito, para bater. Bateu lá do outro lado do estádio.
A torcida veio abaixo - burro, burro, burro. Dezinho levantou o polegar e fez sinal de tudo bem.
O técnico colocou Dezinho como segundo homem e Ariosvaldo como centro avante e o mandou na meia esquerda para bater de pé trocado para servir aos dois. Ele mais uma vez balançou a cabeça - pensou consigo - deixa a merda do Dezinho na frente e tira o Ariosvaldo do campo, professor.
Recebeu do volante uma bola macia no peito, acertou a redonda no chão, e quando o ala veio com força total, deu uma raspadinha debaixo das pernas, pegou na frente, o lateral veio feito uma carreta sem freio, tomou um lençol clássico, a torcida entrou em delírio. Chegou na linha de fundo, o zagueiro saiu para atropelar de vez, aí puxou a bola para trás com o pé direito, o pé bom, o zagueiro passou lotado, agora só faltava o cruzamento e quem, estava sem marcação era o Dezinho.
Bateu leve, meia altura, a bola estufou no peito do Dezinho, que de olho fechado girou e bateu para onde o nariz apontou, já dentro da grande área. Só que o nariz do Dezinho apontou para o meio do campo. O ataque adversário aproveitou a bola gratuita, e três sem marcação correram ao gol e desempataram. Foi o gol do título.
Correu no Dezinho, de punho cerrado, mas a turma do deixa disto o segurou. Nunca mais jogou naquele clube, onde Dezinho e Ariosvaldo aposentaram.
Fonte da Imagem: Project Update
É isto aí!
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