quarta-feira, 25 de outubro de 2023
A natureza das coisas (Accioly Neto)
terça-feira, 24 de outubro de 2023
N'algum lugar do presente seu nome é ausência.
saltei bem do alto do nada,
sábado, 21 de outubro de 2023
O Analista da Pitangueira e os abusos e absurdos do outro
- Sabe, doutor, desconfio que existe um outro eu que habita em mim e que não gosta muito de quem eu sou. Às vezes me faz realizar coisas estranhas, dizer palavras fora da minha linguagem, atrasar para encontros, detonar meu relacionamento etc. etc. etc.
Quer falar sobre isto hoje?
- Não sei se consigo. Neste momento ele está me bloqueando na rede social presencial e também na virtual.
Entendo. Saiba que ao olhar para si, não encontrará você mesmo, mas o Outro que erigiu um ideal em sua história.
- Então eu é quem sou o outro que habita dentro de mim, ou sou parte deste todo como se fôssemos personalidades distintas num mesmo envelopamento humano?
Do ponto de vista da linha psicanalítica que sigo, como membro da Escola Real da Pitangueira de Análises, o outro que habita em você é o resultado das influências das relações que você estabeleceu com as pessoas ao longo da sua vida, especialmente na infância. Esse outro pode ser fonte de conflitos, traumas, desejos e angústias, mas também pode ajudar a se conhecer melhor e a curar as suas feridas.
- E tem outras formas de entender este outro? A igreja, como ela vê isto?
Bem, há uma linha tênue e tensa, quando falamos sobre isto, entrando no campo religioso. Existem as variáveis orientais, as variáveis do oriente médio e as que coabitam o ocidente, que é aquela que aceita tudo junto e misturado, com ilhas de excelência aqui e ali. Vou fazer um apanhado muito, mas muito superficial, sem entrar no mérito desta ou daquela doutrina, do campo ocidental, que de maneira geral diz mais ou menos assim: O outro que habita em você seria o pecado, que o afasta da vontade de Deus e o leva a fazer o mal que não quer. Esse outro é uma consequência da queda da humanidade e da sua natureza carnal, que precisa ser vencida pela graça de Deus e pela fé em Jesus Cristo.
- O senhor acredita nisto?
É você o analisado aqui, retorno a pergunta a você.
- Perdoe-me doutor, data venia, em assim sendo, como tudo que eu disser poderá constituir elemento para a formação do convencimento de juízo sobre mim, rogo meu direito de permanecer calado. E, se me permite, transfiro a pauta para uma pergunta que mais atende meus interesses neste momento: - há ou haveria uma terceira possibilidade mais, digamos assim, mais parecida comigo?
Bem, há a linha filosófica Existencialista, que não entro muito, pois temos divergência históricas, onde o outro que habita em você é o reflexo da sua liberdade e da sua responsabilidade diante da sua existência. Esse outro é uma parte essencial do seu ser, que permite escolher quem você quer ser e como quer viver. Esse outro também o confronta com os limites e as possibilidades da sua condição humana, que é marcada pela angústia, pela solidão e pela morte.
- Não teria uma forma mais fácil de coexistir com este outro eu em mim?
Veja bem, não há uma resposta única ou fácil para essa questão, pois coexistir com o outro em si mesmo envolve um processo de autoconhecimento, aceitação e transformação.
- E isto dói?
Muito, dói muito, mas só até achar o caminho que o conecte com sua essência, com seu propósito e com o sentido da sua existência. Estamos encerrando, posso agendar a próxima sessão?
- Pensando bem, até estou gostando do sujeito. Eu não virei, já me dei por satisfeito.
Você é quem decide.
- Por favor, doutor, não seja ingênuo, não fui eu quem disse. Pode agendar e não se preocupe por que eu virei, e vou mostrar quem manda aqui.
É isto aí!
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
Sobre tudo que não falei naquele dia
O velório e as conversas paralelas.
Não gosto de velórios, disse ele repetidas vezes, quase para si mesmo, enquanto caminhava por um tortuoso e ascendente percurso que só os arquitetos veem necessidade, da entrada do cemitério até a Capela Velório. Pensava initerruptamente a mesma ladainha - Não gosto, acho difícil ver a viúva ali chorando, os filhos cabisbaixos, pessoas tristes e o que me irrita é ver cerca de 80% dos presentes na parte externa do salão onde está o féretro, conversando sobre coisas outras, piadas, moda, política, futebol e outras obviedades da vida.
Chegou à praça de conversas atualizantes, atravessou todo o tumultuado território dos que fazem a visita social de cumprimento do dever cívico do velório ao morto. Duas mulheres falavam da viúva, outros falavam do jogo de ontem, outros riam de algo, outros eram mudos e alguns poucos com ares de pesar. Entrou no salão, praticamente vazio. Logo avistou a viúva, e enquanto se dirigia a ela, foi interrompido por uma desconhecida moça muito simpática, que o cumprimentou pelo nome. Sorriu, permitiu-se ser abraçado e seguiu até a viúva.
Ela ali praticamente só naquele lado do esquife. Cumprimentou-a, deu suas condolências sinceras. Não se falaram, eram anos de amizade, sabia o quanto ele significava para ela. Havia ali uma grande história de amor. Deu a volta na urna, e despediu-se do amigo com palavras amenas, de forma rápida e discreta. Percebeu que duas moças, muito bonitas, olhavam para ele de forma insistente.
A mais bela aproximou-se, e ele ali começando a se empolgar. Ela não parava de sorrir. Apenas quarentas anos o separavam, refletiu, coisa pouca e irrelevante, pensou. Até que ela chegou perto, e ainda sorrindo, perguntou:
- você lembra de mim?
A experiência da vida o ensinou a sempre negar quando esta pergunta é feita.
- Não, não lembro.
Entreolharam-se as duas e disseram em uníssono:
- puxa vida, meu pai era seu grande amigo.
A experiência da vida o ensinou a nunca perguntar como está quem você não sabe quem é.
- Olha, sinto muito, mas não lembro de vocês.
O sorriso despareceu e saíram do alcance do diálogo. Deu de ombros e partiu, já cumprira sua missão social e admirado com a beleza das moças, mas vai ver que sei lá, vai ver nada.
É isto aí!
quinta-feira, 19 de outubro de 2023
Mais alguma coisa, senhor?
Lembro que falei olhando nos olhos dela, mas acho que fechei os olhos quando ocultei meus reais sentimentos. Sempre fechei os olhos para todas as coisas que engoli a seco, como lágrimas e sentimentos angustiantes. Tem coisas que devemos falar e tem coisas que nunca devemos dizer. Fechei os olhos para sempre.
Agora estou aqui nesta sala, sozinho, aguardando virem buscar o corpo. Olho para o corpo e me reconheço como uma pessoa boa, mas ao mesmo tempo, desconheço bondade feita por mim para fins próprios. Reconheço que não conheço um ato sequer que fiz a meu favor. A sala é fria, a mesa de aço inox é fria, as memórias efervescem, agora sou tudo ao mesmo tempo, e entrei num túnel imenso, que surgiu à minha frente..
Será que morri? Perguntei a uma moça que caminhava ao meu lado. Ela respondeu numa língua estranha, que por incrível que pareça entendi e soube exatamente o que disse - é claro, estúpido. Vi que ela também não conhecia minha língua, mas mesmo assim nos entendemos. Não sei quanto tempo andamos neste lugar claro, mas sem luzes. A sensação é que fizemos um trecho longo, com subidas íngremes e planos retos muito extensos.
Passamos a andar de mãos dadas. Ela sorriu quando segurei sua mão. Eu senti uma emoção inigualável. Era uma energia incompreensível.
Sentamos numa pedra dentre muitas existentes no caminho, não para descansar, mas pela ansiedade de chegarmos a algum lugar que não sabíamos o que significaria ou mesmo como é. Esperava anjos alados com faces redondas, mas por enquanto só esta moça com língua bárbara a não desistir de mim. Dormimos abraçados. Sonhei com ela, o mesmo olhar, o mesmo jeito, a mesma silhueta, a mesma moça que vi há duas semanas no restaurante.
Acordei no restaurante, ela em pé anotando meu pedido. Mais alguma coisa, senhor?
- Sim, respondi, quero casar com você. Ela riu e respondeu na língua bárbara - é claro, estúpido!
É isto aí!
quarta-feira, 18 de outubro de 2023
terça-feira, 17 de outubro de 2023
Verdades ocultas
Confesso
que apaixonei
pela Emilia Clarke.
O que mais
esperar das coisas
mortais, efêmeras?
Agora, sei,
só resta, merecida,
a eternidade
Emilia Clarke
eu amo você
somos almas gêmeas.
Fonte do vídeo: Emilia Clarke Last Christmas
segunda-feira, 16 de outubro de 2023
Este receio de um poema (Ulla Hahn)
Esta saudade
de te chamar pelo nome
Este receio
de te chamar pelo nome
Esta saudade
de manter a palavra
Este receio
de apenas manter a palavra
esta saudade de uma vida
que não dê um poema
este receio de um poema
que antecipe a vida.
Autora: Ulla Hahn
Tradução: Mundo dos Poemas
Ulla Hahn (Brachthausen, 1945) é uma poetisa e escritora alemã. Estudou literatura, história e sociologia na Universidade de Colónia, e depois de trabalhar durante dois anos como jornalista, retomou os seus estudos, obtendo o doutoramento em literatura em 1975 na Universidade de Hamburgo. Após ter leccionado nas Universidades de Hamburgo, Bremen e Oldenburg, deixou a academia em 1979 para trabalhar como editora cultural na Rádio Bremen. Tem tido um sucesso público robusto desde a sua colecção de poesia de estreia, Herz über Kopf ("The Heart Above the Head", 1981)] O seu estilo, lírico, tradicional e elegante, tem sido descrito como "rococó pós-revolucionário".
Nostalgia do Presente (Jorge Luis Borges)
Naquele preciso momento o homem disse:
«O que eu daria pela felicidade
de estar ao teu lado na Islândia
sob o grande dia imóvel
e de repartir o agora
como se reparte a música
ou o sabor de um fruto.»
Naquele preciso momento
o homem estava junto dela na Islândia.
Jorge Luis Borges, in "A Cifra"
Tradução de Fernando Pinto do Amaral
sábado, 14 de outubro de 2023
Tecnologias do fim do amor (Emanuel Aragão)
A devolução do Amor
Alto lá, este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Fonte: Medium . com
Thiago é Teólogo, professor, licenciado em filosofia, missão e escritor de blog.
Contato: instagram.com/vanitasblog
Tomando como exemplo o Tinder , um dos mais famosos aplicativos para namoro, que atingiu a impressionante marca de 20 bilhões de matches , ou transferências de casais, fazendo cerca de 26 milhões de transferências por dia, dos seus 50 milhões de usuários[1]. Com esses dados, será que o que se chama de amor romântico foi impactado?
Para Justin Garcia, pesquisador do Instituto de Pesquisa em Sexo, Gênero e Reprodução , da Universidade de Indiana, uma mudança nunca vista esta em curso:
Houve duas grandes transições no acasalamento heterossexual “nos últimos quatro milhões de anos”, diz ele. “primeiro foi em cerca de 10.000 a 15.000 anos atrás, na revolução agrícola, quando se tornou menos migratório e mais estável”, levando ao estabelecimento de casamento como um contrato cultural. “E a segunda grande transição é com o surgimento da Internet. [2]
Com a variedade de opções trazidas pela internet e os aplicativos para namoro online, acredita-se que há milhões de parceiros disponíveis para poder se relacionar, fazendo com que não tenha nenhum outro ser como prioridade ou peso para que possa estar “amarrado”, isso se traduz em relacionamentos de curto prazo, de acordo com David Buss:
Aplicativos como Tinder e OkCupid dão às pessoas a impressão de que existem milhares ou milhões de potenciais companheiros lá fora,(…) Uma dimensão disto é o impacto que tem sobre a psicologia dos homens. Quando há um excesso de mulheres, ou um excesso percebido de mulheres, todo o sistema de acasalamento tende a mudar na direção dos namoros de curto prazo. Os casamentos foram instáveis. Divórcios aumentam. Os homens não têm de se comprometer, então eles perseguem uma estratégia de acasalamento de curto prazo. Os homens estão fazendo essa mudança, e as mulheres são forçadas a ir junto com eles, a fim de combinar em tudo. [3]
SCOTT POLLACK: AMOR E TECNOLOGIA - 2011
Essa suposta ilusão de ter parceiro(a)s quase infinitos, tem tornado os relacionamentos amorosos complementares, não sendo necessária uma troca de conversa “física” para que se tenha algum tipo de intimidação sexual. Os seres se conectam e desconectam com a mesma facilidade de seus “pares” eletrônicos, assim revela a página oficial do Tinder dizendo: “Deslizar. Combinar. Conversar. Encontrar. Usar o Tinder é fácil e divertido — deslize para a direita para gostar de alguém, deslize para a esquerda para passar. Se alguém gosta de você de volta, é um match !”[4]. O site de namoro, coloca a combinação entre casais, como match , que tem o duplo significado na língua inglesa de combinação e uma partida ou jogo. Então, a dinâmica do aplicativo de namoro é ao mesmo tempo, realizando um encontro romântico e também um jogo amoroso.
Outra questão surge: será que a busca pelo par perfeito se transformará em apenas um jogo, simples como deslizar para a esquerda para rejeitar alguém e para a direita para aceitar? A descrição do aplicativo continua:
Inventamos o double opt-in para que duas pessoas somente combinem quando houver interesse mútuo. Sem estresse. Nenhuma incluída. Basta deslizar, combinar e conversar online com seus pares, depois sair do seu celular, encontrar-se no mundo real e lançar-se em algo novo.[5]
Além de ter transformado o encontro amoroso em um jogo, aplicativos de namoro como o Tinder , prometem o melhor dos mundos para os seres contemporâneos, encontros sem estresse ou isolados, sem qualquer tipo de comprometimento ou algo que frustrará o indivíduo. Ele promete resolver o problema de intimidade, sem intimidade. Toda a dinâmica ocorre no mundo virtual, para, se houver interesse de ambas as partes, esse “relacionamento” parte para o mundo real. Gerando alguns problemas que tentaremos observar.
Existem opiniões contrárias em relação a essa influência, por exemplo, a socióloga Eva Illouz, autora de Why Love Hurts (Por que o amor fere, sem publicação no Brasil), que aborda o tema do amor na pós-modernidade, e da influência da internet e do capitalismo no relacionamento afirmou em entrevista ao jornal britânico The Guardian , que,
Nossa cultura capitalista consumista mudou face aos nossos relacionamentos, tornando-os irreconhecíveis. A crescente opção de namoro na Internet encoraja as pessoas a agirem como “compradoras”, exigindo, comparando alternativas, tentando constantemente conseguir um negócio melhor e matar o instinto visceral e o acaso que sempre ajudaram os seres humanos a encontrar um(a) parceiro(a) ). Os homens adquiriram fobia a compromissos porque a ascensão do capitalismo os incentivou a ser independentes e egocêntricos.[6]
Segundo a autora, esses relacionamentos marcados pelo consumo capitalista, pela internet e principalmente a noção de diversas opções de parceiros, apresentam sofrimento, ao invés de felicidade. É esse modelo da sociedade tecno-capitalista de consumo, que faz com que aplicativos como o Tinder e outros sejam tão populares atualmente.
Por outro lado, o filósofo Byung-Chul Han, tem uma ideia diferente de Illouz:
Nos últimos tempos tem-se propagado o fim do amor. Hoje, o amor estaria desaparecendo por causa da infinita liberdade de escolha, da multiplicidade de opções e da coerção de otimização. Num mundo de possibilidades ilimitadas, o amor não tem vez. Acusa-se também o exaustor da paixão. Cuja causa, segundo Eva Illouz, em seu livro Warum Liebe weh tut (Por que o amor machuca), reside na racionalização do amor e na ampliação da tecnologia da escolha. Mas essas teorias sociológicas do amor não percebem que, hoje, está em curso algo que sufoca essencialmente o amor, bem mais do que a liberdade infinda ou as possibilidades ilimitadas. Não é apenas a oferta de outros outros que contribui para a crise do amor, mas a erosão do Outro, que por ora ocorre em todos os âmbitos da vida e caminha cada vez mais de mãos dadas com a narcisificação do si-mesmo.[7 ]
Para Han, não são as tecnologias que fizeram com que o amor romântico desaparecesse, mas sim, o desaparecimento do outro, tornando-se uma espécie de mercadorias. Há para Han um personagem narcísico, que está “engolindo” o outro ser, constituindo um relacionamento consigo mesmo. Não mais como um atópico, pois, o lugar que se dá o amor é o não-lugar, lá é onde o amor surge, onde o outro é mistério: ”Sócrates enquanto amante, chama-a de atopos. O outro que eu desejo (begehre) e me fascina é sem-lugar.”[8] É na negatividade do outro que o amor pode revelar-se e não na sua superexposição. Quando isso ocorre, ao invés de amor romântico, o amor torna-se pornográfico, pois: “O capitalismo acentua a pornografização da sociedade, expondo tudo como mercadorias e votando-o à hipervisibilidade. O que se busca é a otimização do valor expositivo, sendo que o capitalismo não conhece nenhum outro uso da sexualidade”[9]. A instantaneidade do outro e sua exposição, não se torna romântico, mas sim, pornográfico, uma relação “desejo-olho”, objetiva, sem espaço para que o outro seja distinto do ser narcisista.
Desta maneira, tanto de pontos de vista psicológico, filosófico, tecnológico ou até pelo consumo capitalista, o que se observa é um enfraquecimento do amor romântico na contemporaneidade, acarretando uma banalização das relações, tornando-se mero troca e descarte cada vez mais de forma acelerada e descomprometida.
BIOGRAFIA:
[1] Cf. Estatísticas do aplicativo Tinder . Disponível Em: < http://expandedramblings.com/index.php/tinder-statistics/> acesso em 6 jun. 18
[2] VENDAS, Nancy Jo. Tinder e o alvorecer do “Apocalipse do namoro .<http://www.vanityfair.com/culture/2015/08/tinder-hook-up-culture-end-of-dating> Acesso em 9 atrás. 2018
[3] Ibid.
[4] <https://www.help.tinder.com/hc/en-us/articles/115004647686-What-is-Tinder-> acesso em 6 jun.18
[5] Ibid.
[6] <https://www.cartacapital.com.br/cultura/o-amor-fere-mais-que-nunca-culpe-a-internet-eo-capitalismo> acesso em: 07 jun.18
[7] HAN, Byung-Chul. Agonia do Eros . Petrópolis: Vozes, 2017, pp.7–8
[8] HAN, 2017.p.8
[9] HAN, Byung-Chul. Sociedade da Transparência . Petrópolis: Vozes, 2015.p.59
Je ne regrette rien
Je ne regrette rien
Non, je ne regrette rien é uma canção composta em 1956, com letra de Michel Vaucaire e melodia de Charles Dumont. Foi gravada pela primeira vez por Édith Piaf em 10 de novembro de 1960.
Piaf dedicou a sua gravação à Legião Estrangeira, que atuava, na época, na Guerra da Argélia (1956-1962).
Fonte Youtube: Flavia Penereiro Data publicação: 5 de dez. de 2021
Non, je ne regrette rien
Ni le bien qu'on m'a fait,
Tout ça m'est bien égal
Non, rien de rien
Non, je ne regrette rien
C'est payé, balayé, oublié
Je me fous du passé
Avec mes souvenirs
J'ai allumé le feu
Mes chagrins, mes plaisirs
Je n'ai plus besoin d'eux
Balayés mes amours
Avec leurs trémolos
Balayés pour toujours
Je repars à zéro
Non, rien de rien
Non, je ne regrette rien
Ni le bien qu'on m'a fait, ni le mal
Tout ça m'est bien égal
Non, rien de rien
Non, je ne regrette rien
Car ma vie
Car mes joies
Aujourd'hui
Ça commence avec toi
Os 7 Princípios de Huna
Alto lá, este texto não é meu
Confesso que copiei e colei
Fonte imagem: Espaço Aloha
Fonte do Texto: WEMYSTIC
OS PRINCÍPIOS DE HUNA E A CONSCIÊNCIA UNIVERSAL
Os sete princípios de Huna são um ótimo começo para ativar o poder da consciência e transformar sua vida em algo mais evoluído e positivo em muitos níveis. Nós todos carregamos um imenso potencial, que pode fazer a diferença em nossas próprias vidas e na vida de diversas pessoas que encontramos e conhecemos ao longo de nossa existência.
Além disso, a consciência elevada de um indivíduo é capaz de influenciar a consciência de todo um coletivo, podendo alcançar abrangência universal. Bons pensamentos e boas ações, geram uma corrente do bem muito poderosa, que pode afastar toda a negatividade e maldade do mundo e dos seres humanos.
OS 7 PRINCÍPIOS DE HUNA
sexta-feira, 13 de outubro de 2023
O que vem depois?
quinta-feira, 12 de outubro de 2023
O amor é uma coisa estranha
Vinha bem, sorrindo quando necessário, distraindo-se com formigas, baratas e gramíneas ao largo das frestas das calçadas tortas das ruas estreitas. De repente viu-se em fuga desesperada pela angústia que tentava acertá-lo com uma pederneira. Sentiu o primeiro impacto ainda na faixa de pedestres, pensou em gritar, pedir socorro mas saiu o nome dela. Saiu o nome dela ... logo o nome dela ...
O carro buzinou freneticamente, a moça de batom nude o acudiu chamando-o carinhosamente, tentava animá-lo mas ali no chão, trêmulo, preferiu a morte. Mas a merda toda que ela, a morte, nunca vem quando precisa. Levantou-se no reboliço do tráfego, andou trôpego, mal conseguindo mover os membros inferiores. Puxa vida, tinha que falar o nome dela, logo o nome dela ...
Na calçada, mais calmo ou melhor, menos tenso, sentiu o golpe na memória, o adeus, as merdas todas que fez, as merdas todas que vivenciou, experenciou, e aquelas que anexou ao seu linkedin. Tinha que falar o nome dela ... puxa vida, deve haver, há de existir - quem sabe? - uma maneira de nunca mais pensar nela. Endireitou-se, retornou macambuzio {à jornada épica de nunca amais pensar nela.
Chegou em casa. e assim que fechou a porta, chorou. Chorou, chorou, chorou e ao passar a mão no bolso da camisa, sentiu um papel. Pegou, abriu, era um número de celular. Respirou fundo e ligou. Era a moça do batom nude. - Eu sei o que você está passando, disse ela, também sofro do mesmo mal. Então permitiu-se navegar por águas mais profundas e sua vida seguiu, andando a esmo e distraindo-se com formigas, baratas e gramíneas ao largo das frestas das calçadas tortas das ruas estreitas ... pensando nela ...
É isto aí!
A Bailarina e o Torvelinho
segunda-feira, 9 de outubro de 2023
Eu tenho Fé!
Eu tenho Fé!
Eu tenho Fé de que um dia Judeus e Palestinos celebrarão a vida juntos, cantando e agradecendo a Deus por suas vidas.
Eu tenho Esperança de que este dia será abençoado por todo o Universo.
Eu tenho o desejo que que todos os filhos de Abraão, um dia, dar-se-ão as mãos e cantarão para agradar ao Senhor.
Abracem a PAZ como se dela viesse o sopro divino do Senhor.
Abracem a PAZ por que o mundo fica melhor assim.
Abraão foi o primeiro a crer nas promessas de Deus. Além de ser fiel no crer, Abraão o pai da fé, desenvolveu relacionamento profundo com o Senhor, a ponto de Deus chamá-lo de amigo. Sigamos o Pai da Fé, tenhamos um relacionamento profundo com o Senhor, e veremos que só a PAZ nos engrandece.
É isto aí!
domingo, 8 de outubro de 2023
O dia que fui abduzido.
Isto me foi contado por um suboficial que arrastava um espanhol macarrônico, enquanto éramos transportados por um fecho de luz prateada, sem piso nem teto nem paredes laterais, sem botões de comando , nada, só o vazio da luz nos conduzia em profundo silêncio, mas com um detalhe que só percebi mais tarde - não senti frio nem falta de ar - enquanto fazia a viagem desde o solo do meu quintal até o interior da espaçonave.
Fui encaminhado a uma espécie de consultório com inteligência artificial dirigido por uma médica cyborg, cuja parte humana era de uma mulher linda, com o organismo dotado de partes cibernéticas, potencializadoras das suas capacidades neuro-sensoriais , utilizando tecnologia de alta inteligência artificial, desconhecida por nós.
A médica mostrou-me duas micro cápsulas, fez sinal pra que eu deitasse e ficasse calmo. Com um tubo de pressão por ar comprimido, introduziu uma cápsula na narina esquerda e a seguir a outra no ouvido direito. Ouvi um zunido extremamente agudo e desmaiei. Não sei quanto tempo fiquei desacordado, mas ao voltar ao estado de consciência, estava num confortável quarto, com banheiro e vista panorâmica para o espaço. Tomei um banho, vesti a roupa que estava num cabide e sentei à cama, pois não vi porta ou mecanismo para sair daquele compartimento. Adormeci.
Acordei com seis pessoas à minha volta e entendia tudo que falavam. O mais alto, cumprimentou-me e apresentou-se como o almirante júnior da nave. Deu as boas vindas e disse nome e patente os outros oficiais, sendo dois masculinos e três femininas. Convidou-me para almoçarmos, uma comida sem gosto, mas muito colorida, e em seguida passeamos nas partes autorizadas ou partes civis como afirmou..
E foi aí que perguntei: qual é a senha do wi-fi?
Só lembro de ter sido colocado num compartimento de luz e devolvido ao meu quintal.
É isto aí!
sábado, 7 de outubro de 2023
Sonhei com você, mas era outra você e eu não era nem eu nem seu. Sonho estranho.
sexta-feira, 6 de outubro de 2023
Como, quando e quanto sinto sua falta
quinta-feira, 5 de outubro de 2023
todas as tensões
está tenso
O Grito
Texto 1: Wikipédia
O Grito é uma série de quatro pinturas do norueguês Edvard Munch, 1893. A obra representa uma figura andrógina num momento de profunda angústia e desespero. O plano de fundo é a doca do fiorde de Oslo ao pôr do sol
Autor: Edvard Munch
Data: 1893
Dimensões: 91 centímetro x 73,5 centímetro
Localização: Galeria Nacional (Noruega)
Técnica: Óleo sobre tela, Têmpera e Pastel sobre cartão
Texto 2: Stoodi (Blog Stoodi)
Quadro O grito (Edvard Munch)
Como a obra de arte é de origem norueguesa, o nome “O grito” é traduzido, sendo seu nome original Skrik. Vale ressaltar que essa pintura compõe uma série com outros três quadros, todos eles produzidos no final do século XIX pelo pintor norueguês Edvard Munch. Atualmente, os quatro quadros se encontram em Oslo, a capital da Noruega: dois no Museu Munch, um na Galeria Nacional e o outro como propriedade privada.
Em relação à sua análise, o quadro tem como plano de fundo o pôr do sol da doca de Oslofjord, em Oslo. Nele, o autor inseriu uma figura andrógina (algo que não é masculino nem feminino) sem cabelo, com uma forte expressão facial de grito e desenhada em cores frias. Tudo isso para evidenciar um momento de absoluta angústia, descrença existencial e dor acompanhada de um estado precário de saúde.
Outro ponto que merecer ser destacado no quadro é o desenho representado por linhas tortas, com intuito de dar ênfase ao clamor da figura, que emana um grito de socorro mesmo, como se as ondas sonoras saíssem de sua boca e contaminassem o ambiente ao redor. A angústia da personagem não está demonstrada apenas em seu grito, mas sim no embaralhado plano de fundo, o que sugere a distorção de mundo de uma pessoa que sofre.
Devido a todos esses elementos, um observador qualquer consegue identificar de forma quase que imediata e natural a angústia e a dor transmitidas pela figura, fato este que potencializa o impacto da obra, uma vez que propaga a sua mensagem por meio da sensibilização do público.
Poema
A versão do quadro de 1895 é a única que tem a moldura pintada pelo próprio Edvard Munch, contendo um poema que descreve de onde veio sua inspiração para desenvolver a obra.
O grito
Estava andando pela estrada com dois amigos
O sol se pondo com um céu vermelho sangue
Senti uma brisa de melancolia e parei
Paralisado, morto de cansaço…
… meus amigos continuaram andando — eu continuei parado
tremendo de ansiedade, senti o tremendo Grito da natureza.
Quem foi Edvard Munch?
Nascido em 1863 na capital da Noruega e falecido em 1944 em sua cidade natal, Edvard Munch foi um célebre pintor responsável pela obra mais famosa do movimento expressionista: O grito. Abordando em suas obras principalmente as temáticas morte e doença, estudou na Escola de Artes e Ofícios de Oslo e em Paris, onde foi muito influenciado pelas pinturas de Van Gogh e Gauguin.
Por ser um dos maiores expoentes do expressionismo, bem como por ser o pintor norueguês com maior visibilidade, foi criado em Oslo um museu exclusivo para suas obras. É importante frisar que o impacto de suas obras não foram restritos à época, visto que até hoje suas pinturas são estudadas e admiradas ao redor de todo o planeta.
terça-feira, 3 de outubro de 2023
Papo de Esquina
Casos normais da vida
segunda-feira, 2 de outubro de 2023
Mal da Circunferência
- Macleisson Maquilarem, quem é Macleisson Maquilarem?
- Pode entrar no consultório 3A, que o médico irá atendê-lo.
- Muito obrigado. Irei agora...
- O que o senhor está esperando?
- Nada, só uma coisa que me ateve os sentidos, mas já estou bem.
- Venha, vou levá-lo ao consultório. O médico está esperando.
- Bom dia, senhor Macleisson.
- Bom dia, a senhora é a secretaria do médico?
- Não, eu sou a médica. Algum problema?
- Sim ,muitos problemas, mas a senhora vai me examinar sem roupa?
- Se necessário, sim, mas vamos conversar primeiro, sente-se.
- (suando muito) Obrigado, vou sentar mesmo, estou precisando disto.
- Mas o que o trás aqui? O que está sentindo?
- A senhora vai achar bobagem, mas eu ... eu ... é ... eu tenho um negócio diferente.
- Como assim diferente?
- O Seu Jatinho, é que o nome dele é Jatonaldo Ja do pai, seu Jair, To do pai Torres e Naldo da mãe Aguinaldalinda. A Dona Linda tinha certeza que era uma menina e aí ia chamar Jatonalda Linda, separado, já que a linda da mãe é junto. Mas aí nasceu o Seu Jatinho e, bem, acho que é isto. Mas o Nome dele todo é Jatonaldo Lindo das Torres Dojair.
- Bem, já que o senhor me apresentou o Sr Jatinho, onde que ele entra nesta história da sua vinda a esta unidade de saúde?
- Ah, é esqueci de onde entrava o Seu Jatinho. O caso é que amanheço confuso, saio pro pasto e esqueço do nome das vacas, aí azeda o leite, pois os bezerros ficam nervosos, aí o dia começa atazanado, aí descobri que estou pelado, aí dá vontade de ir na privada fazer as coisas, mas estou longe da casa, ai corro e aí não chego a tempo. Mas o caso é que só gosto de fazer em casa, na minha privada e de uns tempos para cá tenho feito no caminho. Até que o mato ficou até mais viçoso, sabe como é... mas aí chego em casa e não lembro por que corri tanto. Aí outro dia o Seu Jatinho teve lá em casa, ele é mascate de ervas medicinais, faz chá disto, daquilo, sabe muito o Seu Jatinho. Aí ele me examinou, bateu os ouvidos nas minhas costas, examinou as unhas dos meus pés e apertou uns pontos doloridos na minha orelha direita e depois na orelha ... na orelha .. na outra orelha e aí disse que eu padecia do Mal da Circunferência.
- Mal da Circunferência... interessante
- É doutora, ocorre quando o matuto fica rodeando nele mesmo sem sair do lugar, até mesmo para as caganças e mijanças que teimam em circunferenciar fora do centro.
- Bem, vou examinar o senhor, passarei uma bateria de exames e aguardo seu retorno.
- Mas assim sem passar nem uma cibalena sequer?
É isto aí!
domingo, 1 de outubro de 2023
Encontros estranhos
Direção: Werner Herzog
Roteiro Werner Herzog
Elenco: Klaus Kinski, Isabelle Adjani, Bruno Ganz
A RH Ora, ora, um engraçadinho psicanalisado.
O Anônimo- Pelo visto somos dois os psicanalisados nesta sala.
A RH - Saiba, senhor, que a introdução da linguagem cria uma separação entre as palavras e as coisas, num movimento que em termos lacanianos pode ser definido como uma transposição de registro.
O Anônimo- Sei disto e sei que além disso, por intermédio da simbolização, algo morre no real, onde a rigor tinha apenas ex-sistência que é um termo que Lacan toma por empréstimo a Heidegger, e emerge no simbólico, onde passa a fazer parte da realidade
A RH - Isto mesmo, já que em Lacan difere do real enquanto registro.
O Anônimo - Sabia que em Freud o ato fundador da ordem simbólica está ligado à morte?
A RH - Você ... você ... não me é estranho. Você faz terapia com o dr ...
O Anônimo - Por favor, não fale mais nada. Há em mim uma satisfação que almeja a pulsão de morte
A RH - É a pulsão das nossas vibrações. É o gozo, este impulso desenfreado para o prazer gerando repetição, excesso, desprazer, sensações devastadoras que estão colocando em xeque nosso equilíbrio humano.
O Anônimo - Que se dane o arco simbólico entre o real indiferenciado do gozo absoluto e o real indiferenciado da morte. Vou te beijar toda.
A RH - Ai ai ai ui ui ui qual o seu ... no... qual o seu ... no ... ai aia ai me...aiai...
É isto aí!