terça-feira, 24 de outubro de 2023

N'algum lugar do presente seu nome é ausência.


Esqueci meu rosto, 
e das suas memórias 
n'algum lugar do presente, 
onde vivo desde sempre, 

Entre as desventuras, 
descobri seu corpo
suave gravado n'alma. 
Estava descalça e sorria. 

Não abstraí as partes, 
estão guardadas, acredito 
não sei onde abrigá-las-ia
n'alguma parte da história. 

Estava frágil e confusa
num corredor de sinapses.
De repente irrompe o tato
Senti sua mão afagar-me.

Foi quando estupidamente  
saltei bem do alto do nada,
e o tempo da queda livre
virou permanentemente dor 

Quando percebi incauto
uma contínua rotação
repetindo pensamentos 
com infindáveis voltas 

Num átimo da existência 
em relance de lucidez,
seu nome é ausência.
Neste instante acordo.

Ainda a mesma música, 
não, não sei dançar, desculpe,
ou não desculpe, me abrace
ou desenlace esta memória

É isto aí!

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