A Venezuela, capital mundial de formação de Miss Universo, finalmente comunicou ao mundo o segredo de polichinelo do Estado Bolivariano - a morte de Hugo Chavez. Com todo respeito à sua história e ao seu importante papel na transformação social deste nosso vizinho caribenho, precisava ser assim?
Antes da crise sócio-política-econômica, os concursos de beleza venezuelanos levantavam quase tanta expectativa quanto o beisebol, numa nação obcecada há anos com o glamour e o bom aspecto físico. O país era líder em concursos internacionais de beleza: ganhou sete coroas do Miss Universo e seis títulos do Miss Mundo.
Ainda que os críticos considerem esses concursos misóginos e antiquados, muitos na Venezuela defendem até hoje sua realização afirmando que centenas de mulheres de todas as classes sociais são ajudadas ao iniciarem suas carreiras como atrizes, modelos ou apresentadoras de programas de TV. Uma antiga Miss Venezuela, por exemplo, chegou a ser prefeita de um distrito de Caracas e se candidatou, ainda que sem êxito, à presidência do país.
Mas à medida que a crise na Venezuela piora, os numerosos concursos nacionais já não oferecem uma via direta ao emprego. Os desfiles de moda e as produções de televisão são suspensos e as empresas de marcas de moda evitam cada vez mais investir em publicidade.
Mudando de assunto para retornar ao ponto de origem, na calada e silenciosa estratégia de comer o filet-mignon, os apaches fizeram um tratado de livre comércio com o velho continente. Resolverá quase todos os seus problemas e mergulhará o velho mundo em uma recessão sem fim e sem saída.
Enquanto as misses caribenhas naufragam na piscina vazia, a situação nos EUA é extremamente
explosiva. O endividamento alcança níveis inimagináveis: mais de US$ 16
trilhões, sobre um PIB de US$ 15 bilhões, da dívida pública federal, sem contar
os recursos não provisionados para o Medicare e Medaid e as despesas
recorrentes com as guerras do Afeganistão e do Iraque, que somam mais de US$ 30
trilhões nos próximos 30 anos. A dívida dos consumidores, das empresas e dos
governos locais, estaduais e municipais, somam mais de US$ 40 trilhões.
Isto no momento em que Portugal paralisa, a Espanha se despedaça, a Itália penetra em uma confusa situação política, a mais grave da Europa, e a França mal crescerá este ano, comprometendo a promessa do
presidente François Hollande de reduzir o déficit fiscal do país a 3% do
Produto Interno Bruto (PIB).
A crise na Grã Bretanha avança a passos largos apesar da
implementação de duros planos de austeridade. A demissão de centenas de
milhares de empregados públicos, o endurecimento das condições das
aposentadorias e das condições de vida dos trabalhadores, à par do aumento dos
repasses de recursos públicos para os capitalistas, não conseguiram conter a
crise.
A crise no Japão também avança a passos largos. A dívida
pública é a maior no mundo, representando, segundo os dados oficiais, quase
240% do PIB. A queda das exportações levou a produção industrial à recessão,
que não conseguiu ser contida com a transferência de plantas industriais
importantes para a Tailândia e as Filipinas.
A Venezuela é um peça estratégica e energética neste delicado jogo de crises, que mantém e sustenta o poder desde sempre, apesar das suas misses.
É isto aí!
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