Eis que subo o Monte da Contemplação, o mais alto ponto geográfico do Reino, para encontrar-me com o Mago da Pitangueira. Geralmente abomina visitas, mas abre exceção desde que eu seja breve e pontual.
- Mestre, como venceremos esta batalha contra o mundo invisível dos microscópicos seres unicelulares?
- Meu filho, esta batalha está perdida.
- Mas, Mestre, a tecnologia, as vacinas, a ciência?
- Diga-me, filho, quem veio primeiro - o ovo ou a ave?
- Hummm. Diga-me Mestre, e o amanhã? E a vida?
- Meu filho, há vida após a vida, mas não é esta a resposta que deseja. O amanhã como entende, não existe mais.
- Como assim, não existe mais?
- Meu filho, bastou esta pequenina mudança na rotina do mundo, para trazer conseqüências enormes e absolutamente desconhecidas no futuro, imprevisíveis e caóticas.
- Caóticas, Mestre? Então é caos?
- Sim, e daqui para frente todas as condições serão possíveis. O quantum energético deste ser microbiológico alterou o padrão comportamental do mundo, assim veremos cataclismos, tragédias, o terror no rosto de alguns e nas mãos de outros.
- Mas deve haver alguma saída, Mestre. E se isto tudo for mentira. E se for uma manobra de engenharia social?
- Meu filho, uma vez dada a largada do caos, independente da origem, é como acender o pavio que leva ao barril de pólvora. Enquanto todo o processo não for atravessado, destruído e reconstruído, não estará acabado.
- Mas quem faria uma coisa destas, Mestre?
- Meu filho, só mãos humanas são capazes de acender um pavio ... só mãos humanas ...
- Gratidão, Mestre!
- Vá, meu filho, mas prepare-se para a dor que está batendo à porta.
É isto aí!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Gratidão!