domingo, 24 de maio de 2020

Navegar pelo seu corpo (Paulo Abreu)


Navegar pelo seu corpo, 
feito uma caravela lusitana
a experimentar cada brisa
do seu doce amor.

Tocar relevos ... 
beijar seus olhos ...
sorver sua candura ...
sua boca, sua voz ...

Içar as velas e navegar
pelas correntes que nos unem, 
e as que nos solidarizam na dor
quando rompe do rio, a foz

porque tal como a vida  
deixa marcas em quem ama, 
assim também cicatriza
 tristezas e angústias.

As calamidades e feridas 
nas pele da sua história, 
como relevos memoriais, 
são monolíticas e imortais.

Navegar pelo seu corpo
além da pele prazerosa
atingir o cerne d'Alma
que me faz ser.


É isto aí!


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