Acordamos juntos. Dei conta da minha nudez ao procurar o celular. Ficamos nos entreolhando por uma eternidade de segundos. Aí então conversamos:
- Olha, eu posso explicar...
Espero que sim.
- É... eu também. Você viu as minhas roupas?
Não. Você vê as minhas?
- Também não. Mas que tal tomarmos um banho e depois resolvermos tudo?
Perfeito. Estou toda suada, cabelo pregando e você cheio de marcas estranhas, parece batom com molho... além de estar bem suado também.
O banho foi épico. Coisa de realização de um desejo de adolescente. No quarto haviam roupas sobre uma cômoda lateral, confortáveis. Ela colocou um vestido branco excitante e para mim calça e camisa de linho branco. Caminhamos para a copa, onde uma mesa de jantar estava servida, fartamente elegante e pomposa.
- Posso saber o seu nome? - perguntei degustando uma lagosta.
Bárbara, e o seu?
- Carlos Lindolfo.
Esta casa é sua?
- Não. Não é não. Achei que fosse sua.
Sabe como veio parar aqui?
- Não lembro. E você?
Não tenho a menor ideia...
- Será que morremos?
Não sei. Nunca vi você, nem lembro de algo... espere...
- Sim?
Entrei em uma loja ontem, eu acho que foi ontem à tarde, e uma pessoa me perguntou o que desejava mais na vida, e respondi que queria ser feliz.
- Meu Deus, aconteceu a mesma coisa comigo. Era uma loja diferente, que nunca havia percebido, na Alameda das Flores. Uma pessoa fez a mesma pergunta e dei a mesma resposta que você. Aí não lembro de mais nada até acordar aqui.
- E o que faremos?
Nada! Vamos aproveitar até ver onde isto vai...
- Gostei disto... nada de complicar.
É isto aí!
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