sábado, 10 de maio de 2014

Odete, a Mãe Menininha do Paranoá

Deu meia noite e o telefone cantou junto com o sino da Igrejinha. Atendi ao susto da badalada. Do outro lado da célula (antigamente era linha, mas os tempos são outros) está Odete, a Mãe Menininha do Paranoá.

Reza a lenda que Odete foi iniciada no capricho dos deuses morenos no mais alto Baobá, em elevação sublime, pelos valentes marinheiros cruz-maltinos, na acolhedora ilha de Mussulo. Uma vez no alto, deu-se o batismo pelo contra-almirante, que quebrou-lhe a cabaceira e tocou na mukua, sentindo seu doce sabor agridoce com ligeira acidez.

Sua benção, Mãe Odete, a que devo a honra deste contato?

- Ah, mizifi, inhocê num tá veno que aqui no Paranoá tá carregado de veneno dos branco, mizifi...

Nossa, é mesmo. E como resolver isto?

- Num vai ser fárci, mas apreciso de um porquinho de veneno marinho, uma foia de batatinhas frias, e veja vem, quer dizer, isto é, tem que ter só veracidade nestes venenos, senão num quebro os incanto do branco.

- Olha só, Mãe Odete, veja, isto é impossível. Veneno marinho com folha de batatinhas frias só com verdades? Não existe.

Vixe, entonces mizifi, o Pai Tomaz vai continuar quebrando e chutando o pau da barraca dos sete jota.

- Pede uma coisa mais fácil, Mãe Odete.

Humm mizifi, vem cá em Brasília prá mode de seu santo ficá marruado nimim.

- Você quis dizer amarrado, Mãe Odete?

Vixe santa, mizifi, quando falo marruado quero dizer marruado, vem aqui que rapidin faço um trem prá mode de ninhocê subir uma coisa grande, bruta, forte feito um touro bravio e violento.

- Uau, Mãe Odete, isto está ficando interessante...alô...alô...caramba, caiu o santo.

É isto aí!


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