sexta-feira, 16 de maio de 2014

Um roteiro básico sobre dramalhões latinos

Alto lá - Este texto não é meu 
Copiei e colei
Autora: Profª Marta Siqueira de Godoi Sampaio


Numa barulhenta esquina da Cidade do México, dois velhos amigos se esbarram e surpresa, Carmen Mercedes quase a gritar, pergunta, ansiosa:

- Rodolfo Ramon, como vai? E a sua virtuosa mãe? Recuperando daquele mal que a deixou acamada?
Carmen Mercedes aproxima-se mais abraçando fortemente o amigo.

Rodolfo Ramon retribui o abraço e afasta-se e, lentamente, olhando Carmen Mercedes nos olhos, e, apertando as mãos, responde:

- Não queira saber, Carmen Mercedes! Antônia Madalena, minha amada mãe, passa os dias entrevada no leito de morte a gemer dia e noite, noite e dia!

Carmen Mercedes, pesarosa, coloca as mãos sobre as mãos e depois no rosto de Rodolfo Ramon e tenta confortar o amigo:
- Oh, meu Deus! Quanto sofrimento para um ser humano tão cheio de predicativos!

Rodolfo Ramon quase a soluçar:
- Pois, sim estimada amiga! Meus dias de tormenta são intermináveis! Finjo viver para não machucar ainda mais a minha sofrida mãe! No íntimo estou morto!

E os dois se abraçam e choram em ombro amigo.

- Oh, Rodolfo Ramon!

- Oh, Carmen Mercedes!

Gentilmente, ele tira um alvo lenço do bolso do paletó de risca de giz e seca as caudalosas lágrimas de Carmen Mercedes enegrecidas de rímel. E ela retribuindo a gentileza, ajeita com pontiagudas unhas rubras uma fina mecha de cabelos que teimou em sair do topete negro esculpido em gel de Rodolfo Ramon. Se abraçam novamente e depois se separam sem mais se olharem nos olhos. Assim, cada um vai carregando nos ombros fatigados, pelas ruas mexicanas, os flagelos da vida.

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