Abrem as cortinas e começa o espetáculo. Armando avança pela lateral, sobe sem pressa, a esquerda está livre, avança sem contenção, passa pela ala, alcança o flanco, dribla, procura o gol, tem o montinho artilheiro na frente, mas prefere o ataque frontal e ... falta, falta ...
Calma, Carminha.
Ah, vai Armandinho, bate logo, o campo já está todo alagado, a bola está pesada...
Olha só, Carminha, com você narrando não tem artilheiro que marca. É muito complicado.
Qual é, Armando? Entra no clima da Copa...
Copa, Carminha? Não podíamos ser iguais aos casais normais, na cama ... no quarto ...?
Caramba, você é muito conservador. Parece até a Inglaterra! O mesmo jogo desde 1950.
Ah, não... ah, não!!! Conservador não! Você sabe que por muitas vezes apresentei táticas diferenciadas e várias delas fizeram sucesso.
Sim, é verdade, apresentou muitas táticas, mas sempre no começo do segundo tempo faltava técnica, talento e folego ...
Agora fiquei com raiva.
Isto, Armandinho, põe prá fora esta adrenalina e parte prá cima com seu potencial de destruição da zaga...
Para com isto, Carminha, vamos voltar ao tradicional...
Tradição é tudo, Armando, mas sem uma revolução no plantel, não sobe no podium, nem beija a taça.
Como assim? Revolução?
Não se faça de bobo, um doping discreto, azulzinho...
Nunca precisei e não faço uso, só jogo limpo. E com esplendor...
Armandinho, queridinho, lindinho, amorzinho, não quero saber de esplendor, quero bolas na trave por noventa minutos e o artilheiro entrando sem humildade no gol, meu bem, e o jogo é meu, o campo é meu, a rede é minha e aceito doping, querido, ninguém vai saber...
Jura?
Juro. Agora faz que nem bandeirinha e levanta logo o mastro da bandeira e vem prá banheira, que não estou impedida...
Puxa vida, Carminha, você sabe tudo de futebol...
Tudo e mais um pouco, meu bem... tudo e mais um pouco...
É isto aí!
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