Alto lá,
Este poema não é meu
Confesso que copiei e colei
Autora: Amanda Machado*
Fonte: Blog Pareço louca
La-Chapeliere-Folle |
Por princípio poético
não me levanto logo ao acordar;
preciso, antes, olhar ao redor,
sentir a cama quente.
Olhar alguns minutos para o teto,
para as paredes e a beirada da cortina
encontrando com o lençol na cama.
Preciso dar nitidez ao sonho
e deixar que ele se liberte
pelos meu olhos abertos.
Tenho que olhar
nos olhos do gato
nos olhos do gato
e não dizer nada.
Esperar que ele suba na cama
e nós dois contemplamos o nada,
cada um à sua maneira.
Tenho que olhar para os livros nas prateleiras
e amá-los; não como objetos,
mas como partes do que sou agora.
Por princípio de poesia,
o tempo é meu amigo,
o gato é o meu relógio
E as cortinas
não me apartam do mundo lá fora;
não me apartam do mundo lá fora;
a liberdade é um legado que eu tento cultivar
no mesmo canteiro dos alecrins e das hortênsias
E o amor escolhe as xícaras,
chama a verdade e a coragem,
sentadas ainda no quintal, para o chá
e juntos nos aquecemos.
e juntos nos aquecemos.
Fazemos planos
e achamos que o instante durará
tanto quanto os livros.
*Conheci o blog Pareço louca de Amanda Machado há alguns anos, quando garimpava na rede poemas de Wislawa Szymboska. Desde então acompanho suas postagens. Não só encontrei o material que precisava como enriqueci com a qualidade e a leveza dos contos postados no Blog.
Amanda é mineira e melhor que isto, é de Juiz de Fora. É escritora, poetisa, contista e fiel depositária dos coisas boas do mundo. Narra o universo do ponto de vista feminino, e esta é a sua marca registrada.
Suas principais obras, além do seu excelente Blog Pareço louca:
Livros publicados:
Minas Gerais, mês 10 do ano de 2019
ResponderExcluirQuerido Paulo,
que imensa honra vir aqui neste maravilhoso reino e me encontrar tão bonita. A imagem e as referências tão delicadas só enriquecem o meu labor amador.
Obrigada, obrigada, obrigada!
Abraços,
Amanda Machado
Minas Gerais, 05 de outubro de 2019
ExcluirQuerida Amanda,
Sua poesia latente é emocionante. As palavras fluem feio um veio de água corrente serpenteando a serra até se alinhar ao horizonte que somos nós os outros.
Gratidão, gratidão, gratidão!
Abraços,
Paulo