segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A mal amada da Pitangueira

Este Blog está correndo o sério risco de ser um correspondente sentimental, apesar do blogueiro não ter este dom, mas vamos lá com outra mensagem anônima, talvez de uma amiga daquela moça que enviou ano passado. É provável que as sugestões propostas não deram muito certo, mas nestes tempos de desamor, palavras de consolo sempre caem bem.

- Prezado senhor do blog Ao Pé da Pitangueira. Estava em casa, triste, chorosa, fitando o pé de pitanga que meu pai plantou quando eu era criança. Lembro até hoje da festa que fiz por causa daquela mudinha pequenina, que ele falava que seria um dos meus mais divertidos momentos para sempre.

Meu pai não está mais aqui. Saiu de casa tempos depois daquele dia, e cuidei da pitangueira na esperança de que ele voltasse e visse que eu cumpri com a minha palavra. Mas não queria falar do meu pai e acabei falando, por causa do nome do seu blog.

Ocorre que estou perdidamente apaixonada por um homem mais velho que eu, tenho 25 anos e ele 42, e para piorar, ele é casado com a minha prima. Mas a gente tem se encontrado escondido. Na hora é tudo gostoso, mas quando ele me deixa sozinha, um buraco se abre no chão e penetro nele com o mais profundo pesar.

Se você soubesse o quanto eu estou sofrendo, mesmo achando que eu tenho, até mesmo um pouco de seu amor, e eu choro muito por ele, esperando que um dia ele seja só meu, até mesmo com apenas com um pouco de amor. 

A única coisa que me faz sofrer é eu estou morrendo de vontade de fazer ele feliz, mas para mim ele não quer ficar só comigo. E isso que causa a dor e eu estou morrendo de vontade de revelar meu amor ao mundo, postar nossas fotos no Facebook, mas tenho medo de perde-lo para sempre.

Aquela idiota, que o coloca para baixo, que o ignora, que o trata tão mal,  o tem como seu objeto de estimação faz ele sofrer muito. Só eu sei como faze-lo feliz. Aquela idiota que o humilha, que tanto o ignorou no passado, que o trata tão mal, o mantém sob ameaça por causa das crianças.

E o amo tanto, só eu sei ama-lo, mas seus olhos, ah, seus olhos dividem e cortam meu coração  e eu o amo tanto, mesmo sabendo que eu sou invisível para ele nas festas de família. Me ajuda, me ensina a faze-lo ser meu. Por favor.

Prezada moça da pitangueira, Psicanalista fosse, destes seguidores do Mestre Jung, avaliaria a questão sob a óptica de Electra, mas não o sendo, dou a você o seguinte conselho: 

Sai fora, muda de cidade, muda de estado, muda de país. Você está entrando em uma roubada sem limitação de profundidade. Esquece este sujeito, corta o pé de pitanga do quintal, arranca a raiz, põe fogo em todas as galhas, fica amiga da sua prima, vai caçar serviço, vai lavar roupa no tanque. Se isto ainda não resolver, comece a correr nas ruas do seu bairro e a gritar muito, todo dia, por pelo menos uma hora seguida.

Vá na igreja - qualquer igreja, vá nas baladas, vai num núcleo espiritual - qualquer um, tome um porre por semana, queime todos os livros de romance barato da sua prateleira, aprenda aramaico e grego, enfim, tome outra atitude. Arrume um namorado, arrume uma turma, arrume um emprego. Vai cuidar da sua vida!

Espero ter ajudado. Se precisar de mais conselhos, disponha.

É isto aí!

Um comentário:

  1. Não entendi. O senhor está sugerindo que eu abandone ele? É isto? Não é justo. E meus direitos? Minha felicidade?

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Gratidão!