A guerra civil silenciada pela imprensa, que ocorre no México, não tem bandidos nem mocinhos, pois todos os lados estão envolvidos, cada um dentro da sua maneira de encarar a situação. Falar de Acapulco, onde ocorreram seis estupros de seis mulheres espanholas, na frente de maridos, pais e filhos, por duas horas consecutivas, é muito pouco. O México sofre de fronteirite, e desde mal não está possibilitado de cura, pois do lado de lá os interesses são bilionários.
Agora, de uns anos para cá, sofre também a Guatemala. Caminha na mão dos mesmos cartéis mexicanos. Além dela, Belize, paradisíaca, conta com menos de 400 mil habitantes, e já é a maior central de baldeação de ilegalidades no continente.
E todo o produto que promove este caos tem um destino certo, mais ao norte no estado mexicano. Sustenta uma classe mais vez mais dependente de drogas, de todas as espécies - sólidas, líquidas ou gasosas, nas várias formas de apresentação - pó, comprimido, pastilhas, adesivos, spray, gel, bebida, etc.
Baseada num questionário da Organização Mundial da Saúde, uma
investigação realizada por professores australianos traçou o perfil do consumidor
de droga: jovem adulto, do sexo masculino, solteiro ou divorciado, com
rendimento elevado. Consumo de álcool e tabaco também foi analisado.
Segundo este trabalho, apesar da legislação repressiva, os americanos são os
maiores consumidores de drogas do planeta, neste estudo realizado em 17 países e
publicado pela revista australiana PLoS Magazine. A investigação, realizada
pela Universidade da Nova Gales do Sul, traça ainda o perfil do consumidor de
estupefacientes: jovem adulto, do sexo masculino, solteiro ou divorciado e com
um rendimento elevado.
Este estudo conclui que 42,4% dos americanos já fumaram cannabis e 16,2%
experimentaram cocaína. Em segundo lugar na tabela dos países com mais
consumidores de droga surge a Nova Zelândia, logo seguida da Holanda.
Este trabalho de pesquisa sinaliza que políticas mais restritivas não
significam necessariamente um menor consumo. Afinal, os EUA, onde,
apesar de a legislação federal proibir a posse de drogas (12 estados, entre os
quais a Califórnia autorizam, no entanto, o uso da cannabis para fins
medicinais), têm o consumo de cannabis e cocaína mais elevado dos 17 países em análise. Mais do
dobro de consumidores (42,4% contra 19,8%) no caso da cannabis do que a
Holanda, conhecida pela sua legislação liberal em relação às drogas e onde esta
droga é vendida em praticamente todos os cafés.
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