Fonte ² - http://jornalggn.com.br/autor/ion-de-andrade
O jornalista Fernando Rodrigues¹, do Jornal Folha de São Paulo, expôs a seguinte análise neste domingo:
Aécio foi imprudente ao deixar o Brasil justamente na semana mais decisiva desta fase da campanha (está em Nova York). O tucano reforça a imagem de político preguiçoso, “bon vivant” e de alguém pouco comprometido com o projeto de ser candidato. Afinal, como é possível imaginar que tenha marcado para esta semana sua saída do país, justamente quando dezenas de políticos estavam decidindo em qual partido estariam filiados para 2014? Ou mais: sabendo que Marina Silva enfrentaria um dilema por causa do fracasso do pedido de registro da Rede, Aécio poderia (ou até deveria) ter feito um gesto para se aproximar da eventual aliada. Preferiu manter a agenda de viagem a Nova York.
Enfim, a estratégia do tucano foi uma catástrofe de
marketing –e foi decidida por ele próprio.
O analista político Ion de Andrade² declarou:
1) Vira-se uma
página da política brasileira. No cenário estão concorrendo “para valer” apenas
grupos políticos que se originam da oposição à ditadura. Terá demorado 25 anos
(dia por dia, se considerarmos a constituição de 88 como o grande marco da
democracia) para que a passagem tenha sido consolidada;
2) A velha
política (PSDB/DEM/PPS) se esvazia e muitos serão os políticos destes partidos
que apoiarão abertamente (ou não) a dupla Campos/Marina;
3) A dupla
PMDB/PT se consolida. Fica claro para o PMDB que o maior quinhão de poder que
pode ter é na aliança com o PT, razão porque o PMDB, até aqui em cima do muro,
vai embarcar na candidatura Dilma com força total por interesse próprio;
4) O PT
dificilmente perderá eleitores para o novo polo oposicionista e a presença de
Lula na campanha, com todo o gás, conforme vem afirmando, vai dividir votos com
Campos em Pernambuco, o seu principal colégio;
5) Os Gomes do
Ceará, de decisão Dilmista tomada, virão também com força total para o lado da
presidenta, e o seu peso e valor na frente pró Dilma só tende a crescer. Uma
eventual vitória de Campos colocaria o grupo em péssima situação. Sua
participação será aguerrida.
6) O PSDB não
decola e estará atravessado por tendências dilacerantes. O fortalecimento
Campos/Marina enterra o cenário em que disputava uma queda de braço com o PT a
nível nacional, o que o mantinha no topo da grande política. Se houver segundo
turno (Campos x Dilma) a bem de manter
esta polarização com o PT, tenderia possivelmente a apoiar Dilma, (por debaixo
do pano), pois, incrivelmente, a sua vitória seria a única possibilidade de
retorno à polarização que o mantem vivo. A disputa Aécio x Campos é de vida e
morte para o PSDB. Uma vitória de Campos colocaria o PSDB numa situação de
coadjuvante na qual nem seria governo e nem oposição e ostracismo em política
significa fim de linha.
7) O DEM compra o
caixão. O PPS não vai saber tão cedo definir para onde vai. Mas vai mesmo para o buraco.
8) O preço do PDT
sobe e muito para o governo. Aposto que os ministérios do PSB lhes serão
transferidos com o apoio aberto e escancarado do PMDB.
9) A soma
Marina/Campos cresce no eleitorado coxinha em detrimento do DEM e PSDB, porém a
baixa penetração da dupla em São Paulo, Minas, Bahia, Rio, e Rio Grande do Sul
trará dificuldades maiores para que ganhe peso decisivo;
10) O campo conservador
que quer estabilidade tende a desembarcar do PSDB rumo a Dilma.
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