Meu regimento interno de vida prevê o Agravo Regimental, razão pela qual lanço mão deste recurso judicial existente no tribunal único e monocrático do reino Ao Pé da Pitangueira, com o intuito exclusivo de provocar a revisão de minhas próprias decisões.
Em sendo assim, nomeio abaixo dez itens que doravante, apesar de certa resistência por uma parte de mim desmedida, deverão ser cumpridas, sob a possibilidade da negação ser motivo de cerceamento de liberdade do instrumento de Agravo, cabendo-me as penalidades previstas na vida, como angústia, depressão, etc.:
Art. 1 - Todo mundo merece ser feliz!
Este Tribunal simplesmente nega esta expressão, em que consta que se trata uma questão pessoal, de cunho privado, onde não poderá jamais um determinar o "quantum" da felicidade alheia. Por estas razões defiro este Agravo Regimental.
Art. 2 - Todos são iguais perante a Lei.
A constituição tupynambá, que norteia a constituição Pitangueirense, trás consigo no artigo 5 da sua Carta Magna esta máxima da liberdade e dos direitos da cidadania.
Ao pé da Pitangueira, aos amigos tudo é permitido, quando se convém, e aos inimigos a Lei!
Art. 3 - A vida começa aos 40!
Esta expressão por si só está excluída, proibida, execrada. anulada, vetada, etc e tal, e não se fala mais nisto.
Art. 4 - A felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive.
Olha só, Mahatma Gandhi deveria ter excluido esta máxima de suas revelações, até mesmo porque definir a Felicidade está indeferido no artigo 1 desta proclamação de Agravo Regimental.
Art. 5 - Dinheiro não compra felicidade!
Oh! Que bonitinho isto...mas, cá entre nós, um rico triste é sempre melhor do que um pobre alegre, porque depois que passar a fase da tristeza, manter-se-á rico e feliz, e o pobre, bem, deixa prá lá.
Art. 6 - É preciso sofrer depois de ter sofrido, e amar, e mais amar, depois de ter amado.
Data vênia a Guimarães Rosa, mas deve-se lembrar que Diadorim é objeto de desejo e respira vingança..., além de não ser nada parecida com a Bruna Lombardi (como? você não entendeu? não tem problema, está deferido o Agravo).
Art.7 - O bom humor é a única qualidade divina do homem.
Schopenhauer, aquele velhinho alemão meio budista, meio zen, acreditava no amor como meta na vida, mas não acreditava que ele tinha a ver com a felicidade. Até aí, a gente vai junto, mas colocar o bom humor na crista da onda vai de encontro ao Art. 5 desta nova diretriz.
Art. 8 - O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante do idiota que quer bancar o inteligente.
Olha só, o Confúcio pode ter lá suas razões em um monte de coisas, mas colocar como maior prazer isto aí, cá entre nós, somente alguns políticos tupynambás acreditam nisto para convencer seus eleitores...
Art. 9 - Antes de mais nada fica estabelecido que ninguém vai tirar meu bom humor.
É provável que o Fernando Sabino nunca, mas nunca mesmo, tenha ficado com saldo negativo no banco, tenha perdido a namorada para um amigo, tenha batido com o dedão na quina da cama ou tenha pisado em bosta de cachorro na calçada da fama. Está indeferida desde sempre esta frase.
Art. 10 - Todo boêmio é feliz!
Fala sério, onde está a felicidade em um ambiente fechado, poluído, cheio de homens bebendo e sem nenhuma perspectiva de mudança? Enfim, ridícula por si só!
É isto aí!
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