segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pense nisto!




Vamos aos poucos sendo reféns das más notícias, daquelas que anunciam mortes por vírus da gripe, das outras que falam dos assaltos, das que comentam a crise na Síria e por aí vai. Tem também os arrastões, os crimes contra o patrimônio, os assaltos seriados aos mesmos estabelecimentos.

Também são espalhadas cenas de terror imensurável com assassinos em cinemas, shoppings e escolas. Paralelo a isto, a mídia informa diuturnamente sobre vulcões, furacões, terremotos, secas e enchentes, matando aos milhares. Assim vamos ficando acolhidos, amparados pelo Estado Salvador. O mesmo Estado que tememos pela sua força social, fiscal e econômica, e gerador de contrastes.

Ousarei  recorrer a Maquiavel. Ao explicar porque o príncipe deve ser temido ao invés de amado, diz que: “é muito mais seguro ser temido do que amado. Isso porque dos homens pode-se dizer, geralmente, que são ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho”.

Veja só, como o grande mentor da governabilidade ocidental apregoa a visão do cidadão. Vamos repetir: ingratos, volúveis, simuladores, tementes do perigo, ambiciosos de ganho. É assim que lá de cima nos vêem aqui embaixo. Entendeu agora, ou quer que desenhe?

Em “Crepúsculo dos Ídolos” Nietzsche faz o seguinte comentário: “ver sofrer, faz bem; fazer sofrer melhor ainda: ai está um duro princípio, mas um princípio fundamental antigo, poderoso, humano, demasiadamente humano”.

Que são os atos violentos se não uma expressão da maldade humana? Fruto de um intrincado labirinto de poder, a violência trata-se de um princípio, demasiadamente humano! E se isso é feito intencionalmente, de forma premeditada, indica a presença da crueldade. E como mudar este panorama? A quem recorrer? A quem interessa mudar o pânico da classe B e C?

Lampedusa, escritor italiano falecido de 1957, tem entre as suas obras o romance Il gattopardo (O Leopardo) sobre a decadência da aristocracia siciliana durante o Risorgimento. É neste livro que está o fundamento do que somente agora podemos começar a perceber nesta grande e boba pátria tupynambá:

A única mudança permitida somente é aquela sugerida pelo príncipe de Falconeri: tudo deve mudar para que tudo fique como está.

É isto aí!




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