segunda-feira, 31 de março de 2014
Negar a história é permitir que ela se repita
Como sabemos, Adolf Hitler começou a escrever o livro “Mein Kamph” (Minha
Luta), o chamado livro sagrado do Nazismo, na prisão militar de Landsberg.
Nele, Hitler expôs as bases da doutrina nazista, descrevendo um conjunto de
ideias que seduziram uma geração e mataram milhões de seres humanos..
Dentre as muitas teses da doutrina Nazista podemos destacar
algumas:
- A superioridade da Raça Ariana, defendida por Hitler quando dizia que o povo alemão era descendente de uma raça superior, que ele chama de Arianos, e que, por este motivo, tinha o direito de dominar as raças ditas “inferiores” por ele, tais quais os Judeus, os Eslavos, os Negros, etc.
- A tese do anti-semitismo, que dizia que os judeus ou semitas eram uma raça inferior à raça Ariana e que seriam capazes de corromper a pureza da raça alemã, sendo assim proibidos os casamentos entre judeus e alemãos, e declarando total perseguição e extermínio dos judeus.
- Uma outra tese defendida por Hitler era a total submissão das pessoas ao Estado, o qual deveria ser soberano e incontestável, e era personificado na pessoa do Führer (=chefe) que, fatalmente, era o próprio Hitler.
- E uma outra tese também muito divulgada era a do expansionismo, que dizia que o povo alemão deveria conquistar seu espaço “vital”, e isso deveria ser feito através da expansão militar de seu território.
Já na Espanha, em 1975, o ditador nazi-fascista Franco morre depois de 40 anos no
comando de um regime opressivo que deixou milhares de vítimas, entre órfãos,
prisioneiros, exilados e torturados. Mais de 30 anos depois, no início do século XXI, o governo espanhol
começa a resgatar a memória desse período e fazer justiça às vítimas da
ditadura, em um processo de luto e reconhecimento.
Em 2010, o diretor espano-belga Jose Luis Penafuerte produziu o filme Los Caminos de la Memoria para promover a memória desse período crítico na história espanhola e fazer justiça às vítimas da
ditadura, em um processo de luto e reconhecimento.
O documentário (Os caminhos da memória) lava a alma dos espanhóis que
testemunharam a ditadura de Franco. Em determinada cena, numa escola, um estudante contesta o
professor: “Acho melhor não remexer o passado e passar a cuidar do presente e
do futuro”. O professor pergunta: “Alguém de sua família morreu ou desapareceu
no franquismo?”. “Não”, responde o garoto. E o professor diz: “Negar a história
é permitir que ela se repita”.
Odete, a aeromoça em solo
Odete é a aeromoça em solo da aviação paranoá. Serve distintos cavalheiros em voos mais instigantes e menos perigosos. Não gosta de tocar no assunto, mas já foi condecorada com aquela medalhinha dos audazes pilotos da aviação. Motivo? Odete dispensa motivos - é o próprio avião.
Ligou-me nesta manhã que antecede ao movimento golpista de Primeiro de Abril, cuja data foi antecipada para não se tornar piada pronta nos salões de moças recatadas e nos bordéis de nobres cidadãos do bem. A voz aveludada escondia a tensão por detrás daquela suavidade hipnótica.
- Olá querido!! Abandonou sua aeromoça em plena decolagem?
- Olá Odete, nada disto, estou como um paraquedas em sua segurança.
- Ah, está bem! Vou anotar esta para cobrar depois, mas gostei da sua crise de ciúmes para me apresentar aos seus amigos.
- Como assim Odete? Ciúmes de você? De onde tirou isto?
- Tem coisas que só uma mulher percebe meu bem. Você omitiu informações que constam do original da minha história.
- Ora, vá lá, Odete, aquilo foi uma sinopse!
- Sinopse, amor? Me engana que gosto! Falou que ele era descendente de franceses, e omitiu que ele era francês, e por isto ficou detido não sessenta, mas noventa dias em Brasília por que foi supostamente confundido por um dos dirigentes do Partido Comunista Francês, pelo fato de que não portava nenhum documento, e a denúncia veio de um político lotado no Congresso Nacional, que com isto favoreceu uma empresa concorrente de São Paulo.
- Ninguém reparou nisto, querida!
- Mas eu sei que aconteceu assim. E não era uma garota de programa como você insinuou, era uma menina normal que estava em um evento chato, numa cidade onde não ocorria nada de interessante para fazermos. E na verdade ele foi a primeira pessoa para quem me entreguei na vida, se isto te interessa.
- Então é por isto que andou sumida estes dias...
- Claro, o golpe militar é uma amarga lembrança para mim. Conheci e perdi o grande amor da minha vida em função dele.
- Tudo bem, Odete, não acontecerá de novo.
- Espero que não, querido. Espero que não. - Sabe o que é pior em um golpe militar? Ele rouba sonhos!
- Valeu Odete, hoje vou refletir sobre isto.
É isto aí!
É isto aí!
O sujeito oculto
Não sei se você sabe, mas o sujeito oculto não existe mais. A nova gramática da língua pátria nos trás o sujeito elíptico, o sujeito subentendido ou o sujeito desinencial:
Estes sujeitos ou tipo de sujeitos são determinados pela desinência verbal e não aparecem explícitos. Dá-se por isso o nome
de sujeito implícito. É isto que antigamente era chamado de sujeito oculto.
Talvez isto deva-se ao fato de nada mais estar oculto com o advento da Internet. Mas vamos ao exemplo. Ache o sujeito desinencial da expressão abaixo:
O segredo de Arlindo Orlando Couves
Arlindo Orlando Couves era um homem deprimido. Nada dava certo em sua vida. Não conseguia manter um diálogo com o pai desde a adolescência, que o detestava e evitava; sua mãe o ignorava e também não conseguia manter um diálogo com os filhos que o desprezavam. Já a sua esposa, a amada e adorada Constância Verdura era mãe de seus filhos, fria e santa.
O fracasso era a cara do Arlindo. Tudo que sonhava, naufragava no mundo real. Seu patrão o humilhava na frente de todos, seus amigos tinham pena dele, vivia devendo ao banco e estava sempre sozinho. Resolveu buscar uma forma de encontrar com Deus para uma cura espiritual dos seus problemas.
Foi em várias igrejas cristãs, templos orientais, centros espirituais, conversou com padres, pastores, mestres e guias; foi em tendas de milagres, esteve em terreiros, casa de santos, esteve com pessoas sérias e com vigaristas, foi benzido, ungido e revestido de armaduras espirituais dezenas de vezes, ajoelhou, deitou, foi ao monte, acendeu velas, entrou no mar, no rio, na piscina, subiu e desceu dezenas de montes, e nada acontecia.
Bebeu dezenas de águas bentas, besuntou de óleos sagrados, passou perfumes de caboclo, tomou vinhos da purificação, vestiu mantos da glória, ergueu espadas, carregou ramos de arruda e confessou em público coisas confessáveis, ouviu videntes, foi em tarólogas, ciganos, etc.
Foi em várias igrejas cristãs, templos orientais, centros espirituais, conversou com padres, pastores, mestres e guias; foi em tendas de milagres, esteve em terreiros, casa de santos, esteve com pessoas sérias e com vigaristas, foi benzido, ungido e revestido de armaduras espirituais dezenas de vezes, ajoelhou, deitou, foi ao monte, acendeu velas, entrou no mar, no rio, na piscina, subiu e desceu dezenas de montes, e nada acontecia.
Bebeu dezenas de águas bentas, besuntou de óleos sagrados, passou perfumes de caboclo, tomou vinhos da purificação, vestiu mantos da glória, ergueu espadas, carregou ramos de arruda e confessou em público coisas confessáveis, ouviu videntes, foi em tarólogas, ciganos, etc.
Um dia, e este dia sempre chega, Arlindo Couves estava em casa, solitário, como sempre. O telefone tocou e deu-se o seguinte diálogo:
- Alô?
- Sr. Arlindo Orlando Couves?
- Sim, quem fala?
- Sr. Arlindo, meu nome é Ângela, sou do Departamento Celestial de Assuntos Pendentes, Divisão de Casos Perdidos.
- Hem? De onde? Como é que é?
- Sr. Arlindo, para sua segurança esta ligação será gravada. Precisamos confirmar alguns dados que certificarão este contato.
- Nossa Senhora!!!
- É outro departamento, Senhor, e não consigo uma transferência daqui, teria que passar pela anuência da Diretoria dos Arcanjos.
- Você é louca! Estou tendo alucinação auditiva...
- Veja bem, Sr. Arlindo, mantenha-se calmo, está bem? Calmo, muito calmo. Agora o senhor está calmo!
- Engraçado, estou me sentindo calmo. Menina, você é boa nisto.
- Sr. Arlindo, apenas confirme alguns dados para que possamos prosseguir, ok?
- Sim, pode falar agora.
- Seu pai é Armando Orlando Xaveco e sua mãe Maria Berta?
- Deve haver um engano aí, Armando é meu padrinho; meu pai é o Arlindo Irlando das Couves.
- Sr. Arlindo, nossos registros são infalíveis. Somos a Verdade. Talvez o senhor esteja sendo enganado no seio da família. Mas vamos continuar. O sr. tem apenas uma filha com a sra. Constância Verdura, que se chama Constância Berta, confere?
- Mas você está louca mesmo, tenho mais dois filhos com Constância, Júlyo Orlando e Jayme Orlando.
- Desculpe Sr. Arlindo, mas Júlyo Orlando e Jayme Orlando são, de fato, filhos de Dona Constância, sendo o pai o sr. Armando Orlando Xaveco Júnior.
- Mas como você pode afirmar uma coisa destas? De onde sai isto tudo?
- Sr. Arlindo, os Anjos não mentem jamais. Além disto o senhor fez várias incursões nos nossos arquivos celestiais para falar conosco. Estamos apenas fazendo uma entrevista prévia de agendamento com Deus. Não é do nosso interesse promover levantamento de polêmicas contra o senhor.
- Bobagem, como você pode ter tanta informação assim?
- Bem, tudo começou coma chegada do Jobs, o Steve Jobs - sabe como é, chegou e foi logo para a diretoria, arranjaram uma sala para ele, e aí foi criando estes arquivos e as soluções para resolvermos pendências.
- Ah, é? E como você consegue falar comigo em português?
- Ora, sr. Arlindo, o sr. Jobs criou um mecanismo de tradução em tempo real que permite ao departamento falar com várias galáxias e milhares de planetas sem interferência de terceiros.
- Bem, estas relações da família eu não sabia, mas tenho um segredo que só eu sei, e se você revelar, eu acreditarei em você.
- Sr. Arlindo, o seu livro da vida está integralmente aberto na minha tela, sem cortes, sem edições e sem censura. Não há nada que seja segredo seu, que eu não saiba. Mas o sr. quer mesmo que eu fale?
- Sim, claro, prove que você é do tal departamento celestial aí.
- Bem, sr. Arlindo, segundo nossos registros, quando o sr. tinha dezoito anos, juntou dinheiro trabalhando honestamente, com o objetivo de comprar uma boneca de 1,50 m de altura, articulável, idêntica à sua prima, e esta boneca, de nome Jackelyne Cristina, vem sendo sua companheira de relacionamento pessoal desde então.
- Nããããããõoooo!!!! Nããããããõoooo!!!! Você não podia saber disto.... nãããããããooo!!!
É isto aí!
domingo, 30 de março de 2014
A virgem do Telemarketing
- Alô? Quem está falando?
- Você ligou para o telemarketing, eu sou a moça do Telemarketing, logo sou uma pessoa, e aí?
- Outra pessoa diferente de você.
- Interessante. Isto significa que não estou falando comigo!
- É o que acredito, a não ser que consiga fazer estas duas
vozes distintas em tempo real.
- Verdade. Você tem uma voz masculina grave, tensa e tão terna.
- Gostei disto!
- Mas, e aí...
- Sim, e aí?
- Não falará nada sobre a minha voz?
- Não! Você ligou para que?
- Mas, mas... você é quem ligou e você não pode fazer isto comigo. Não fará nenhum comentário?
- Posso, é verdade. Eu liguei, mas não vou falar da sua voz, afinal não quero ofender você.
- Eu odeio você! Eu odeio você! Entendeu? Você entendeu?
- Não sei se entendi bem. Você é muito confusa. Este telemarketing é sobre o que, exatamente?
- Ah! Então admite que pela minha voz qualificou-me de
confusa.
- Tem nada disto, é pelo que fala. Chama alguém normal aí, por favor.
- Então é assim? Sou anormal para você? E eu achando que você era o Vaso que o Senhor enviou para mim. Olha aqui, senhorzinho do mundo, se falo, emito sons, se emito sons, tenho voz e pela
entonação da minha voz você deveria ter reconhecido em mim ...
- Saco! Olha aqui menina, vá se catar. Esta voz sua é muito chata.
- Mas você, mas você ... é o escolhido. Eu sei disto, eu sinto. E se falo, emito sons, se emito sons, tenho voz e pela entonação da minha voz você deve ter reconhecido em mim a sua metade...
- Doida, maluca, desconectada do mundo, lunática ...
- Mas você, mas você ... é o escolhido. Eu sei disto, eu sinto. E se falo, emito sons, se emito sons, tenho voz e pela entonação da minha voz você deve ter reconhecido em mim a sua metade...
- Doida, maluca, desconectada do mundo, lunática ...
- Grosso, estúpido, insensível, seu... seu...
- Tum Tum Tum
- Desligou, mas não tem problema. Se fosse um homem puro, um Vaso do Senhor sem pecado, teria reconhecido em minha voz uma virgem pura sem pecado à espera
do seu salvador.... glórias, Senhor... livrou-me de mais um pecaminoso contaminado
pelas fuligens do mundo! Hoje eu ganhei Livramento, glórias, glórias ...É isto aí!
sábado, 29 de março de 2014
Onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração
Nunca publiquei esta mensagem que recebi em 18 de abril de 2013. Na época achei que não seria legal. Mas hoje, revendo as mensagens guardadas, resolvi postá-la na íntegra. É uma carta longa, um desabafo de uma mulher desconhecida. Não sei se até hoje vem ao Blog, mas está aí. Pede um conselho, e disse que fechou os olhos para a verdade . Creio que não queria nada, mas apenas achou uma forma de desabafar com um anônimo. Não quer respostas, pois sabe antecipadamente quais seriam.
Mateus 5,4
Bem aventurados os que choram, pois serão consolados
A mensagem começa aqui:
Olá! Vou contar meu caso por que preciso falar com alguém. É apenas uma história comum, você não me conhece, sou leitora da Pitangueira e já li outras cartas de outras pessoas postadas nela. Talvez não tenha como me ajudar, mas estou muito indecisa e neste
caso quero agir da melhor maneira para mim e para meus filhos.
Tenho 32 anos e acontece que sou casada há dez anos depois de seis de namoro.
Meus problemas começaram muito antes de casar, pois quando ainda no namoro não estava convencida do nosso amor e ele foi muito, mas muito insistente mesmo. Tínhamos
amigos em comum, o que nos incentivou a ir para frente e, a princípio, ele parecia
muito animado e parecia boa pessoa e assim tocamos a vida.
Bem, este é o ponto onde iniciam meus problemas - deveria ter rompido quando a história não tinha muitos capítulos. Mesmo no noivado pouco saíamos, e é aí onde acho que começaram as mentiras. Até pensei que eu poderia contar muito com a ajuda da minha família, mas sufocaram as mudanças do meu coração.
Ele tinha um bom emprego e um bom salário, mas gastava tudo e sempre estava no vermelho no banco. Comprando coisas desnecessárias, como o mais novo celular, o último
computador, presentes caros para mim, presentes caros para família etc, enfim era uma mão aberta demais e eu ficava muito irritada com ele. Em conversa com duas grandes amigas daquela época, diziam que, como éramos
jovens, aquilo passaria, que poderia mudá-lo ao longo do tempo. Nós nos casamos e
continuou com a sua mão aberta e eu pensava que quando viessem os filhos, tudo mudaria, a coisa era questão de tempo e que eu deveria dar-lhe uma chance.
Quando meu segundo filho nasceu, veio a grande mentira e o
que me impressionou desde então foi a sua frieza. Eu, já há algum tempo, havia tomado a decisão de manter os fatos fora da vista e longe do coração, mas foi tão óbvio, que não tive escolha a não ser ver.
Começaram a chegar faturas do celular com valores maiores, e aquilo estava ficando intrigante. Um dia eu estava levando as crianças para passear, e ouvi o sinal de uma mensagem. Meu filho pegou o aparelho e inocentemente me entregou - estava sob o banco, e caiu do bolso do paletó dele.
Estacionei e verifiquei a mensagem, era de amor, enviada por uma colega de seu trabalho. Você pode imaginar como eu fiquei nervosa, trêmula e chorosa. Apesar de ter
sido sempre um mentiroso, nunca tinha passado pela minha cabeça que iria fazer isso e muito mais quando nós tivemos um segundo filho.
Bem, este
foi o pior problema que eu tinha enfrentado até então em minha vida. Fui para a casa da minha mãe e ao anoitecer liguei para ele usando o nome da moça - disse que não fizesse mais isto, porque sua esposa era uma vaca louca, e que assim que pudesse sairia para viverem felizes. Fiquei sem chão. Dormi na minha mãe com as crianças sem falar nada nem o motivo. Ele também não ligou para mim.
Na manhã seguinte liguei para a moça e disse que já sabia de tudo, então me falou que era tudo verdade e que o amava muito. Cheguei em casa arrasada. Ele já havia saído. Queria morrer, sumir, fugir, mas e os filhos? Meus filhos adoram seu pai, e até mesmo por que para eles é um pai
maravilhoso. Na verdade, eu estava com medo dele não me deixar em paz para criar meus
filhos. Tinha medo de que meu filho não me perdoasse, estava com medo
dos danos que poderia fazer para minha família se fose embora, eu estava com
medo de mudar de vida. Ir para onde?
A noite chegou, e com ela a sua volta. Chegou como se nada soubesse, abraçou as crianças, deu presentes para eles, e nem me olhou. Fui para o quarto. Entrou em silêncio, e ficou me olhando com raiva:
- Você é uma idiota, disse, uma mulher fria, insensível, analfabeta e domesticazinha. Você não sabe nem fazer sexo. Olhe para você - ligar para uma moça que nem conhece para conferir uma história ridícula. Todos do escritório riram de você. Ela tirou sarro da sua cara e você acreditou. Quem você pensa que é? Cadê meu telefone? Onde você escondeu desta vez?
- Está aqui....entreguei trêmula.
- Pegou com uma mão e esbofeteou-me com a outra. Caí sem forças. Idiota. Levante-se. Ela está lá fora esperando você para explicar que tudo foi uma brincadeira. Vá lá e peça desculpas.
- Não vou - outra bofetada. Não vou - outra.... para, por favor... apanhei mais uma vez. Dormi ali mesmo, com frio e toda urinada.
Quando tudo isso aconteceu, ele me disse que era minha
culpa, que me amava, mas eu sobrecarregava muito ele, e passou sempre a me xingar e ficava carrancudo em casa, então eu pensei que talvez ele estava certo e deveria ser
mais flexível com as coisas e viver mais relaxada e me preocupar menos com as
coisas. Eu decidi que eu não tive a coragem de sair e fui para frente, mas
desde então, não tem um único dia ou um minuto que eu não me lembro o dano que eu
fiz em mim mesma.
As coisas só pioraram, com o ambiente familiar em permanente crise, apesar de nunca mais querer saber nada dele. Um dia fiquei grávida do meu terceiro filho e se de um
lado estava feliz, por outro lado estava triste porque isso
significava ficar mais ligada ainda ao meu marido.
Com o passar do tempo, passei a receber telefonemas ameaçadores de dois homens que falavam em uma dívida. Falei com ele - disse que era uma dívida de jogo e logo pagaria, mas nunca pagava. Um dia vieram aqui e tomaram o carro. Ele não falou nada. No dia seguinte chegou com outro carro e sorriu.
Ao longo desses anos, percebi que minhas amigas estavam erradas. Ninguém muda outra pessoa, que não quer mudar. Ele vai
continuar a ser um mentiroso por toda a sua vida e acho que é uma vida louca. Eu também
percebo que eu sempre terei problemas econômicos com ele. Eu sempre faço uma
revisão de tudo e repito mil vezes que sou uma idiota por estar com ele.
Agora eu preciso de você para me ajudar. Não sei se há necessidade
de dizer-me para deixá-lo. Estou confusa. Eu só quero que coloque-se em meu lugar. Tenho três
filhos maravilhosos que adoram seu pai (eu acho que mesmo se eu tivesse que
escolher entre a mãe e o pai escolheria o pai), meus filhos estão vivendo muito
felizes e alheios a tudo, eu vivo em uma bela casa, meu marido é adorado por todos
(eu nunca disse a ninguém como vivo com ele), têm excelente emprego e,
aparentemente, tem uma vida muito feliz (eu levo a minha dor para meu mundo interior).
Nossos amigos e família sabem que ele é muito criativo, inteligente e trabalhador, e dedicado aos filhos.
Mas ele tem outra mulher, mais nova, que não é mais aquela, é uma mocinha que já vi no seu carro, ao passar por mim na rua. Talvez tenha outras além desta. E sempre que estou com raiva, ele gosta disso, como se o
que ele faz é a coisa mais normal do mundo e eu sou uma histérica alarmista.
Será que posso lhe ensinar uma lição? Minha história é muito maior que isto, mas por favor, eu peço alguns
conselhos que você poderia me dar para lidar com esse problema que eu vivo.
Obrigada por tudo.
Marília de Dirceu - Lira XXVII
Lira XXVII
Consegue ser herói por um delito;
Se acaso não vencesse, então seria
Um vil traidor proscrito.
O ser herói, Marília, não consiste
Em queimar os Impérios: move a guerra,
Espalha o sangue humano,
E despovoa a terra
Também o mau tirano.
Consiste o ser herói em viver justo:
E tanto pode ser herói pobre,
Como o maior Augusto.
Um beijo de tirar o fôlego
Todo mundo sonha com aquele beijo made in Hollywood, que
tira o fôlego e dá início a um romance incandescente. Pena que nem sempre isso
aconteça na vida real. O primeiro beijo entre um casal costuma ser suave,
investigativo, decente. Aos pouquinhos, no entanto, acende-se a labareda e as
bocas dizem a que vieram. Existe um prazo para isso acontecer: entre cinco
minutos depois do primeiro roçar de lábios até, no máximo, cinco dias. Neste
espaço de tempo, ainda compreende-se que os beijos sejam vacilantes: tratam-se
de duas pessoas criando um vínculo e testando suas reações. Mas se a decência
persistir, não espere ver estrelinhas na etapa seguinte. A química não
aconteceu.
Beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do
outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta.
Beijo é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se
gosta, de dizer mil coisas em silêncio. Beijo é gostoso porque não cansa, não
engravida, não transmite o HIV. Beijo é prático porque não precisa tirar a
roupa, não precisa sair da festa, não precisa ligar no dia seguinte. E sem essa
de que beijo é insalubre porque troca-se até 9 miligramas de água, 0,7 grama de
albumina, 0,18 de substâncias orgânicas, 0,711 miligrama de matérias gordurosas
e 0,45 miligrama de sais, sem contar os vírus e as bactérias. Quem está
preocupado com isso? Insalubre é não amar.
Martha Medeiros
(Martha Medeiros é uma jornalista e escritora brasileira. É
colunista do jornal Zero Hora de Porto Alegre, e de O Globo, do Rio de Janeiro.)
sexta-feira, 28 de março de 2014
Meninas para casar...
Texto de Patrícia Sebastiany Pinheiro, no Blogueiras Feministas
Vemos reforçada a ideia de que mulher para casar é aquela focada, dócil, estável em todos os sentidos e que reclama pouco. É aquela que não tem nenhum vínculo positivo com relacionamentos amorosos anteriores. É aquela que jamais conheceremos na balada.
Independentemente do que as listas mágicas dizem, sabemos que a vida sexual de uma mulher é o elemento mais passível de julgamentos e o principal fator que a faz ser — ridiculamente, diga-se de passagem — categorizada entre “pra casar” ou “só pra pegar”. Mulher que já teve muitos parceiros sexuais é vista com maus olhos, enquanto o mesmo não é tão comum com os homens. A regra é clara, dar no primeiro encontro? Muito fácil! Não é pra casar.
Há, ainda, os que com boas intenções têm defendido o contrário: que mulher que dá no primeiro encontro, essa sim é pra casar! Acho isso igualmente problemático, pois defendo a liberdade da mulher de dar quando e quanto ela bem entender, sem que isso seja visto como nada além da satisfação voluntária dos seus desejos. Tentar classificar a mulher que dá no primeiro encontro de forma positiva acaba por corroborar, mais uma vez, com essa categorização limitadora; acaba por invadir a sexualidade feminina e transforma o que é exercício do livre arbítrio em potencialidade para algo que nunca nos é perguntado se queremos: casar.
Para que a indignação fique ainda maior, vale usar a mesma ferramenta de busca e procurar por: “homem para casar”. Percebam que, em meio aos resultados — que deveriam ser, seguindo a lógica da pesquisa anterior, listinhas das características dos “bons partidos” masculinos — encontra-se dicas para as mulheres conseguirem um homem, como “21 passos para conseguir um homem para casar”. Não há dicas de como um homem deve ser, apenas mais características do que os homens procuram em uma mulher para casar. Curioso, não?
É importante que nos questionemos acerca de todo o machismo que se encontra impregnado nesses discursos; que coloca o casamento como sendo o objetivo de vida de toda mulher — que, para tal, deve preencher uma lista requisitos, tornando-a merecedora disso — e o pesadelo de todo homem. O que é preciso para ser uma mulher para casar? Fico com as palavras que ouvi, certa vez, de uma mulher; número um: ser mulher. Número dois: querer casar.
Autora
Patrícia Sebastiany Pinheiro tem 21 anos. É gaúcha de Santa Maria, onde estudou Psicologia na UFSM por três anos. Atualmente mora em Florianópolis. É escritora, feminista, apaixonada por moda e assumidamente viciada em filmes e séries. Escreve em seu blog pessoal e mantém uma página no Facebook.
Bunda mole, é?
Alto lá - Este Texto não é meu - Copiei e Colei.
Autora - Patrícia Travassos
Fonte - Livro "Esse sexo é Feminino!"
Bunda mole, é?
"Belinha acordou as seis, arrumou as crianças, levou-as
para o colégio e voltou para casa a tempo de dar um beijo burocrático em Artur,
o marido, e de trocarem cheques, afazeres e reclamações.
Fez um supermercado rápido, brigou com a empregada que
manchou seu vestido de seda, saiu como sempre apressada, levou uma multa por
estar dirigindo com o celular no ouvido e por estacionar em lugar proibido,
enquanto ia, por um minuto, ao caixa automático tirar dinheiro.
No caminho do trabalho, pensava quando teria tempo de fazer
a unha e pintar o cabelo antes que se transformasse numa mulher grisalha.
Chegando ao escritório, foi quase atropelada por uma gata escultural que,
segundo soube, era a nova contratada da empresa para o cargo que ela, fez de
tudo para pegar, mas que, apesar do currículo excelente e de seus anos de
experiência e dedicação, não conseguiu.
Pensou se abdômen definido contaria ponto, mas logo esqueceu
a gata, porque no meio de uma reunião ligaram do colégio de Clarinha, sua filha
mais nova, dizendo que ela estava com dor de ouvido e febre.
Tentou em vão achar o marido e, como não conseguiu, resolveu
ela mesma ir até o colégio.
Saiu esbaforida e encontrou seu carro com pneu furado.
Pensou em tudo que ainda ia ter que fazer antes de fechar os
olhos e sonhar com um mundo melhor.
Abandonou a droga do carro avariado, pegou um táxi e as
crianças. Quando chegou em casa, descobriu que tinha deixado a pasta com o
relatório que precisava ler para o dia seguinte no escritório!
Telefonou para o celular do marido com a esperança que ele
pudesse pegar os malditos papéis na empresa, mas continuava fora de área.
Tomou banho, deu o jantar para as crianças, fez os deveres
com eles e botou para dormir.
Artur chegou puto de uma reunião em São Paulo, reclamando de
tudo. Jantaram em silêncio.
Na cama, ela leu algumas folhas de um livro e começou a
cabecear de sono. Artur a acordou todo assanhado, a fim de jogo. Como aqueles
momentos estavam cada vez mais raros no casamento deles, ela resolveu fazer um
último esforço de reportagem e transar.
Após uma 'meio mais ou menos', quando estava quase pegando
no sono de novo, sentiu uma apalpadinha no seu traseiro com o seguinte
comentário:
- Tá ficando com a bundinha mole, Belinha... Deixe de ser
preguiçosa e comece a se cuidar...
Belinha olhou para o abajur de metal e se imaginou
martelando a cabeça de Artur até ver seus miolos espalhados pelo travesseiro!
Em seguida usou a técnica que aprendeu num livro de
autoajuda: Como controlar as emoções negativas...
Respirou três vezes profundamente, mentalizando a cor azul,
e ponderou. 'Não ia valer a pena, não estamos nos EUA, não conseguiria uma
advogada feminista caríssima que fizesse sua defesa alegando que assassinou o
marido, cega de tensão pré-menstrual...'
Resolveu agir com sabedoria.
No dia seguinte, não levou as crianças ao colégio, não fez
um supermercado rápido, nem brigou com a empregada. Foi para uma academia e
malhou duas horas.
De lá foi para o cabeleireiro pintar os cabelos de acaju e
as unhas de vermelho.
Enquanto se hospedava num spa, ouviu o marido desesperado
tentar localiza-lá pelo celular e descobrir por que ela havia sumido.
Pacientemente não atendeu. E, como vingança é um prato que
se come frio, mandou um recado lacônico para a caixa postal dele:
- A bunda ainda está mole. Só volto quando estiver dura. Um
beijo da preguiçosa..."
Autora - Patrícia Travassos
Fonte - Livro "Esse sexo é Feminino!"
Bunda mole, é?
"Belinha acordou as seis, arrumou as crianças, levou-as
para o colégio e voltou para casa a tempo de dar um beijo burocrático em Artur,
o marido, e de trocarem cheques, afazeres e reclamações.
Fez um supermercado rápido, brigou com a empregada que
manchou seu vestido de seda, saiu como sempre apressada, levou uma multa por
estar dirigindo com o celular no ouvido e por estacionar em lugar proibido,
enquanto ia, por um minuto, ao caixa automático tirar dinheiro.
No caminho do trabalho, pensava quando teria tempo de fazer
a unha e pintar o cabelo antes que se transformasse numa mulher grisalha.
Chegando ao escritório, foi quase atropelada por uma gata escultural que,
segundo soube, era a nova contratada da empresa para o cargo que ela, fez de
tudo para pegar, mas que, apesar do currículo excelente e de seus anos de
experiência e dedicação, não conseguiu.
Pensou se abdômen definido contaria ponto, mas logo esqueceu
a gata, porque no meio de uma reunião ligaram do colégio de Clarinha, sua filha
mais nova, dizendo que ela estava com dor de ouvido e febre.
Tentou em vão achar o marido e, como não conseguiu, resolveu
ela mesma ir até o colégio.
Saiu esbaforida e encontrou seu carro com pneu furado.
Pensou em tudo que ainda ia ter que fazer antes de fechar os
olhos e sonhar com um mundo melhor.
Abandonou a droga do carro avariado, pegou um táxi e as
crianças. Quando chegou em casa, descobriu que tinha deixado a pasta com o
relatório que precisava ler para o dia seguinte no escritório!
Telefonou para o celular do marido com a esperança que ele
pudesse pegar os malditos papéis na empresa, mas continuava fora de área.
Tomou banho, deu o jantar para as crianças, fez os deveres
com eles e botou para dormir.
Artur chegou puto de uma reunião em São Paulo, reclamando de
tudo. Jantaram em silêncio.
Na cama, ela leu algumas folhas de um livro e começou a
cabecear de sono. Artur a acordou todo assanhado, a fim de jogo. Como aqueles
momentos estavam cada vez mais raros no casamento deles, ela resolveu fazer um
último esforço de reportagem e transar.
Após uma 'meio mais ou menos', quando estava quase pegando
no sono de novo, sentiu uma apalpadinha no seu traseiro com o seguinte
comentário:
- Tá ficando com a bundinha mole, Belinha... Deixe de ser
preguiçosa e comece a se cuidar...
Belinha olhou para o abajur de metal e se imaginou
martelando a cabeça de Artur até ver seus miolos espalhados pelo travesseiro!
Em seguida usou a técnica que aprendeu num livro de
autoajuda: Como controlar as emoções negativas...
Respirou três vezes profundamente, mentalizando a cor azul,
e ponderou. 'Não ia valer a pena, não estamos nos EUA, não conseguiria uma
advogada feminista caríssima que fizesse sua defesa alegando que assassinou o
marido, cega de tensão pré-menstrual...'
Resolveu agir com sabedoria.
No dia seguinte, não levou as crianças ao colégio, não fez
um supermercado rápido, nem brigou com a empregada. Foi para uma academia e
malhou duas horas.
De lá foi para o cabeleireiro pintar os cabelos de acaju e
as unhas de vermelho.
Enquanto se hospedava num spa, ouviu o marido desesperado
tentar localiza-lá pelo celular e descobrir por que ela havia sumido.
Pacientemente não atendeu. E, como vingança é um prato que
se come frio, mandou um recado lacônico para a caixa postal dele:
- A bunda ainda está mole. Só volto quando estiver dura. Um
beijo da preguiçosa..."
Cartas da mamãe!

Refletiu que esta geração que está aí na casa limite dos trinta anos não conheceu muita coisa que era essencial para a vida, como caixa de fósforo, vela, lamparina, pinico, telefone fixo, antena pé-de-galinha com Bombril e tela azul, etc.
Mas cá prá nós, não perdeu muita coisa, pensou. Mas tem um processo que perderam. Durante séculos, a carta era o processo de contato pessoal entre pessoas distantes. Foram as cartas as primeiras manifestações de diálogo entre pessoas residentes em cidades, estados e/ou países distintos.
O primeiro serviço organizado de difusão de documentos escritos que se tem notícia remonta a 2400 anos antes de Cristo, tendo surgido no Antigo Egito, quando os faraós usavam mensageiros para a difusão de decretos em todo o território do Estado. Os persas aperfeiçoaram as normas postais do Egito. O historiador grego Xenofonte descreveu a organização do correio da Pérsia: "Eis uma invenção utilíssima... Por meio dela, Ciro é prontamente informado de tudo o que acontece nas regiões mais longínquas"
Já os gregos, a despeito do grau de civilização atingido por eles, não conseguiram estruturar um sistema postal eficiente, entre outras razões, prejudicado pela falta de unidade política, enquanto isto os cretenses e fenícios desenvolveram um sistema de comunicação postal bom e foram os primeiros a utilizar pombos e andorinhas como mensageiros.
Mas foram os romanos, em um sistema desenvolvido pelo imperador Augusto, que o sistema de correios sobressaiu-se pela vasta rede de estradas. A infra-estrutura que instalada para o sistema postal garantia a transmissão de notícias, a viagem dos funcionários e o transporte de bens em nome do Estado.
O correio romano era regulamentado por lei. O Estado mantinha postos de troca de animais e as paradas com estalagens e instalações para viajantes. As estradas eram balizadas pelos miliarium, que eram marcos colocados em intervalos de cerca de mil passos (1480 metros). Em sua base estava escrito o número da milha relativo à estrada em questão.
Foi pensando assim, que leu uma carta enviada a ele, 40 anos passados, por sua mãe, quando estava na capital estudando:
Meu querido filho,
Escrevo estas poucas linhas que é para saber que estou viva.
Escrevo devagar porque sei que não gosta de ler depressa. Se
receber esta carta, é porque chegou. Se ela não chegar, avisa-me que eu mando
outra.
O teu pai leu no jornal que a maioria dos acidentes ocorre a
1 km de casa. Por isso, mudamo-nos pra mais longe.
Sobre o casaco que queria, o teu tio disse que seria muito
caro mandar pelo correio por causa dos botões de ferro que pesam muito. Assim,
arranquei os botões e coloquei-os no bolso. Quando chegar aí, pregue-os de
novo.
No outro dia, houve uma explosão no botijão de gás aqui na
cozinha. Teu pai e eu fomos atirados pelo ar e caímos fora de casa. Que emoção!
Foi a primeira vez em muitos anos que o teu pai e eu saímos juntos.
Sobre o nosso cão, o Joli, anteontem foi atropelado e
tiveram que lhe cortar o rabo, por isso toma cuidado quando atravessar a rua.
Tua irmã Laura vai ser mãe, mas ainda não sabemos se é
menino ou menina. Portanto, não sei se você vai ser tio ou tia.
Hoje, teu irmão Marcos me deu muito trabalho. Fechou o carro
e deixou as chaves lá dentro. Tive de ir em casa, pegar a reserva para a abrir.
Por sorte, cheguei antes de começar a chuva, pois a capota estava arriada.
Recados da mamãe:
Se vir a Dona Esmeralda, diz-lhe que mando lembranças. Se
não a vir, não digas nada.
Não ande com o Arnaldinho, filho da Filó. Não presta como companhia para você, meu filho.
Minha comadre Euphrasia disse que soube pela sobrinha dela que você e a Geraldinha do Zezé Barbeiro estão muito próximos. Meu filho, sai de perto, aquele povo não vale o angu que come.
Um beijo,
Tua mãe Marilda
PS: Era para te mandar os trezentos cruzeiros que me pediu, mas quando
me lembrei já tinha fechado o envelope.
É isto aí!
A pátria do índio loiro
A pátria vizinha ao Reino da Pitangueira, a grande nação Tupynambá é, de fato, uma grande nação de controvérsias e adversidades. Se pudessem, todos por ali seriam loiros, loiras, brancos, brancas, mas por enquanto, ainda sem o êxito do clareamento total, vão plantando ódio adubado com falsidade. Na representação abaixo, um típico índio nativo tupynambá, genuinamente loiro, como deveria ser. Mas vejamos alguns tópicos deste enredo da chiquita bacana:
1 - Uma determinada ação penal deveria ter sido desmembrada, para atender à Lei, mas o órgão máximo da Lei estava acima da Lei ou então, em um quadro mais intrigante - criou uma Lei. O resultado, gerador de ódio entre as várias tribos, transmitido ao vivo com narração do Chatão Ruendo, e análise do Bighouse, com apoio do Joseph Roberth Rato, foi o esperado. Vossas excelências, de todos os naipes cafetões e por todas as mães cafetinas gritavam pela impotente voz do Zé Mané: Crucifiquem...cortem as cabeças...destruam tudo..esta nação não pode ter o povo no poder...queremos os apaches&sioux apoiando os tanques e baionetas...o petróleo é nosso.
2 - Mas o tempo passa, o tempo voa, helicópteros sobrevoam e na relva aflora e abunda a pita (ou babosa como queiram os mais puristas). Eis que outra determinada ação penal de igual teor, porém com provas cabais de corrupção ativa e desvio de recursos públicos, com listas e listras, foi desmembrada. O resultado, gerador de ódio entre as várias tribos, não foi transmitido ao vivo com narração do Chatão Ruendo, e nem teve a análise do Bighouse, e faltou o apoio do Joseph Bob Rato, enfim foi o esperado. Vossas excelências, de todos os naipes cafetões e por todas as mães cafetinas gritavam pela impotente voz do Zé Mané: Crucifiquem...cortem as cabeças...destruam tudo..esta nação não pode ter o povo no poder...queremos os apaches&sioux apoiando os tanques e baionetas...o petróleo é nosso.
3 - Falando em Petróleo... que coisa hem... que obsessão... querem dar de qualquer jeito! O negócio é dar, não importa o local nem a hora. Dia destes, um engenheiro, destes bem qualificados e estudados, afirmou em alto e bom som que o problema da pátria tupynambá é que todos os seus executivos são corruptos, daí a necessidade de entregarem tudo aos apaches&sioux. Determinado chato ao lado perguntou: Vossa Excelência é corrupto? Ao que respondeu - não, claro que não - corruptos são os outros...
É o discurso do ódio, da boca para fora, enfim, esta eleição será um divisor de águas e os entregadores de sempre farão de tudo para assumirem e depois de assumirem seu lado metrô-trans-sexual, tudo será dado, e o que não for dado será destruído, darão festas em todos os bordéis, beberão todos os vinhos e destilados, aspirarão (opa) maiores posições na dinastia nórdica e sobretudo fecharão todas as portas para nunca mais deixarem o povo retornar.
É isto aí!
quinta-feira, 27 de março de 2014
O brinco do homem de brinco
Um dia, no escritório de advocacia, um homem reparou que o
seu colega, muito conservador, estava usando um brinco.
- Não sabia que você gostava desse tipo de coisas! -
comentou.
- Não é nada de especial, é só um brinco. - replicou o
colega.
- Há quanto tempo você o usa?
- Desde que a minha mulher o encontrou, no meu carro, na
semana passada e eu disse que era meu...
Mãe é foda!
Autor: Luis Fernando Veríssimo
Mãe: Alô
Filha: Mãe? Posso deixar os meninos contigo hoje à noite?
Mãe: Vai sair?
Filha: Vou.
Mãe: Com quem?
Filha: Com um amigo.
Mãe: Não entendo porque você se separou do teu marido, um homem tão bom.
Filha: Mãe! Eu não me separei dele! ELE que se separou de
mim!
Mãe: É. Você me perde o marido e agora fica saindo por aí
com qualquer um.
Filha: Eu não saio por aí com qualquer um. Posso deixar os
meninos?
Mãe: Eu nunca deixei vocês com a minha mãe, para sair com um homem que não fosse teu pai!
Filha: Eu sei, mãe. Tem muita coisa que você fez que eu não
faço!
Mãe: O que você tá querendo dizer?
Filha: Nada! Só quero
saber se posso deixar os meninos.
Mãe: Vai passar a
noite com o outro? E se teu marido ficar sabendo?
Filha: Meu
EX-marido!! Não acho que vai ligar muito, não deve ter dormido uma só noite
sozinho desde a separação!
Mãe: Então você VAI
dormir com o vagabundo!
Filha: Não é um vagabundo!!!
Mãe: Um homem que fica saindo com uma divorciada com filhos
só pode ser um vagabundo, um aproveitador!
Filha: Não vou
discutir, mãe. Deixo os meninos ou não?
Mãe: Coitados. com uma mãe assim.
Filha: Assim como?
Mãe: Irresponsável!
Inconsequente! Por isso teu marido te deixou!
Filha: CHEGA!!!
Mãe: Ainda por cima
grita comigo! Aposto que com o vagabundo que tá saindo contigo você não grita.
Filha: Agora tá
preocupada com o vagabundo?
Mãe: Eu não disse que
era vagabundo!? Percebi de cara!
Filha: Tchau!!
Mãe: Espera, não desliga! A que horas vai trazer os meninos?
Filha: Não vou. Não
vou levar os meninos, também agora não vou mais sair!
O Dossiê Odete
Dois amigos perguntaram quem é a Odete. Achei interessante a curiosidade. Um queria saber se ela existe mesmo. Bem, vamos lá:
Odete era uma personagem secundária em livro que nunca terminei e nunca será lido ou publicado. Achei que ficou muito ruim, sem força literária que prenda a atenção do leitor.
Ela entra em apenas um capítulo, que tem o seu nome. A história se passa em Brasília, no Distrito Federal. Ela está no Brasil Palace, linda, aos dezenove anos, acompanhando a mãe em um evento social de moda, na noite de 30 de março de 1964, quando conhece o protagonista do pretenso livro.
Ele é um empresário bem sucedido, de descendência francesa, que partiu de São Paulo em um Caravelle da Panair naquela manhã, para encontrar com o deputado Franco Montoro que intermediou um encontro com o Ministro da Indústria e Comércio Egídio Michaelsen, para o dia dois de abril.
Ele é um empresário bem sucedido, de descendência francesa, que partiu de São Paulo em um Caravelle da Panair naquela manhã, para encontrar com o deputado Franco Montoro que intermediou um encontro com o Ministro da Indústria e Comércio Egídio Michaelsen, para o dia dois de abril.
Na noite do dia 31 tornam a se encontrar, em mais um desfile no hall do hotel, e acabam ficando juntos. Só que naquela fatídica madrugada de 01 de abril, a cidade ficou sem aeroporto, sem telefone e com estradas fechadas por dez dias. Em Estado de Sítio, Odete não tem como sair do Hotel e ficam esperando amanhecer. No meio ao caos, a estadia em Brasília demora dois meses por conta da paixão pela moça. Só que tem esposa, filho e empresa esperando por sua volta.
Uma vez em São Paulo, Odete passa a telefonar-lhe nas manhãs, entre cinco e seis horas, quando já está no escritório. Devido ao enorme congestionamento de linhas no horário comercial, e também por que tinha a facilidade de ter o pai como alto oficial do comando militar de Brasilia, tinha certas primazias, entre elas poder ligar com maior rapidez e não ter o telefone grampeado.
Conversam sobre tudo, das coisas que acontecem em Brasília, da saudade e no final sempre pede para ele largar São Paulo e voltar para seus braços e seu amor. Um dia fala da gravidez, mas aí já é outra história.
Enfim, está aí a Odete.
É isto aí!
quarta-feira, 26 de março de 2014
Uma rodada no mundo
![]() |
http://www.dinheirovivo.pt/Graficos/Detalhe/CIECO150428.html |
O desaparecimento suspeito do avião malaio ainda levará umas dezenas de anos para ser desvendado. Infelizmente interesses militares e econômicos, juntos ou separados fazem o mundo girar sem a nossa vontade. Estranhamente, quase duzentas peças foram avistadas no sul do planeta, e logo logo a mídia já informou que se tratam dos destroços do aeroplano. Se forem estes alguns dos destroços, fica parecendo um tanto de coisas, menos acidente.
Enquanto isto, o golpe nazista na Ucrania não chega a lugar algum. Um governo provisório, que representa uma minoria inconformada, não suportará o próximo inverno se persistir no confronto com a Rússia. E olha que estão em jogo milhões de seres humanos e bilhões de dólares para a manutenção da vida e do trabalho, a não ser que consigam em poucos meses uma alternativa viável de captar gás do Oriente Médio, mas isto é no mínimo impossível. Tem também o Mar do Norte, mas aí tem que pagar o preço do mercado.
Falando em mercado, em tempo de ano eleitoral no Brasil, a mídia entreguista, golpista e fascista não comenta nenhuma linha sobre a crise econômica europeia, particularmente Grécia, Portugal, Espanha e Itália. Não, meus amigos, a crise não acabou, apenas pararam de falar nela para destruir a economia brasileira nos jornais, cujo alvo é a Petrobrás. Se ganharem, poderão cumprir os acordos para entregá-la ao capital cínico e viciado que destrói a Europa, alegando que a Dilma e o Lula faliram a maior estatal do país.
Claro que não vale falar da Vale, cujo valor arrecadado pelo PSDB, em doação aos mesmos que abaixam a nota de Risco do país, três bilhões de dólares, já naquela época não pagaria toda a malha ferroviária da companhia, incluindo pontes, viadutos, estaleiros, máquinas e vagões. E as jazidas, bem, o que os olhos não vêem a mídia mente.
Em tempo - A Petrobrás vai bem, obrigado.
É isto aí!
Claro que não vale falar da Vale, cujo valor arrecadado pelo PSDB, em doação aos mesmos que abaixam a nota de Risco do país, três bilhões de dólares, já naquela época não pagaria toda a malha ferroviária da companhia, incluindo pontes, viadutos, estaleiros, máquinas e vagões. E as jazidas, bem, o que os olhos não vêem a mídia mente.
Em tempo - A Petrobrás vai bem, obrigado.
É isto aí!
terça-feira, 25 de março de 2014
Odete, a diva do outono
Odete, a diva do outono do Planalto liga preocupada, aliás, preocupadíssima. Voz embargada e soluços contidos, mal consegue explicar os motivos que a levaram a telefonar.
- Querida, o que tanto a aborrece?
- (entre lágrimas e suspiros) Amore, nós fomos rebaixadas, nós outras , adeptas do BBB, agora somos BBB-...buáááááá. E agora? O programa será pior do que já é?
- Odete, de onde você tira estas idéias?
- Das notícias, ué. A Lisa Chinelinho, da Estandarte de Pobres deu a notícia. Você não viu não?
- Odete, tem nada disto, quer dizer, tem, mas não é assim. E não tem nada a ver com o BBB que você conhece. O que ocorreu foi um rebaixamento de rating do
Brasil, chamado risco fiscal, pela Standard
& Poor´s que divulgou a queda da nota de BBB para BBB-, por que segundo a S&P, o Brasil deixa dúvidas sobre pagar seus compromissos.
- Mas querido, minha amiga Carminha, que namora um famoso quem da Inteligência da Receita Federal me informou que a arrecadação de impostos em fevereiro bateu recorde histórico para este mês
do ano; R$ 83,17 bilhões entraram para os cofres do governo; e que esta entrada de impostos
mostra que economia está robusta e o país está apto a enfrentar seus vencimentos.
- É verdade, Odete, cá prá nós, um rebaixamento um dia antes da nova informação da Receita foi muita coincidência em ano eleitoral.
- Sabe, querido, a mídia sabe que as palavras são vivas e arrisco dizer que inclusive
respiram, comem chocolate direto da panela e sonham acordadas…. Jogam um BBB no ar, no momento em que o BBB da Globo está em queda vertiginosa sem paraquedas, aí a gente se confunde mesmo.
- Viu só? Parou de chorar.
- Nossa, querido, é mesmo, já que você fala e eu fico calma e ficamos na magia das palavras, vem prá Brasília me fazer de palíndromo...
- Uai, Odete, isto é um caso a pensar.
- Ueba!!!! Até que enfim - estou te esperando, hem!!
É isto aí!
É isto aí!
Que oposição é esta?
Eis aí uma aula prática do exercício eleitoral da oposição. Repare bem.
PSOL (a esquerdinha vermelha no canto inferior da foto, voltada para a direita), PSDB, PSB e PPS (ex-comunistas que se converteram espiritualmente ao Zésserra) parecem estar ligados com muita energia em todos os acontecimentos do país, só que estão amarrados em uma só fonte, que gera energia a partir da Cantareira.
Na foto ao lado podemos ver o exato momento em que entregaram, constrangidos, uma solicitação de investigação do Ministério Público às ações da Dilma em 2006, à frente do Conselho da Petrobrás.
As três questões que envolvem o constrangimento que alimenta suas gulosas ilusões são:
1 - Não têm nada que possa condenar ou mesmo servir de apoio para usarem contra a Dilma.
2 - Os simpáticos senadores Ana Amélia, Randolfe Rodrigues, Pedro Simon, Cristovam
Buarque, Rodrigo Rollemberg e Pedro Taques querem que só a presidente Dilma seja
investigada por supostos crimes na compra da refinaria de Pasadena; grupo
representou ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
3 - Sem nenhum pudor, não citam nada contra outros conselheiros que também votaram a favor da transação da compra de Pasadena; entre eles,
Claudio Haddad, ex-Garantia, Fabio Barbosa, presidente da Editora Abril - Revista Veja, e Jorge
Gerdau, barão do aço que fez doações de R$ 100 mil à senadora Ana Amélia em sua
última campanha; por que será?
Estranho isto? Nada, só uma jogada de quem não tem jogador no banco de reservas para repor a falta dos que foram expulsos pelo povo.
E para desespero da causa anti-povo, Pasadena foi um bom negócio, limpo, transparente e correto. Leia aqui as informações documentais:
http://www.ocafezinho.com/2014/03/24/exclusivo-documentos-comprovam-que-astra-pagou-mais-por-pasadena/
E para desespero da causa anti-povo, Pasadena foi um bom negócio, limpo, transparente e correto. Leia aqui as informações documentais:
http://www.ocafezinho.com/2014/03/24/exclusivo-documentos-comprovam-que-astra-pagou-mais-por-pasadena/
É isto aí!
A Funkeira prá presidente

PSDB e PSB se fortaleceriam com a candidatura de determinada e famosinha (gostosinha também) funkeira para presidenta. Faz tudo para mostrar que mudou, Só que não! Não muda a voz, os gostos e o ritmo:
“Não tenho mais defeito”, diz a moça em entrevista exclusiva à Bobo (igual Dom Fernando, o Velho), que segue no texto abaixo.
Depois de passar por cirurgias nos seios, no nariz e na
barriga, a moça finalmente mostrou como está diferente todo seu visual. Em
entrevista ao "Fanático", ela falou sobre as intervenções estéticas
que fez.
(Nada mais Oposição do que sair bem no Fanático)
Ela está namorando herdeiro de rádio do Rio de Janeiro, diz a repórter.
(Nada mais Oposição do que ter um caso com a Mídia)
A mocinha fez cirurgia de redução dos seios (Nada mais oposição que uma repaginada no visual sem mudar o conteúdo):
“Eu descobri que meu nariz estava obstruído por conta da
cirurgia anterior que não deu certo. E eu falei aproveita e deixa ele bonito,
que eu acho ele horroroso?'. E ele deixou e tirei pneuzinho. Agora eu não tenho
mais defeito, agora acabou, nem a saúde, está tudo maravilhoso”, declarou. (é a revolução da massa cheirosa!)
A redução de seios, segundo ela, foi feita por uma questão
de saúde (ela já havia feito esta cirurgia aos 18 anos, mas eles voltaram a
crescer). "Porque eu não deveria ter feito tão nova. Aí eu deixo um recado
para todas as meninas. Não façam isso. Quando vocês pensarem em corrigir algum
problema, com calma, pesquisa, vê direito que isso é muito sério. É importante.
Mas eu sempre fui muito ansiosa. Eu queria fazer porque pesava demais. Era
muito incômodo", conta. (Não façam isto - esqueçam tudo o que escrevi!)
Nas redes sociais, fotos da moça antes da fama
impressionam pela diferença das fotos dela atuais - nem parece a mesma pessoa. (o antes: Dom Fernando, o Velho e o agora: Dom Neves, o Neto)
Mas a cantora afirma que não se importava muito com questões de beleza. (Nunca se apegaram às coisas sociais, nem ao patrimônio público):
"Eu não me preocupava tanto com isso. Sabia? Com
estética e tudo o mais. Depois que eu passei a trabalhar com isso e depender
disso que eu passei a me preocupar. Antes eu nunca ligava. Nunca pensaria
nisso. Acho que a gente muda de opinião às vezes, sabe? Nem sempre a gente está
pensando exatamente a mesma coisa. Somos todos humanos. A gente troca de roupa,
troca de namorado, enfim", disse a rainha do Funk. (Nunca souberam que existe povo, agora que descobriram, tentam ensaiar um afago, de luvas, mantendo distância, é claro)
segunda-feira, 24 de março de 2014
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