quarta-feira, 5 de março de 2014

Alguma coisa está fora da órbita

Li ontem, na rede social, uma piada que relata o diálogo entre um filho adolescente e sua mãe. Ele pede dinheiro através de um bilhete e lembra de um macabro episódio onde a filha e o namorado assassinaram os pais dela, em um dos muitos episódios tristes da crônica policial, que ficou famoso pelas peculiaridades e pelo status social dos envolvidos. A mãe, por sua vez, responde com um bilhete onde recorda um triste assassinato de uma criança, pelo pai e madrasta, também em São Paulo, para negar-lhe o dinheiro solicitado.

Num primeiro momento, ao ler a "piada", tive ânsia de vômito. Senti aquela estranha sensação de que ser humano é de uma complexidade dolorida, que dependendo da óptica, será também inexorável. Como pode uma pessoa brincar com o sofrimento e a tragédia dos outros? Com qual direito se julga capaz de fazer do sofrimento de familiares e amigos das vítimas um caso para risos?

O lamentável disto tudo é que pessoas outras curtiram, postaram estímulo à piada macabra, e acharam que aquilo era o máximo. Claro que teve pessoas que bateram no aspecto ético, religioso, sensato, mas foram vilipendiados. É esta a juventude que chegará ao poder?

Poderia ser pior? Sim, alguém conseguiu que fosse pior, ao lançar, por coincidência, um "game online" onde você pode ser um dos personagens do trágico evento parricida da jovem contra seus pais, em outubro de 2002, em São Paulo.

Segundo o autor, o game  tenta mostrar e entender a motivação por trás do crime, tendo entre suas pérolas, 
uma das cenas mais chocantes, onde você joga como uma das vítimas e tem que se defender de um dos assassinos.

O jogo, classificado como "adventure game" pode ser terminado em poucas horas (é recomendado jogar tudo de uma vez só, inclusive) e tenta expor e entender as motivações de todos os envolvidos na história. Há diálogos e minigames ao longo do caminho que leva até a prisão dos culpados.

É isto aí!

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