quinta-feira, 13 de março de 2014

A memória é curta


Algo acontece e ninguém quer se perguntar por que acontece. Por aqui, na Pátria Amada, a nobre elite branca, descendente direta dos cafusos e mamelucos, todos brancos e poliglotas, diga-se de passagem, querem um golpe militar. Há um gozo lacaniano para a entrada da dita dura em suas vidas. Não basta mais se entupirem com as drogas legais e ilegais. Querem sentir o bastião e o bastão em seus lombos macios e delicados, eles, a fina flor da alta sociedade civil.

Para a simpática elite branca, o desejo é que os filhos naturais, os adotivos, os mulatinhos, os comunistasinhos depravados e toda a choldra espúria e apátrida se explodam, que os pobres morram, que as putas retornem aos bordéis, que os pretos saiam das universidades (onde já se viu isto, formar pretos para tratar das pessoas?). Só assim, a grande nação eslava ao sul do equador poderá respirar dignidade, liberdade e democracia, dando e recebendo a dita dura entre si.

Enfim, os donos da Pátria querem e desejam uma dita dura branca, grande, tensa e eterna, para mostrar à esta gentinha que ser branco é ser e ter poder, afinal Deus é branco, Jesus é branco, os anjos são brancos, a pureza é branca, a virgindade é deleite das brancas (só a mãe brancas casam-se virgens e puras, as pretas são leiteiras) e quem achar o contrário que seja esquartejado no Paço.

Enquanto isto, na Europa, neo-nazistas que já assanhavam na Grécia, golpeiam o ar da Ucrânia. Ora, direis, ouvir estrelas, um golpe tem custos, requer financiamentos, garantias e segurança - um golpe é um negócio como qualquer outro - quem investe quer o retorno com lucro. Ninguém toma o poder público em nome do amor à pessoa amada - Robin Hood foi lenda, não se esqueça disto.

Já na Malásia, desde o dia sete/março, um Boeing com 239 pessoas está desaparecido. E não é um boeing qualquer, é um Boeing 777-200LR, que custa algo em torno de 600 milhões de reais, com comprimento em torno de 68 metros, envergadura de 63 metros, 18.5 metros de altura, e que na hora do desaparecimento estava a 13.000 metros de altura, a quase 900 Km/h.

Até enquanto escrevo, já se passaram seis dias e nada ainda se sabe, ou quem sabe, nada fala. Só para ajudar na memória, um avião idêntico sofreu um acidente, supostamente enquanto pousava no Aeroporto de San Francisco, nos Estados Unidos, em Julho de 2013. A aeronave era operada pela empresa Asiana Airlines e vinha da Coreia do Sul para os Estados Unidos.

Naquela ocasião, o avião levava 307 pessoas no total, sendo 291 passageiros e 16 tripulantes, e foi o segundo Boeing 777 a sofrer um acidente grave em cinco anos. Em janeiro de 2008, uma aeronave do mesmo tipo operada pela empresa British Airways teve um acidente no Aeroporto de Heathrow, em Londres, após um voo vindo de Pequim, na China.

Nenhum dos dois acidentes jamais foi explicado. Assim como a simpática elite branca não consegue explicar por que deseja a dita dura penetrando em seus lares. Não se lembram, não sabem, não querem saber.

Na foto abaixo, o estado no qual ficou o Boeing de San Francisco. Pense!



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