Odete, a porta-bandeira do GRES Unidos do Celular, liga com
voz sedosa e sedutora. Tem um não sei o que em sua fala, uma melancolia, uma ausência,
sei lá, como se estivesse faltando encontrar um tom, aí mantém o ritmo cadenciado
duas oitavas abaixo, em compasso mais lento, para não perder na harmonia.
- Olá Odete!
- Credo, quanta seriedade, por que você não fala mais como
fazia antigamente, com carinho...? Acabo de acordar, ainda com minha camisolinha de seda, penso em você, ligo, mas não dá, você vem meio Oi meio Tim, com esta voz cavernosa e
lasca ”Olá Odete”, sinceramente, dá vontade de desligar... Assim fico magoada.
- Olá querida!
- Melhorou, mas ainda não é o ponto, até esqueci o que ia te
dizer. Isto é que dar você dizer um Oi meio Tim.
- Como assim, meu bem?
- É apenas um Oi, como sempre, um fraco Oi, que piora ainda
mais sem o sinal de ligação entre nós, amore! Isto é mais que uma simples obra de privataria “prime”. Não basta ser ruim sendo apenas Oi, é
um Oi meio Tim. Sei que não ficou claro, por que até o que era claro está opaco, mas é
por aí.
- Mas o Bernardinho falou...
- Alto lá, amor, alto lá - de Brasília entendo eu. O que
Bernardinho fala não se escreve, mas o que a Cheirosinha dele fala, hummm ..., dá vontade
de morder aquelas róseas bochechinhas dela.
- Uai, Odete, que é isto??
- Outra hora te conto, mas também esqueci o assunto do dia –
você avacalha meu desejo.
- Odete... alô... Odete... caiu a ligação!
É isto aí!
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