terça-feira, 28 de abril de 2020

Só de ser de Juiz de Fora, já explica o talento!!


Reproduzo acima a capa do ultimo livro publicado e abaixo e respondo aqui como crônica de uma alegria anunciada, o comentário da escritora, poetisa e professora da apaixonante Juiz de Fora, Amanda Machado, que você poderá ver in loco aqui:

Minas Gerais, mês quarto de 2020

Caro Paulo,
sigo por aqui, nessa inesperada, assustadora e, talvez, transformadora quarentena (com inevitáveis afastamentos e novas aproximações, de outras ordens) lendo-o e dialogando com os seus textos.
Há muitas teimosias admiráveis, muitas mesmo! O auto desafio é uma das que mais admiro. Que bom que a sua resolução íntima nos dá regalos maravilhosos...

Quanto à pergunta, sim...tem dias que conversar ou escrever é um peso, mas aprendemos tanto sobre superação quando nos propomos a avançar mesmo pesados, não é?

Parabéns pelo desafio e pela quase conclusão. Abraços de uma amiga quase silenciosa, mas sempre presente.
Amanda

Vamos à devolutiva:

Minas Gerais, 28 de abril de 2020

Prezada escritora, poetisa e professora
Amanda Machado ( https://parecolouca.blogspot.com/ )
Só de ser de Juiz de Fora, já explica o talento!!

Recebi nesta manhã sua carta, elegante como sempre, postada acima. Logo me ocorreram dois pensamentos, que adiante busco explicar:

- Essa moça ...  Só de ser de Juiz de Fora, já explica o talento!!
- Quem quer passar além do Bojador, tem que passar além da dor. (Fernando Pessoa - Mar Português)

Na juventude, experienciei Juiz de Fora com uma alegria que nunca mais reconheci em mim. O vento mudou, as velas içaram e a nau que leva minha vida seguiu além do bojador. 

Cada vez que recebo um comentário seu torno a colocar os dois pés no calçadão da Halfeld, subir o Morro da Glória até as imediações do Colégio Santa Catarina, para tomar café na casa do meu tio-avô, que era tradicionalista, com todo um cerimonial para o evento - minha visita era um evento para eles. Fazer a rota inversa, subindo pelo Alto dos Passos, comer um pastel no Mexicano, tomar uma tantas no Bar do Bigode, sair na primeira e na segunda versão da banda Bandida, ir ao Museu Mariano Procópio, subir a pé até o Mirante do Imperador, assistir um filme no Cine Central e passar na Grandeza Real para ouvir samba de primeira qualidade. Saudade do São Matheus, saudade de ter saudade da saudade de um tempo tão bom. 

Sou integralmente gratidão por suas palavras, Amanda, que sempre me transportam para este lugar tão aconchegante do meu passado. Lembro quando estava buscando na rede poemas da Wislawa Szymboska e a busca me levou ao seu blog, sete ou oito anos atrás. Wislawa deve sorrir no seu jeito polaco. Acho que vou santificar Wislawa na Pitangueira.

É isto aí!

Um abraço, Amanda!!!




Um comentário:

  1. Minas obscuras, 29 de abril de 2020

    Caro amigo Paulo,
    quanta gentileza e generosidade! Este mais recente livro (que você celebra comigo) é uma grande alegria, nascido na tormenta...não deixa de ser contentamento, mas é um sentimento um pouco ofuscado pelas notícias ruins, declarações absurdas, inseguranças e muitas incertezas. Mas é assim que boas existências também vingam...nascem na dificuldade.

    Quanto à Juiz de Fora da sua memória, ela sempre será esta, seu paraíso particular e imutável. É muito bom ajudá-lo, mesmo que involuntariamente, acessar boas lembranças. A minha é um pouco menos afável, porque quando somos filhos da terra e permanecemos nela nos permitimos mirar suas falhas...que são muitas também.
    Quanto à Wislawa Szymboska ela é meu amor antigo a quem também sou grata por pousar aqui neste reino.

    Abraços, amigo!
    Amanda

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Gratidão!