domingo, 28 de outubro de 2012

A ditadura dos Magros e a causa desta antipatia!

Ninguém nunca me perguntou se gosto de ser gordo. Sempre e sempre aqui é sempre mesmo, a clássica observação - nossa, como você está gordo! Outro dia, um médico foi logo anunciando - dá um jeito, tem que emagrecer, isto, aquilo, apesar dos meus exames bioquímicos estarem indicando a normalidade. E tem mais - faça exercícios, caminhadas, etc e tal.

Nunca, mas nunca mesmo fiz exercícios na minha vida e agora estou sendo condenado a fazê-los para o bem da grande e graciosa nação magra do planeta. Sabe como é - só os gordos morrem, só os gordos adoecem e só os gordos podem ouvir todo dia que estão gordos.

Gordos não podem dançar, gordos não podem fazer sexo, gordos não sabem se vestir, gordos são seres anti-sociais, gordos suam muito, gordos cheiram mal, gordos roncam e enfim, gordos são de Marte!

Empresas não contratam gordos? Danem-se estas empresas.
Meninas não namoram gordos? Danem-es estas meninas.
Meninos não namoram gordas? Danem-se estes meninos.
Eu ser gordo te incomoda? Dane-se você!

Quando nos demos conta desta ditadura cruel contra o fato de sermos gordos, considerando que você que lê, tem lá suas camadas lipídicas justapostas? Quando foi que a humanidade começou a ter a percepção de que ser gordo é um atentado ao patrimônio da vida? Você sabe quando foi que se deu isto? Vou transcrever aqui um relato que acho ser esclarecedor para ajudar a entender um pouco a nossa percepção:


Business Week, a revista semanal norte-americana de economia, no dia 6 de março de 2007 publicou uma reportagem, escrita por Arlene Weintraub, competente jornalista de ciência e tecnologia da revista, onde relata os esforços de empresas do setor farmacêutico que desenvolvem drogas contra obesidade para chegar até um medicamento que emagreça e não cause efeitos colaterais – o mais temido entre eles, no momento, sendo o suicídio. Aqui, um trecho:

"Weintraub visitou empresas, ouviu seus executivos e pesquisadores; também procurou cientistas das universidades. O resultado do trabalho mostra o quanto engordar – e emagrecer – guarda um caráter quase inexpugnável para os esforços da indústria farmacêutica. Entre as vicissitudes a enfrentar, há o fato de o cérebro dos gordos, segundo conta um pesquisador à jornalista, resistir à perda de peso aumentando a fome de quem emagrece e tornando mais lento seu metabolismo; e a tendência das drogas em teste atualmente – inclusive uma “outrora promissora”, do laboratório Sanofi Aventis – de levarem voluntários ao suicídio."

Em informações dispostas ao lado da reportagem, a revista reuniu dados impressionantes sobre o aumento do peso dos norte americanos.

 "Em 1996 nem um Estado norte-americano tinha mais de 19% de seus habitantes com 13 quilos ou mais de sobrepeso. Em 2006, todos os Estados do país, menos três, tinham mais de 20% de seus habitantes com os 13 quilos ou mais de sobrepeso; em dois deles, essa percentagem era superior a 30%. O problema avança. A comida é barata para quem mora no país mais poderoso do mundo. E, a julgar pelas dificuldades da indústria farmacêutica e de biotecnologia, a solução não está em uma pílula."

Enfim, apenas o risco de suicídio é preocupação de agência dos EUA nos testes clínicos de drogas contra obesidade; pois segundo eles os gordos resistem a emagrecer. Então, em nome de um lucro estratosférico de bilhões de dólares, alucinam o mundo, sequestram valores, roubam sonhos e destroem o futuro das pessoas, porque nós não podemos resistir, afinal somos gordos e temos que emagrecer, até a última droga.

Veja só você, eu resisto a emagrecer, daí sou um grave problema social, graças aos interesses comerciais da indústria farmacêutica. Você sabia disto?

Danem-se os que não gostam dos gordos!

É isto aí!







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