segunda-feira, 21 de abril de 2014

Adam West


Adam West era um típico cidadão yuppie dos mórbidos anos 80. Não controlava sua alucinada perseguição em ritmo intenso aos bens materiais, e muitas vezes teve consequências sociais e espirituais indesejadas. Quase sempre com pressa, buscava comprar todos itens e serviços de conveniência que desejasse. A escassez excessiva de tempo fez com que rompesse todas as suas relações familiares. 

Altamente influenciado pelo destruidor ambiente competitivo das corporações; perdera os escrúpulos e a ética, através de comportamentos que descobrira serem úteis para galgar postos mais altos e, por consequência, maior renda e status. 

Portador crônico da solidão, de stress e exaustão mental, foi presa fácil para os hábitos de vício, entre drogas e álcool. No princípio compensava com academia, squash, golfe e tênis, saídas com os amigos e noitadas intermináveis com as mais caras prostitutas a serviço de Wall Street, mas com o tempo, aquele profissional jovem e ambicioso envelheceu para os padrões yuppies, e abandonou paulatinamente estes processos de compensação. 

O vácuo provocado pela saída do mundo financeiro permitiu que entrasse em uma crise de meia-idade, em  estado de desilusão profunda, quando tomou consciência de que não era mais tão ambicioso ou seguro de si, e permitiu que pela primeira vez refletisse sobre o que fez com a própria história. 

No vazio de suas frustrações humanas, teve a sensação que seu estilo de vida falhou em não fornecer-lhe um significado para sua própria existência. Os últimos quinze anos foram de uma alucinante corrida entre os corretores financeiros para chegar ali, sem um sentido concreto ou lógico de felicidade.

Rico e solitário, mergulhou novamente no caminho das drogas. Optou pelas psicodélicas, na realidade, uma única, a mais badalada, pois acreditava que desta forma o seu inconsciente tornava-se intensamente acessível por este meio tangível, ajudando-o a chegar a uma nova percepção acerca das questões que envolviam seu universo psico-afetivo. 

Foi em uma destas viagens surrealistas que encontrou Azagel, uma linda e majestosa garota celestial, da linhagem dos Anjos Azuis. Passou e encontrá-la mais vezes, e cada vez mais próximo até se conhecerem intimamente. A relação entre os dois não passou desapercebida. Em uma das suas muitas viagens a este céu, ao buscar por sua amada, foi barrado por três anjos guardiões, que o conduziram a Miguel.

Ali foi julgado por profanar uma criatura celestial, engravidando-a. Miguel o expulsou do paraíso e o condenou a ser um homem do bem em busca da verdade. Acordou arrasado, com a polícia ocupando todo o seu apartamento em busca de documentos e provas. Foi preso por crimes contra a ordem financeira e sonegação fiscal. Ficou seis anos detido em uma prisão federal, isolado de tudo e de todos.

Neste deserto espiritual nasceu a ideia fixa de ser o salvador do mundo, e desde então planejou metodicamente o alicerce da sua peregrinação, antes de voltar para o seio da família, com Azagel e o filho que não conhecia. Assim nascia o Templo Cósmico da Conexão Salvífica dos Homens de Bem.

Continua no próximo capítulo

É isto aí!

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