terça-feira, 6 de novembro de 2012

A inveja londrina

O jornal Financial Times, em texto assinado por um dos editores do jornal especializado no setor bancário, Patrick Jenkins, cita a recente intervenção do Banco Central no banco BVA e diz que ela "aponta para um problema mais amplo - nos últimos meses, um punhado de outros bancos brasileiros vêm encontrando dificuldades na medida em que a economia do país patina".

Segundo o jornal, os bancos no Brasil, principalmente os pequenos, vêm sofrendo com uma redução nos lucros, por conta de uma demanda menor por empréstimos, e com o aumento da inadimplência. Além disso, observa o artigo, o governo vem pressionando os bancos a reduzir suas taxas de juros para empréstimos - para níveis mais compatíveis com o mercado internacional.

O interessante é que o jornal londrino não cita por que, por exemplo, o Banco Central  promoveu a intervenção no BVA um mês depois da liquidação dos bancos Cruzeiro do Sul e Prosper, em 14 de setembro, que estavam sob administração do BC desde junho.

Segundo a Agência  Reuters, o BC detectou que o BVA tinha provisões insuficientes para ativos com riscos elevados, resultando em informações contábeis não fidedignas e a instituição precisava de um aporte de 1 bilhão de reais para recompor o patrimônio, mas seus controladores não conseguiram a injeção de capital. O BVA e o BC também tentaram, sem sucesso, uma solução de mercado para o banco.

Já no Cruzeiro do Sul, o BC encontrou uma diferença de R$ 3,1 bilhões no balanço do banco. Descontando o patrimônio líquido do banco, de cerca de R$ 870 milhões, o "buraco" nas contas é de R$ 2,236 bilhões.

Também, estranhamente, o Financial Times não citou o Itaú. O Itaú Unibanco, maior banco privado do Brasil, anunciou nesta terça-feira um lucro líquido de R$ 3,4 bilhões no terceiro trimestre, batendo, no acumulado do ano, um valor recorde que corresponde ao segundo maior lucro da história para um banco brasileiro entre janeiro e setembro.

Também não comentou nada sobre o espanhol Santander, cujo lucro no 3° trimestre da filial brasileira representa mais de 25% do resultado mundial. (fonte http://www.feebpr.org.br/lucroban.htm )

Quer saber de uma coisa Financial Times? Vão à merda!

É isto aí!


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